quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

40 anos vivendo na Barra


Os quilinhos a mais
desse corpitcho,
os cabelos grisalhos
e a minha
cara metade
Maria Alice,
que conheci a exatos
40 anos e
em 29/12/1070
são testemunho de minha vida na Barra e arredores!
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Brincadeira do destino, alguém querer que eu escreva sobre a Barra, exatos 40 anos depois de vir morar em Salvador.
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O primeiro ano e meio no Brasil trabalhei no interior da Bahia, que naquela época mais se parecia com um Jurassic Park, com um cenário do filme "O Nome da Rosa", criando o ensino metalúrgico na comunidade de Jequitibá, município de Mundo Novo, antes de aceitar o convite para vir lecionar na Escola Técnica Federal da Bahia, morando numa pensão no Barbalho.
Da Barra, até então, só conhecia a Praia do Farol, o consulado da Áustria e a residência de nossa querida e saudosa consul Eva Adler.
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( Ligue o som: "As terras do Brasil ensolaradas, la la lá la..." )
Foi no baile de formatura da Escola Técnica, logo alí na AABB - onde hoje fica o supermercado da Rua Barão de Itapuã -, que me apaixonei em dose dúpla!
Vestindo o meu terno alemão, e cheio de mesuras austríacas, pedi a linda moça para dançar.
Ela, cabelos mechados, blusa branca, saia longa tricolor e uma conversa agradável, com voz de veludo... quando aconteceu um incidente: o salto da sandâlia da jovem quebrou.
Na Áustria de minha época, isso seria motivo para sentar à mesa e voltar para casa... porém aquela garota não titubeou, chutou o calçado para longe e continuou a dançar descalça.
Foi naquele instante que ela me ganhou.
No fim da festa, dia claro e ensolarado, eu a levei para casa... junto com a irmã e um séquito de amigas, que morvam na vizinhança da Rua Alameda Antunes. Isso aconteceu no dia 29 de dezembro de 1970 e nunca mais desgrudamos.
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O entorno da casa dos pais da jovem, a Barra Avenida com a Praia do Porto da Barra passou a ser o novo cenário de minha vida.
Namorávamos passeando até o Barravento ou até o Oceania,mcom Vovô trazendo Campari, Gim Tônica e Provolone à milanesa.
Até as caneladas involuntárias nas cadeiras pesadas de jacarandá do Van Gogh têm lugar sagrado em meu coração até hoje.
Esse era o pano de fundo para nova aprendizagem... na varanda da casa número treze, esperando a kombi da Primavera... um sorevete e um beijo de boa noite.
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Eventual bagagem cultural trazida da Europa, não parecia valer muito.
Como decidi viver apenas entre brasileiros, tive que aprender tudo do zero.
Não atinava em nada! Não conhecia ninguém, nem letra de múscia. Muito menos matemática moderna para passar no vestibular...
Só sabia a escalação da seleção canarinho, que acabara de ganhar o Tri!
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Entre acordes de Haroldinho Sá, compondo no quarto ao lado, bebendo as palavras do sogro, o Eng. Haroldo Lopes de Sá, e tudo mais que herdei em forma de cunhadas, cunhados e amigo, consegui fazer uma pequena idéia do mundo em que fui viver.
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( Aumente o som: "... tem Jacú na rua, te querendo bem...")
Resolvi torcer pelo Baêêêa, o que melhorou e muito a minha intergração nesta terra.
Logo logo era conhecido como aquele torcedor maluco que gritava com sotaque engraçado.
A mortalha azul, eu vesti até 1980, quando o Jacú virou branco.
Preferia aquele pássaro preto, com olhar sacana, olheiras profundas e chope na asa.
A banda do Habeas Copos colocando alegria no coração de todos os foliões presentes.
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Fui ser sócio da Associação Atlética da Bahia.
Tentei aprender a jogar tênis. Nunca ganhei mais do que uma bruta sede, aliviada com umas "Brahmas" geladas trazidas por Coruja e Vermelho.
Era uma confraternização permanente. Via Yoshida passar de quimono, ouvia as histórias sobre Cachoeira de Onofrinho da Bahia. curtia as noites no salão e os domingos de eleição.
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Para austríaco ir à praia ... em Grado, em Lignano, em Rimini implica viajar umas cinco a sete horas... de junho a setembro. Em meu mais novo habitat bastava levantar o traseiro e caminhar uns 500 metros... a qualquer hora, de janeiro a janeiro.
Além disso, o litoral da Barra dava e dá de goleada em qualquer cidade praiana do mar Adriático.
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( Aumente o som mais um bocadinho: "Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia.." )
Para ser sincero, volta e meia há uns diabinhos invadindo esse nosso paraíso tropical.
Há quem veja nessa bagunça mais ou menos alegre uma conspiração a favor dos shopping centers climatizados, isentos de pedintes, mijões e pontos de lixo.
Apesar de certas máculas nesse jardim do Eden da Barra, só sairei daqui para o Campo Santo. Pode não ter muita ordem neste nosso lindo bairro, mas há vida brotando a cada centímetro quadrado!
Adoro passear pela Barra, encontrar pessoas conhecidas como o Zé Vieira com sua esposa Alice, Saul, o ex-árbitro de futebol, Maria e Esther vindo da missa na capelinha, o professor Arquibaldo, Geraldo e Rubinho, Olga, Paulo, o pianista, Joce o contrabaixista, Chiquitinha dobrando a esquina, Praxedes, Marivaldo e Roberto Alemão nas suas respectivas bancas de revista.
Dilo, que até outro dia servia boa comida, resolveu fechar o restaurante e nos deixar, juntando-se a Roberto Rebouças, Dudú Bacalhau, Camilo e tantos outros lá no andar de cima...
Até aquele baixinho, outrora responsável por papel higiênico, jarra d´água e bacia no famoso 63 na Ladeira da Montanha ainda anda pelas Ruas da Barra... e lá vem o poeta Bernardo do supermercado, com versos e ofertas na ponta da língua.
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( "...Domingo no Porto da Barra, todo mundo agarra, mas não pode amar..." )
Penso nisso, enquanto fico sentado diante de nosso Bistrô PortoSol, a poucos passos da Praia do Porto, esperando pelos primeiros clientes da noita. De terça feira a sábado.
Observo com gosto a vida alegre, os pescadores, segurando um dentão ou um dourado pelo rabo, encomenda de Enoque; trabalhadores da praia, carregando cadeiras de lona, caixas de isopor e sombreiros e banhistas indo para casa.
De muita gente que passa, sei até o apelido. O Buda, o Dunga, o Chicharro, o Marco Rodinha, o Arroz.
Batista e criador da maioria das alcunhas, "Dudú de Lurdes e Nita", também criou o cognome de Bilé, e de "Paulinho Boca de Cantor".
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Tudo que é bom é alvo de invejosos! Com a Barra não é diferente. "Ojú kokoró", se diz em Yorubá, "olhode chave" = olho gordo, em baianês, quando alguém fala mal de nossa Barra, que apesar de tudo que falam e escrevem, é um dos bairros mais lindos e seguros da cidade, graças à polícia e um detalhe geográfico importante: praticamente não há rota de fuga para eventual meliante escapar.
A qualquer hora há grupinhos de gente reunidos, enquanto na Áustria já no início da noite, você não vê ninguém na rua. Na Barra é assim: antes mesmo que o último retardatário chegue em casa, os primeiros já apanharam a varinha de pescar ou a peteca e foram para a praia.
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( "Quando o inverno chegar..." )
Hoje, com 40 anos morando na Barra, não penso mais em carreira profissional. Faz tempo que o meu universo é composto apenas de panelas, pratos, copos e os ingredientes para comida caseira austríacae húngara, que preparamos de modo tradicional no Bistrô Portosol.
Ainda torço pelo Baêêêa, mas torço ainda mais pela Barra, para que surjam mais lojas e restaurantes bons e transadinhos, conspirando a favor de uma vida mais ordeira em nosso bairro.
Mesmo não tendo mais idade, nem físico para jogar tênis, aguardo com simpatia o dia em que minha mulher e eu voltemos a frequentar a Associação Atlética da Bahia.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Quem diz que a Bahia tem que ser diferente?


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Há um ano e meio li um texto interessante na Revista Istoé e na parte "comportamento", de Suzane G. Frutuoso com o título sugestivo: "Vai doer no bolso".
A matéria fala do comportamento da massa urbana, mostrando no fim uma tabela de valores de multas cobradas mundo afora por jogar lixo no chão ou cuspir em via pública, tentando pegar um metrô sem pagar ou urinar na rua...
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Ué, pensei que isso só se fazia por aqui... ;-)
Disse a autora, que a administração urbana de Salvador gastou meio milhão para recuparar 14 pilastras do viaduto Luis Cabral corroidas pela acidez da urina dos baianos... depois de 8 passarelas terem sido reformadas devido a esse mesmo tipo de desgaste.
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Lembro de aniversários de crianças, filhos de amigos meus. Chocado com a displicência com que aqueles anjinhos jogavam papeluchos de brigadeiros e empadinhas no chão, tive de ouvir o que me deixou ainda mais perplexo:"há quem limpe"...
De fato... havia umas duas ou três mocinhas fardamentadas recolhendo a lixarada deixada pelos aniversariantes e demais pentelhinhas e pentelhinhos.
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Hoje, aquele pentelho tem uns 40 anos, MBA, pós disso, pós daquilo, só que a pos-tura... a postura diante do coletivo continua a mesma.
Não adiantou ele ter morado e estudado na Noruéga, no Canadá, na Suiça.
Lá é lá... aqui é a Baêêêa meu tio!
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É nessa hora me lembro de uma das melhores escorregadas verbais do sr. presidente Lula, quando durante a visita a um país no sudoeste do continente negro exclamou surpreso com a limpeza e a ordem da Namíbia... "Isto aqui não parece a África"!

É uma pena que nem ele, nem ninguém possa dizer o mesmo de Salvador!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal do taverneiro


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Segundo o Prof. Shmuel Gefiltfish y Mazzes, "seres humanos não nascem, seres humanos são formados!"
"...e o pior", concluiu ele, "... e o pior... é que a gente jamais saberá o quanto contribuiu com a formação de alguém! Para o bem e para o mal!
O ser humano pega as coisas no ar!
A influência do meio é tão ou mais forte e importante do que a genética!
Às vezes basta um gesto, uma atitude para que um ser humano sigadeterminado rumo..."
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Nessa hora lembrei de Anton, vizinho nosso nos primeiros anos do pós-guerra.
Anton é uma década mais velho que eu e em criança jamais mantivemos contato.
Encontrei-o por acaso ao perambular pela nossa cidade natal numa das nossas últimas idas à Áustria.
Ao visitar o casal Anton e Paula em 1999, fiquei surpreso por ele ser amante de cactos, como eu também fui desde criança.
Na página do Bistrô PortoSol há fotos de mudinhas de mandacarú, de facheiro,de xique-xique, cuja semente colhi na caatinga entre Itaberaba e Sto Estevão.
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Outro exemplo que cabe aqui é do garoto Luiz Henrique, filho da jovem senhora que cuida da gente e de nossa casa.
Nunca sentei com ele para estudar, muito menos para olhar o atlas. Quem faz banca com ele é Maria Alice.
Ninguém consegue explicar o porquê o menino gostar tanto de geografia!
Ele desenha o mapa mundi de cabeça, como eu fazia quando era jovem.
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Como taverneiro não costumo imiscuir-me nas conversas de nossos clientes.
Mesmo assim percebo que ao longo dos anos tenho despertado para um monte de coisas, pelas quais eu passava batido até então.
Os meus textos postados em blog e em forma de "mala direta sem alça" talvez sejam o testemunho do quanto aprendi com as pessoas que frequentam o BistrôPortoSol!
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Por tudo isso acho legal a gente comemorar o aniversário de Jesus Cristo!
Penso também que devemos estar atentos ao que Ele tem nos ensinado com as atitudes Dele enquanto andava na terra!
Imagino que a nossa formação dependa disso!
Quanto à maneira como as nosas atitudes e gestos se propagam no mundo, não faço a mínima idéia!
Isso excede á minha compreensão!
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Feliz Natal!
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Reinhard Lackinger

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Analisando um tipo de Patriotismo "micro"!


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Patriotismo: substantivo masculino, significando Amor à Pátria!
O patriota é aquele que ama o Brasil como o torcedor do Baêêêa ama o Baêêêêa!
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Conheço uns malucos que se incomodam até com o que acontece de errado no Sudão, em Honduras, discursam durante horas sobre os campos de concentração da Austrália*, mais precisamente de um lugar chamado Woomera, onde imigrantes ilegais são guardados como bichos até serem deportados e devolvidos aos paises de origem.
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Eu me satisfaço em bradar contra as mazelas soteropolitanas e baianas, vendo com lente de aumento os problemas da Barra e arredores, já que ocupo uns poucos metros quadrados para morar e outros tantos para praticar gastronomia temática austro-húngara.
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Para o Porto da Barra, mais precisamente para a Rua Cézar Zama, onde fica o Bistrô PortoSol, quero ordem e limpeza e gente que compreenda a nossa proposta gastro-etílica.
Neste último quesito estou bem, graças a Deus.
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O problema são as pessoas que não se sentem donas de nada, de coisa nenhuma... por terem sido empurradas séculos a fio para a margem da sociedade.
Gente que nada possui além do próprio corpo... para o qual almeja apenas um sapato bom, uma calça boa, uma camisa boa, com bolso para guardar um telefone móvel, falando, telefonando, gritando para dentro do celular para todo mundo ouvir, enquanto leva o latão de Skol ao beiço...
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Chamo este comportamento de "patriotismo corporal" quando nada importa além da própria pele... e o resto do mundo que se dane.. e afogue no lixo, na urina, no cocô que essa gente produz e habilmente espalha pelos bairros nobres de Salvador... com a ajuda da Bahiatursa, da Prefeitura etc. ávidos em promover eventos e fazer bonito com o chepau dos outros... de nós que pagamos IPTU e o mico por apostar em morar num lugar que em termos de beleza natural e arquiteônica dá de goleada em qualquer St. Tropez, Sveti Stefan e Palaiokastritsa da vida.
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Ora, se essa gente tem dinheiro para ter telefone celular e o latão de Skol, que acaba de jogar no chão e na boca de lobo, certamente terá como pagar uma multa se houvesse algum policial instruido para coibir transgressões e para cuidar desses detalhes da ordem pública.
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Penso que a violência começa nessas pequenas agressões... e não apenas quando alguém saca e dispara uma arma!!!
São esses pequenos gestos de desordem pública, que relevamos e ignoramos solenemente, os embriões da violência!
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No dia em que em Salvador houver mais respeito ao próximo e o tipo de ordem que acabo de citar, o meu faturamento certamente melhorará e... quem sabe, poderei trocar o meu Gol seminovo, ano 1999 por um carro menos velho.. ;-))
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Reinhard Lackinger,
falando diretamente do Porto da Barra, espaço mais lindo do mundo e que só por isso merece todo nosso respeito e cuidado, merece ser frequentado, aproveitando a segurança, o estacionamento fácil e a simpatia quase amor de um taverneiro austíaco...
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* eu disse Austrália... não Áustria!!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

uma nova onda chamada "love food"







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Depois do "slow food", criado em meados dos anos 1980 para preservar maneiras tradicionais de cultivo e cozimento de alimentos... e como oposição à padronização dos sabores do "fast food" enfiado goela abaixo de nossa garotada naqueles currais inóspitos e barulhentos dos shopping centers, está surgindo uma novidade chamada de "love food".
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Como taverneiro curioso, fui logo assuntando na internet a fim de preencher os vazios no meu conhecimento sobre o assunto: "love food"!
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Fiquei surpreso ao achar logo três linhas de pensamento diferentes:
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1) "Love food" no altar de Afrodite e de Eros, servido a casais precisando de um empurrãozinho na desgastada relação, no erotismo um tanto enguiçado.
Diante de meus olhos da imaginação desfilaram pessoas "comendo mosca", literalmente, fazendo uso da cantaridina, propriedade afrodisíaca daquela "mosca espanhola"... ou então um pajé massai triturando o chifre do rinoceronte negro da Tanzânia. Lembrei também dos causos do velho Tomé, pescador de baleias de Arembepe, que apostava na eficácia das ovas cruas de pinauna.
Há quem prefira comer testículos de boi, de bode, ovos de codorna, amendoim...
Da ação das mais diversas formas da pimenta ninguém duvida.
Frequentador do Bistrô PortoSol aprecia a dosagem personalizada da páprica doce e picante. Segundo opinião de clientes habitués, um gulasch bem temperado além de ser deveras reconfortante, alegra a alma.
Eu penso que sem bem estar, sem estar bem alimentado e limitado aos sabores padronizados e "plastificados" dos abarrotados e ruidosos templos de "fast food", nenhum pozinho, nenhuma bebidinha afrodisíaca pode operar milagres!
Eu penso que não há nada mais erótico que dividir um prato de comida caseira...
Um ágape, por assim dizer!
Principalmente conhecendo quem manipula os alimentos, podendo interagir e determinar a maneira que se quer que o ítem da produção culinária seja temperado... de preferência com condimentos que estimulam o cérebro e a alma...
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2) "Love food" como filosofia de gente vegana! Pessoas, que resolvem alimantar-se sem matar, sem explorar animais!
Veganos, amantes da vida e de tudo que é criatura de Deus, na maioria das vezes são esquecidos pelos donos de restaurantes.
São raros os locais, cujo cardápio ofereça opções veganas. O Bistrô PortoSol, com uma página do cardápio inteira de ítens vegearianos e veganos, é uma excessão!
O conhecimento que o taverneiro Reinhard tem da cozinha vegana vem dos tempos difíceis do pós guerra austríaco. Uma época, em que proteina animal raramente aparecia na mesa, tendo que se recorrer ao que a relva e a mata ofereciam em forma de raízes, folhas, cogumelos e brotos.
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3) "Love food hate waste"! Filosofia que declara guerra ao desperdício.
Na medida em que os adeptos daquela forma de "love food" amam e cuidam de suas receitas e produções culinárias, eles contestam a monocultura, que segundo eles, conspira contra a diversidade de plantas. Vegetais, segundo eles, ameaçados de sumir das feiras e prateleiras de supermercados e lojas de delicatessen.
Na luta contra o desperdício, imagino cenas parecidas com o que era o quotidiano do titio taverneiro quando criança. Talos, cascas, caroços, de uma forma ou de outra eram aproveitados na alimentação... de humanos ou de animais domésticos.
Nesta época natalina lembro com saudades dos "aranzini", que a mãe preparava a partir de fatias de casca de laranja cozidas num xarope de açucar, canela e anis.
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Navegando por sites de "Love food, hate waste", além do ódio ao desperdicio de restos, percebi uma indignação ainda maior, tendo em vista as milhares de toneladas de alimentos industrializados - mesmo ainda dentro do prazo de validade - jogados fora, atirados no lixo a cada ano pelos moradores do assim chamado Primeiro mundo!
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Na próxima vez em que pegar num cardápio, pense nessas três formas de "love food" antes de chamar o garçon para fazer o pedido.
Bistrô PortoSol, endereço certo para adeptos e simpatizantes de qualquer uma dessas formas de "love food"

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Somos ou não um país cristão?

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Aproximando-se a data do aniversário Dele, cresce a pergunta, se somos ou não um país cristão?!
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Ouvi dizer que somos o maior país católico do mundo.
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Eu mesmo sou católico, mas vejo nos meus correligionários uma postura acanhada e claudicante... a exemplo do político paulista Geraldo Alkmin, vulgo "Picolé de Chuchu"...
Nada a ver com a figura do Jesus Cristo, que é um cara "retado"!
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Por outro lado vejo os adeptos das igrejas neo-pentecostais com a bíblia embaixo do sovaco e frases feitas na boca.
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Uma pergunta que lhes fiz há tempos, ainda não foi respondida: "se essa gente se considera cristã e evangélica, por que então anda citando apenas o Antigo Testamtento?"
Será que o Antigo Testamento se presta melhor para a teologia de resultado?
Será que o Antigo Testamento, escrito numa época, quando Papai do Céu ainda era um opressor vingativo, favorece a abertura da bolsa dos fiéis incautos, prestes a dar o último tostão para pagar a latrina de ouro para bispos e bispas, apóstolos e vice-Deuses fazerem cocô cheirando a ananda?!
Penso que há muita picaretagem acontecendo sob o manto da liberdade de credo!
Penso tembém que nem os velhacos das igrejas evangélicas, nem o pessoal do Vaticano têm muito a ver com Jesus Cristo!
Está na hora Dele voltar para expulsar esses vendilhões de novo da casa de Deus!
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Enquanto isso, nas ruas podemos ter a noção exata à quantas anda o nosso cristianismo.
O maior mandamento segundo Ele não é amar o próximo como a si mesmo?
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O que dizer dos companheiros de trânsito, parecendo saber engatar apenas a marcha "dane-se", praticando direção ofensiva, desde que deixam a garagem.
Fique de olho e verá outros exemplo do famoso "dane-se"... para usar um termo suave e socialmente aceitável.
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Por que será que é tão difícil viver e encontrar espírito natalino?
Será pelo fato da gente ter mais talento para o Carnaval do que para o Natal? Festival de Verão e tantas outras "muvucas" em pleno Advento!
Fala sério!
Será que somos tão sem noção que ainda nos vemos como um país cristão?
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Reinhard Lackinger
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p.s. Mesmo sendo católico, vou muito com a cara do Martinho Lutero.
Lutero era um cara retado, mandando o papa catar coquinho...
Segundo escritos do século XVI, Lutero era bom de garfo e de copo, bem ao contrário dos luteranos de hoje, que além de não saberem comer, preparam cada purgante medonho...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

uma conta difícil de fechar

Foto acima,
João Roberto clicando Édila em Berlim.

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Ródila mostrando flores de época


Como tantos outros brasileiros ultimamente, nossos amigos Édila e João Roberto também viajaram pela primeira vez ao exterior em 2010.


Aproveitaram que Ródila, a filha caçula, estava estudando na Europa, ficaram seis meses e voltaram com ela, percorrendo diversos países.


Ontem trouxeram as fotos para a gente olhar.


Além de mostrar o que mais lhes chamou a atenção "lá fora", eles comentáram.


Chegando na primavera, observaram um pequeno exército de jardineiras e jardineiros revirando a terra de canteiros em praças e avenidas da cidade de Ródila. Era época de tirar as tulípas, que acabaram de perder as pétalas e guardar os búlbos para o próximo mês de março... substituindo-as e plantando no lugar flores da nova época.


Foi esse o pormenor que mais lhes impressionou!


Não foi a limpeza costumeira do espaço público, nem a pontualidade hilária dos bondes a encantar esses nosso amigos em viagem pela Alemanha, Áustria, Suiça, norte da Itália e França. Foi a quantidade de gente cuidando dos mínimos detalhes, para manter a urbanização impecável.


- Igual como aqui em Salvador -, disse João Roberto às gargalhadas.


Aí eu pensei, durante os 22 anos que vivi na Europa, nem depois em nossas viagens à terra natal, nem acompanhando a vida de lá através de edições online de jornais de Graz e de Viena, jamais soube de nenhuma queixa, nenhum comentário sobre o custo de todos esses cuidados para com o meio ambiente.


Aqui no Brasil, toda hora ouço alguém dizer que a máquina do estado está inchada e que era preciso diminuir o custeio da coisa pública.


Danou-se! Se já não se vê nenhum servidor público cuidando da limpeza da cidade, do verde, da ordem pública, como isso vai ficar, se diminuirem ainda mais a presença do estado?


Ou será que sentimos apenas falta de "índios", enquanto os gabinetes e Brasilia estão cheios, abarrotados e superlotados de "caciques"... sem falar de "mocinhos" e principalmente bandidos atuando naquele mesmo filme sobre conluio e outras picaretagens, que a gente já conhece de loooongas datas?


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pedágio entre Espertolândia e Nova Velhacos




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No mundo inteiro, onde há pedágios - portagem para os irmãos lusitanos - no mundo inteiro, onde há pedágios, há também outras alternativas de se chegar de A a B...
... ou seja, você não é obrigado a pegar a autopista, a carretera, a Autobahn, a freeway, e pagar pedágio, se não quiser!
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Gente, de cavaleiros salteadores, em alemão "Raubritter(1)", entendo eu!
Em Kapfenberg, Áustria, minha cidade natal, os "nobres" que há uns 1000 anos ocupavam a fortificação no alto do monte do castelo, que dá o nome à cidade, eram uns patifes, uns ladrões sanguinários.(2)
A palavra "Kapfenberg" vem de "gaffen vom Perch", em português: "olhar da montanha".
Os cavaleiros pouco cavaleiros ficavam, do alto do castelo, de olho nos três vales, espreitando diuturnamente caravanas de mercadores, saqueando-os.
Mais tarde, construíram a estrada que passava pela cidade de tal forma, que era necessário atravessar duas pontes sobre o rio Mürz... com uma cobrança de pedágio em cada uma das pontes...
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Não sei por que me lembrei logo agora dessa "gente fina", desses picaretas?
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Talvez porque você, que diáriamente vai de Espertolândia a Nova Velhacos(3), tem que enfiar por duas vezes a mão no buraco da calça e pagar $ 4,60...
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Reinhard Lackinger
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(1) A receita do "Raubritterteller"(a), em português "Prato Medieval", que você come no Bistrô PortoSol vem daquela época... com uma diferença: hoje a gente usa batatas e há uns 1000 anos, quando a batata ainda não havia chegada das Américas, se preparava um angú feito de fubá de cereais, misturando ao bacon frito e aos cogumelos, antes de adicionar a salsa fresca, o creme fraîche e o toque mágico dos taverneiros.
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(2) Os salteadores acabaram sendo punidos pelo arqueduque da Estíria. Ele mandou destruir a sede da KLN, ou melhor, o castelo de Kapfenberg, reconstruído décadas depois, servindo hoje de hotel e de cenário para jogos, torneios, falconaria e outros costumes medievais...
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(3) Maldade minha com os moradores prejudicados e saqueados, mas você entendeu o que quis dizer com a brincadeira!
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(a) Essa palavra lembra e reforça aquela brincadeira beleza com o idioma alemão e a fictícia palavra "Hottentottenattentäterkuttenrattenlattengitter"!!!
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Nota importante:
Depois de postar este texto percebi um erro grave!
Existe sim uma via alternativa para soteropoliano chegar às praias do litoral norte!
Basta pegar o caminho mais próximo até o CEASA e a Via Parafuso até o Polo Petroquímico. Antes de chegar lá, vire à direita para pegar uma cascalheira de uns vinte quilómetros de extensão... e em menos de uma hora você estará em Monte Gordo e a um passo de Guarajuba... sem pagar um centávo de pedágio! Fala sério!

exercitando o físico e o paladar




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Outro dia mostraram na TV uma matéria, perguntando se era preferivel fazer o exercício físico numa academia de ginástica ou ao ar livre e nas ruas da cidade.
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Imagino que as caminhadas forçadas nas ruas sejam menos enfadonhas e bem menos chatas. Além disso há um monte de obstáculos pelo caminho, para a prática da assim chamada "neuróbica", que nada mais é do que a ginástica dos neurônios.
Isto é, além de se distrair ao saltar sobre buracos no passeio, sacos de lixo rasgados, cascas de bananas, de mangas, cocos vazios, cocô de cachorro, pedras portuguesas soltas e moradores de rua transando em cima de papelões e até colchonetes, você exercita o cérebro ao dar dribles em problemas inesperados e inusitados, enquanto seus olhos admiram a linda paisagem e o marzão da Bahia.
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Há quem prefira o ambiente da academia de ginástica e a visão de rostos suados de pessoas, apenas preocupadas com seus respectivos músculos, com as panturrilhas, os glúteos, os peitorais, os biceps, os triceps e a barriginha.
Há quem prefira a musiquinha um tantinho alta demais o som da rebetação das ondas do mar... Há quem prefira a visão do bumbum da esteira da frente a de um veículo estacionado no passeio. Há quem prefira o cheirinho do suor de gente se exercitando em redor naquele ambiente fechado, aos gases de carros e a brisa do sargaço que o vento traz do oceano.
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Penso que cada um deve fazer o que quer!
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Posso compreender até um fanático, que resolva comparar o ambiente de uma academia de ginástica repleto de aparelhos, halteres e espelhos a uma praça de alimentação, a restaurantes num shopping center ou a uma pizzaria e demais templos da gastronomia da mesmice com uma curiosa padronização de comidas lembrando um cocho.
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Reinhard Lackinger
precisando urgentemente de exercícios físicos e mentais!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Morte do Malandro


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Nem bem enxuguei as lágrimas de emoção ao ver a bandeira do Brasil hasteada no alto do Complexo do Alemão, vêm os eternos estraga-prazeres e pessimistas de resultado de plantão me dizer em e-mails de página e meia, o porquê a polícia e as forças armadas não poderem vencer a guerra contra o narco-tráfico.
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Ora, em mais de quarenta anos de Brasil ouvi essa gente medíocre me falar que o Brasil não tinha petróleo, que por aqui não era possível plantar trigo, que a agricultura familiar era inviável e que o país só podia desenvolver-se à sombra dos Estados Unidos da América.
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O resultado: a postura do malandro, segundo o psicólogo de massas Shmuel Gefiltfish y Mazzes.
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"Já que como Brasileiro estou condenado a um papel de coadjuvante, com algum gringo no papel principal, vou buscando o meu lugar ao sol do jeito que posso... de preferência com um mínimo de responsabilidade e roupa no corpo!!!
Já que como brasileiro não tenho chance no cenário internacional, quero sair pelo menos bem na foto"!!!
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Nos alfarrábios do manuscrito de "A Morte do Malandro", Gefltfisch y Mazzes constam fotos, que mostram um dirigente do rubro negro baiano aparecendo em reunião formal do clube só de sunga!
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Agora que sabemos da existência do pré-sal, que há condições de haver até duas safras de trigo na Bahia, que a agricultura familiar é rentável SIM e que o mundo é bem maior do que os Estados Unidos da América, muitos brasileiros estão mudando de rumo, assumindo uma postura nova, deixando muito gringo de boca aberta!!!
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Sim, nós podemos! Tirando os trapos mal amanhados do pessimismo de resultado e pondo vestes da modernidade brasileira.
É a morte do malandro!
Enquanto uns me mandam e-mails cheios da descrença de outrora, nasce uma geração nova! Pessoas centradas, que sabem o que querem, não necessitando de tutela nenhuma! Vejo gente assim todo dia, brasileiros jovens e coroas, frequentando o nosso Bistrô PortoSol!

Aquela Favela, com poder paralelo... já era!


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Um dos "banguebangues" que marcaram a minha juventude é "Sete Homens e Um Destino", estrelado por Yul Brynner, Steve McQuinn, Horst Bucholz etc. e Eli Wallach no papel do temido bandidão Calvera,
cujo bando volta e meia saqueava uma aldeiazinha mexicana, causando sofrimento, fome e um forte sentimento de revolta naquele lugarejo.
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Um dia, os camponeses resolveram contratar uns pistoleiros para defender suas propriedades...
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Seguem-se cenas de bravura e heroísmo, de canastrice e de medo e dúvida por parte dos camponeses.
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Numa certa altura, não aguentando mais a pressão, os aldeões "mijaram para trás", entregandoos pontos e a aldeia ao bandolero Calvera e traindo o grupo chefiado por Chris ( Yul Brynner ), já que o bandidaço Calvera nunca pegava tudo, deixando sempre algumas migalhas para que os aldeõs não morressem de fome...
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No gran finale há uma luta que acaba com a vida de 4 dos pistoleiros contratados, porém o mais importante nesse filme é a coragem repentina que brota dos camponeses, pegando em enxadas, ancinhos, pás e o que achassem pelo caminho para bater nos bandidos, expulsando-os para sempre de sua vila.
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Nessa hora, eles finalmente se libertaram dos algozes.
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Penso que a atuação da polícia e das forças armadas foi de grande importância para limpar o Complexo do Alemão e outras comunidades, instalando as UPPs.
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O mais importante porém foi a atuação corajosa do povo!
O povo resolveu acabar com o estigma da favela carioca!
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Stefan Zweig, escritor e pensador austríaco, que em seu texto "Brasil, País do Futuro", escrito em fim dos anos 30 do século passado afirmara que o Brasil iria acabar com as favelas, finalmente teve razão!
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Depois do que aconteceu no Complexo do Alemão, não há mais favelas no Rio de Janeiro, quiçá no Brasil!
Não há mais favelas com governos paralelos no Brasil!
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Reinhard Lackinger
um patriota

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hipocrisia ou o que?

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A Suiça rechaça e deporta malandros estrangeiros.
Isto é, mandam embora do país deles - isto é, da confederação helvética - forasteiros e migrantes, que tenham cometido algum delito... ou simplesmente estejam fazendo algum "bico", trabalhando clandestinamente como babá ou garçon,
Penso que isso é o mais puro direito deles!
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Estranho é que eles continuam aceitando em seu sacrossanto território clientes bancários, criminosos notórios de todo mundo, que queiram depositar nos bancos suiços dinheiro ilícito e comprovadamente roubado do povo nos mais diversos recantos do planeta.

Se a Suiça fosse um país coerente, honesto e sério, ao deportar malandros estrangeiros, deveriam também devolver a grana que déspotas africanos e respectivos familiares e ex-prefeitos paulistanos e respectivos familiares depositaram em bancos suiços!!!

Considero qualquer outra alternativa como sendo hipocrisia... e das brabas!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Por quem os sinos dobram


Imagine um absurdo...
na Bahia tem precedentes!





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Surpreendente a perseguição repentina do som de sinos de igreja!

Parte de minha juventude eu morava a poucos metros da linha de trem, que liga Viena a Roma. Em nenhum momento o ruído do trem passando me tirou o sono.

Será que o cérebro humano percebe certos barulhos como normais, não os registrando como algo ameaçador?

O barulho do mar, do trânsito com veículos em bom estado de conservação, do burburinho da cidade, os sinos de igreja, o gorjeio de pássaros...

Por outro lado, um carro com a descarga furada, um ônibus com freio desregulado, um maluco buzinando, ou ligando o som do veículo, um trio elétrico passando e a vuvuzela do vendedor de páo, fazem parte de um conjunto de ruídos esporádicos e não registráveis pelo cérebro como normais e sim como ameaça, fazendo o indivíduo acordar e permanecer alerta, causando estresse.

Imagino que seja fácil medir o som de um sino de igreja. Além disso, padre costuma ser gente boa e ordeira... bem ao contrário dos "muvuqueiros", poluidores sonoros contumazes.

"Por quem a vuvuzela do vendedor do pão se esguela? Ela se esguela por mim!"

Só que os nosss fiscais do meio ambiente, além de serem portadores de inteligência espécial, são surdos!!!

domingo, 21 de novembro de 2010

em defesa de fast e junk food




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Não só a pressa, a falta de tempo, que favorecem o fast food e o junk food!
É a simplicidade, a praticidade!
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Pizza não tem mistério: ou é brotinho, quatro, seis ou oito pedaços.
Qualquer deputado ( Tiririca ) consegue apontar o dedo para a foto do prato que quer comer.
A comida oriental já vem aos bocados, dispensando o complicado uso de garfo e faca.
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Além disso, o fast food é bem mais saudável do que os cientistas nos querem fazer crer.
Dizem, que foi a gordura saturada do óleo re-reaproveitado de centenas de fritadeiras de aço inoxidável, o "grude" responsável pela operação de tampar de vez o poço da plataforma da BP, que explodiu recentemente no Golfo do México,
... e mesmo somando todo sal contido nos pratos elaborados tipo fast food e junk food no shopping center mais próximo, não se chega a 58% do sódio que há no Salar de Uyuni, logo alí na Bolívia.
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Qualquer restauranteur sério e até qualquer taverneiro aplaude a existência do fast food!
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Observando esse mundão de gente, portando bandejas, o olhar atento, tentando achar um lugar para sentar naquela praça de alimentação superlotada, ninguém ousaria pronunciar a palavra "gueto".
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Além do mais, "gueto" pode ser uma coisa boa! Quem já esteve no Vaticano e naquela praça diante da Basílica de São Pedro, sabe o que quero dizer!
Pejorativo e assaz preconceituoso seria chamar uma dessas ruidosas praças de alimentação de "curral"... ou não!
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Que viva a diversidade!
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Quem prefere um lugar exclusivo, com sabores únicos, ler cardápio, trocar um dedinho de prosa e idéias com o taverneiro, dizer a ele como quer que o prato seja preparado... com ou sem sal, com páprica picante ou sem cebola, o puré de maçã com raiz forte ou não... e quem quer condimentar a própria cerveja com lúpulo...
...ao som de música antiga e em meio a uma decoração retrô, pertence a outra tribo!!!
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Prost
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Reinhard Lackinger
o seu "personal tavernator" :-)
de plantão para você no Bistrô PortoSol
de terça a sábado, a partir das 18:37horas

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Boa idéia ou arapuca?




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Vem de Guarulhos, "Sumpaulo" uma interessante notícia.
Por conviver com o incômodo de uma feira no bairro, os moradores do local poderão ter uma dedução de 50% no valor do IPTU. veja a notícia clicando no enderço abaixo: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/11/camara-de-guarulhos-corta-iptu-de-quem-mora-em-rua-de-feira.html
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Será que na capital baiana caberia uma idéia semelhante?
Seria bom alguém encaminhar um projeto à Câmara Municipal de Salvador, para concessão de 100% de IPTU para quem mora na Barra e nos bairros Campo Grande, Canela, Federação, Graça e Ondina, por conta do inferno insuportável que essa parte da cidade vira durante uns 2 meses na época do carnaval, considerando montagem e desmontagem de camarotes etc. ???
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A perda de receita com IPTU poderá ser compensada com taxação da atividade da "muvuca", chamando o pessoal dos trios e blocos para abrir a bolsa! Essas nulidades não tem mais onde enfiar tanto dinheiro... às custas da gente!!!
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Agora pense bem, se a gente pleitear uma diminuição do IPTU por causa da enxurrada de lixo, fezes e urina, poluição sonora, tráfego caótico e pandemônio geral diante da porta de nossas casas e o prejuizo financeiro de nossas lojas, causado pelo carnaval e os eventos na Barra e Ondina...
... não estaríamos cometendo o mesmo equívoco dos botequins e restaurantes na minha vizinhança no Porto da Barra, que cobram de "não clientes" uns R$ 2,00 por uma mijadinha e / ou R$ 5,00 por meio quilo de cocô??? hehe
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Imagino que aquele que paga 2 "real" para mijar não deva preocupar-se muito em deixar o sanitário limpo e em acertar no vaso, mijando todo sanitário, deixando para trás uma miséria fétida dos diabos.
O mijão deve pensar: - Já que pago para usar o sanitário, que se dane a limpeza do local!! -
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É justamente por isso temos que envidar todos os esforços para afugentar quaisquer eventos da Barra!
Ao longo de anos verificamos que não há meios de realizar eventos na Barra e Ondina, sem que haja danos incomensuráveis aos bairros e sérios prejuizos para a comunidade... tanto para moradores como para comerciantes.
Se o prefeito tivesse algum bom senso e responsabilidade, não haveria circuito Barra-Ondina, com posto de combustivel servindo de bar e sendo transformado em camarote!
São esses os argumentos para dizer não ao TAC, ao Termo de Ajustamento de Conduta discutido e negociado atualmente por pessoas pouco confiáveis.
Essa gente inconsequente, além de adorar imundice, deve ter nenhuma noção de perigo.
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Reinhard Lackinger
dono do Bistrô PortoSol, cujo sanitário limpinho e cheirosinho é exclusivo para clientes!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pense num absurdo...




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As imagens acima mostram cestas de lixo... vazias e limpas.
O que mostra, que alguém retirou o lixo e cuidou dos recipientes.
Observe no relato a seguir o tratamento que se dá a esse
problema em Salvador.



Eu já disse reiteradas vezes, que estranhava a ausência de lixeiras em esquinas e pontos de ônibus de Salvador.

Locais, ao meu ver apropriados para a coleta de lixos que os transeuntes estão prestes a descartar e jogar fora.

Cabe ao poder público facilitar a coleta de lixo, para evitar que se suje a rua.

Solicitei um monte de vezes a colocação de pelo menos uma lixeira na esquina da Rua Barão de Sergy e a Rua Cézar Zama, Porto da Barra.

Doi em minha alma ter que assistir a cada instante, gente jogando o lixo na boca de lobo, em vez de usar uma cesta de lixo alí bem na esquina, ao lado da boca de lobo.

A explicação de um preposto da Limpeza Urbana, além de esclarecdora foi deveras deprimente!!!

.o e-mail o represenante da Limpurb me disse, que não iria colocar uma lixeira na tal esquina, porque o dono da banca de revista, que fica a uns 5 metros de distância,não deixa!!!

- Iria criar-se alí um "ponto de lixo" -, complementou a pessoa da Limpeza Pública.

Passados uns 7 dias, a Limpurb ainda não me respondeu uma pergunta bastantesimples:O QUE É UM PONTO DE LIXO?

Pela frequência que as 2 ( duas ) cestas de lixo na área estão sendo esvaziadas, posso deduzir que "ponto de lixo" é igual a cesta de lixo!

É justo que um dono de banca de revista não queira cheirar lixo podre, nem desejeisso para a sua clientela... mas é justo obrigar a comunidade inteira a viver na imundice?

Que custa o varredor que supostamente passa duas vezes - antigamente era assim -varrendo a rua, esvaziar também as lixeiras no caminho?

O problema é que as lixeiras não são esvaziadas nem limpas todos os dias!É a economia pérfida que a prefeitura faz às custas de nós pagadores de IPTU de bairro nobre.

É essa a razão de ter uma distribuição ilógica e lunática de cestas de lixo na cidade!

Numa cidade, que quer sediar jogos de copa do mundo.

Fala sério!

Reinhard Lackinger
se sentindo agredido com cada lixo jogado no chão.

p.s. As 2 ( duas ) únicas lixeiras na área ficam no meio da praça, encobertas parcialmente pela banca de revista e onde praticamente ninguém circula.

Esperar que algum cidadão se dirige até lá para jogar o lixo é maluquice ou ingenuidade.
pps. Atrás daquela banca de revista é um "ponto de urina". É onde todo mundo se alivia!

pps2 A boca de lobo do lado oposto há meses está completamente selada por uma crosta de terra e - suponho eu - óleo.
Na próxima chuva teremos um tsunami na rua!

Aldous Huxley rides again







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Em seu romance "Admirável Novo Mundo", Aldous Huxley brinca com utopias.
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Ele fala de uma sociedade perfeita, na qual não há estresses provocados por problemas menores, como a paternidade, a maternidade, ou a paixão por um time de futebol e o medo de jamais conseguir uma estrela sequer na camisa do clube do coração.
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Uma sociedade dividida em seres Alpha, Beta, Gama, Delta.. com cada um conhecendo o seu lugar e feliz... com a ajuda de hipnose e umas drogazinhas de nada.
A história de "Admirável Mundo Novo" passa num mundo plastificado, estéril, asséptico, meio sem vida e completamente controlado, que se parece muito com um Shopping Center e um Condomínio Fechado tipo Alpha-World.
Importante notar, é que o tal "Admirável Mundo Novo" não ocupa toda área do planeta.
Há lugares nesse mundo, considerados pelos líderes e magnatas imobiliários, sem condição alguma para serem desenvolvidos. Essas áreas, ao sul do Texas, ao Sul de Gibraltar e a leste de Hodmezövasahely, são considerados reservas indígenas e só servem como atrações turísticas.
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Nessas reservas, pessoas ainda têm filhos, ainda crêem em Deus, ainda têm um monte de dúvidas e até escrúpulos. Nessas reservas ainda há vida, tavernas transadinhas como o Bistrô PortoSol, com as pessoas usando todo o seu potencial... isto é, braços, pernas e coração para amar, comer gostoso, se virar para sobreviver e torcer pelo Baêêêa.
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Algum dia, visitando o Mercado Modêlo, li numa das paredes que Aldous Huxley havia estado em Salvador.
Não lembro a data. Deve ter sido depois de escrever "Admirável Mundo Novo".
Caso contrário, eu poderia pensar que Huxley teve uma premonição.
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Salvador, ano 710 AF e um dia depois de inaugurar mais um Shopping Center
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Reinhard Lackinger
taverneiro Alpha ++ ;-))

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Questão de postura




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Nossa cultura, a depender do momento, exige certa liturgia.
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Dificilmente você verá um padre católico celebrar uma missa solene, vestindo a mesma roupa com a qual ele anda na rua.
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Dizem, que é a coroa na cabeça que dá ao soberano a postura real... e você já viu algum coronel matutão sem aquele chapéu preto?
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Nós austríacos somos bons nesse cerimonial da roupa adequada para cada ocasião e para cada ambiente.
Conta-se que no chiquérrimo Hotel Sacher de Viena, nos anos 60 do século passado, o multimilionário e famosíssimo regente Herbert von Karajan foi barrado ao querer entrar num ambiente, onde a gravata era obrigatória.
Karajan, como se sabe, só andava com blazer e sueter com gola rolé.
Lá, um reles empregado barrou o figurão, enquanto por aqui até o dono do estabelecimento iria borrar-se até o pescoço... de admiração, subserviência e medo...
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Penso nisso toda vez que percebo gente seminua, sem camisa em espaços mais ou menos populares como supermercados, apesar da proibição estampada em letras garrafais bem na entrada.
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De gente com corpo coberto decentemente se espera um comportamento civilizado e não invasivo, enquanto que uma pessoa seminua parece estar vestida para gandaia, pronta para zoar e aprontar todas!
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Penso nisso, enquanto me lembro do fechamento do glamouroso Hotel da Bahia, enquanto o Hotel Sacher vai muitíssimo bem, obrigado!
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Epílogo... Penso também nos outros hotéis de Salvador, que já viram dias melhores e principalmente noites mais calmas, mais "família" ...isto é, sem rameiras, sem putas, para quem ainda não entendeu onde quero chegar.
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Basta olhar em volta, vendo a bagunça na rua, a imundice e a poluição sonora, para descobrir o porquê Salvador não é destino para turista tipo caixa alta, como por exemplo Mônaco, como Nice, Corfú, Marbella etc.
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Belezas natuaris e arquitetônicas temos de sobra!
Também temos o melhor mar para velejar, uma história e uma cozinha interessantíssima, ganhando de qualquer outra cidade do mundo!
Só que são os outros, que vem faturando alto com turismo... não nós!
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Pois é, me corta o coração vendo o pedaço mais lindo do sistema solar, servindo apenas de cenário porno-erótico para gringos tipo "pé-sujo", sem modos, sem cultura e sem grana, se enrolando com sacizeiros locais e putas, ao som exageradamente amplificado do que temos de pior na MPB.
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Enquanto o poder público insistir nessa soap-opera horrível, nessa tragicomédia de péssimo gosto, vamos continuar perdendo bilhões em receita com turismo de qualidade.
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"Pé de chinelo" seminu sendo tolerado em supermercado, mostra bem às quantas anda a nossa auto-estima.
Gerente de supermercado prefere ganhar uma merreca, mesmo sabendo que com essa falta de postura pode afugentar cliente bom e habitué.
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Não nos faltam apenas turistas de qualidade.
Antes disso necessitamos de políticos de qualidade, com postura de gente grande... e coragem para"peitar" as nulidades que nos últimos anos se adonaram da Barra!
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Basta tirar a muvuca da Barra, da Ondina... e as putas fuleiras, garotos de programa... e os sacizeiros sumirão por si, deixando espaço livre para novos equipamentos hoteleiros e turistas classe "A", fequentadores em potencial do Bistrô PortoSol, é claro!
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Quem ainda não entendeu o que quero dizer com este texto, basta vir ao Bistrô PortoSol e conferir a frequência. para saber o que eu chamo de cliente classe "A"!
"Turistas" nota 10 daqui mesmo, soteropolitanos ou não, brasileiros, gente finíssima, viajando através do cardápio austro-húngaro, a botdo de uma nau chamada Bistrô PortoSol, com uma tripulação diferente de tudo que você já viu... a começar pelo taverneiro ;-)))

domingo, 7 de novembro de 2010

Confissões de um taverneiro-leão de chácara


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O que é melhor?
Tropeçar no caminho certo, ou marchar elegantemente na direção errada?
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Penso nisso, de olho nas mudanças que ocorrem neste nosso país agorinha mesmo!
Há 28 milhões de novos consumidores na praça!
Será que a administração pública está preparada para essa situação?
Será que algum prefeito já se preocupou com a enxurrada de lixo, de xixi e de cocê que vem por aí?
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Preconceituoso como sou, percebo logo uma semelhança importante nos donos de supermercados e administradores públicos.
Prefeito e governador parecem tolerar todo tipo de desordem, evitando indispor-se com bagunceiros, Sujismundos, mijões e invasores de áreas de risco... vendo neles eleitores em potencial,
e donos de supermercados permitindo que gente seminua e sem camisa circule nas lojas, ostentando atualmente comportamentos estranhos... Novos consumidores, que até ontem compravam retalhos de alimentos alí mesmo na vendinha na invasão - eta ferro, quanto preconceito - para fazer um sobe-desce, agora fazem supermercado como "gente bem" hehehe, dividindo os corredores de supermercados e filas nas caixas conosco... hehehe
Quem nunca comeu melado... sacumê.. hehe
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Sei que passamos uma fase, que os academicos chamam de "demanda reprimida"!
Já vi esse filme no pós segunda guerra lá na Áustria... e sei que toda essa balbúrdia, esse comportamento estapafúrdio, é passageiro.
Faz parte do processo de acabar com a miséria, com as loucas desigualdades ainda encruadas no tecido social do Brasil.
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Mas na prática e de perto, essa teoria é ligeiramente diferente...
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Lá ia eu ontem em busca de um creme de barbear numa loja do maior supermercado da praça. Diante da gôndola havia um sujeito, que o meu olhar preconceituoso de imediato identificou como sendo um dos emergentes, com o buraco da calça cheio de "Bolsa Família". hehe
O carinha pegava da prateleira uma por uma das latas de desodorantes-spray, borrifando membros e tronco, só para sentir o perfume.
O corredor cheirava fortemente a quarto de puta.
Fugi imediatamente para não me contaminar!
Será que na Perini vendem Creme de Barbear?
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Da mesma forma como há vendinhas, lojas, supermercados e boutiques, com mercadorias e clientela diferentes, há também bares, botecos, barzinhos, boites e restaurantes.
( há "bibocas" vendendo o latão de cerveja a 1 Real... e há restaurantes diferentes e exclusivos como o Bistrô PortoSol )
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Diferentemente dos gestores públicos e donos de supermercados, cuido de meu público alvo!
Não permito que eventuais "não-clientes", que não compreendem a proposta do Bistrô PortoSol perturbem a nossa seleta clientela, nem profanem o nosso espaço transadinho..
Não vou por o nosso restaurantinho temático e super-familia em risco, só para vender algumas das nossas cervejas bem geladas para gente folgada vindo da praia, querendo apenas enfiar o pé na jaca, beber e bagunçar.
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Posso tropeçar de vez em quando, mas sei que estou no caminho certo há 9 ( nove ) anos!
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Prost!
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Reinhard Lackinger
taverneiro e leão de chácara
p.s. Não se caracteriza "venda casada", quando posso provar que não disponho de estrutura para vender só bebidas.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

História de um presépio


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História de um presépio
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Hoje quero contar uma história sobe um presépio, que pode ficar em São Paulo, em Florianópolis ou em Itaquaquecetubamonhangaba.
Um lindo presépio, com figuras esculpidas à mão pelos artistas hábeis de Treze Tílias.
No meio dele, o menino Jesus e o casal Maria, mãe de Deus e São José.
No fundo, boi e jumento.
Perto da estrela guia de Belém, que ficava na cumieira do estábulo e caiu ano passado, à beira do telhado, há os dois anjinhos portando harpa e trombeta.
O entorno da manjedora está cheio de pastores com suas respectivas ovelhas.
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O grupo de crianças, que costuma cercar o presépio durante a época de natal, tem ficado pequeno com o passar dos anos.
Os olhos da meninada diante dele já não brilham como antes.
Elas parecem fitar apenas as palmas das próprias mãos, que emanam silvos estranhos, parecendo o piar de pintos eletrônicos.
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Na semana que antecede o primeiro domingo de advento, o capelão, ajudante do vigário decidiu adicionar às antigas imagens de madeira, figuras de Playmobil e outros "clássicos" famosos do universo dos brinquedos.
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Resultado: as crianças ficaram estupefatas e sem fala, enquanto os adultos faziam diversos comentários.
Um idoso achou que o Tyrannosauro rex não combinava com o ambiente, mas o senhor vigário estava contente.
Há muito tempo ele não via tantas crianças e até adultos diante do presépio de sua igreja.
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- Figuras de animais utilitários, criaturas mansas e imitações de gente pacata e ordeira podem permanecer -, disse dona Porcina Porciúncula Stronzo, puxadora do terço durante o rosário. - Criaturas de Deus, tudo bem, mas bestas feras e monstros devem ser retirados já -, concluiu ela com timbre alterado.
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O capelão, um idealista apaixonado pelo "social", aproveitou a discussão para comparar as figuras rejeitadas entre as peças Playmobil com os beneficiários do bolsa família e novos consumidores, atualmente disputando o espaço em supermercados com "gente bem"...
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- Está tudo bem -, disse o senhor vigário, botando panos quentes. - Está tudo bem... mas uma Barbie seminua realmente não cabe no local. Alem disso, acho que não foi uma boa idéia querer compensar a ausência da estrela de Belém com a do PT.
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Reinhard Lackinger

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A história do Trigo na Bahia




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A foto acima mostra o Eng. Haroldo Lopes de Sá
O texo a seguir é de Pedro Gabrielli, colega e amigo de Haroldo Sá.
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Campanha do Trigo na Bahia.
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A população da Bahia desconhece que já houve colheita de trigo em duas safras recordes no governo de Octávio Mangabeira, sob o planejamento e supervisão do engenheiro Haroldo Lopes de Sá, então Secretario das Municipalidades e membro da Comissão de Planejamento Econômico do governo, na gestão de Rômulo Almeida.
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Por ser uma região rica em calcário, com terrenos típicos para a colheita de cebola, uva e trigo, foi selecionada uma grande área no vale do rio Jequiriçá, na cidade de Jaguaquara, junto aos vales do Paraguaçu e do S. Francisco, para o plantio pioneiro de trigo.
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O sucesso foi tremendo!
Porém a colheita foi sabotada pelos grupos que dominavam (dominam ainda hoje?) a importação do trigo canadense e argentino.
Houve um boicote às maquinas colheitadeiras, para que o trigo germinasse e se perdesse no talo, uma vez que, se não colhido quando maduro, apodrece e perde-se no pé.
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Nessa época, o ministro da educação era o dono e fundador do Jornal A TARDE, Ernesto Simões Filho, que utilizando seu prestigio de ministro do governo, rompeu todas as barreiras e conseguiu as máquinas que propiciaram a inauguração da primeira moagem do Moinho Salvador, recém instalado em nossa Cidade.
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O trigo foi colhido em duas safras, quando os melhores resultados canadenses e argentinos se restringem a apenas uma anualmente.
Segundo dados da época - anos quarenta e inicio dos cinqüenta - os três vales citados teriam condições de abastecer todo o Brasil e América Latina do grão tão precioso.
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Com a saída do Engenheiro Agrônomo Haroldo Sá do empreendimento, o projeto foi esquecido e retomado o dispendioso esquema de importações da commodity que representava (representa?) a segunda maior pauta de gastos de divisas do Brasil.
Lamentável.
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Pedro Gabrielli

sábado, 30 de outubro de 2010

we don´t need another hero











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We don´t need another hero!
Lembra daquela canção de Tina Turner?
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Será?
Será que podemos viver sem heróis?
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Toda hora ouço gente falar do melhor cirurgião, da melhor designer de dessous, do melhor colégio, do hospital mais bem equipado, do político mais honesto, do melhor restaurante groenlandês, do melhor estilista, do melhor produtor de vinho espumante etc.
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Por que será que temos essa mania insana de nos ludibriar, de nos entupir com essas autosugestões?
- Faz bem para o ego -, dizem entendidos.
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O problema é que essa babaquice tipo curso primário não para por aí!
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A coisa fica realmente complicada quando inventam moda, entrevistando essas celebridades mais ou menos efêmeras, fazendo com que jogadores de futebol, nulidades do axé, ex-BBB e top models respondam perguntas sobre qualquer assunto.
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Não basta ser o melhor jogador de futebol do mundo, é preciso saber opinar sobre política, sobre fados cantados por Fafá de Belém, sobre os quesitos de história do próximo ENEM.
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Isso não é justo nem para a celebridade, muito menos para nós que assistimos a esse espetáculo.
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Fechando esse assunto, quero dizer que nós soteropolitanos temos o melhor prefeito de todos os tempos e de todos os municípios do Brasil.
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Reinhard Lackinger
o maior mentiroso do planeta

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Frankenstein rides again
















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Não só a França nos dias de hoje parece estar com dificuldades.
Toda Europa, para falar sem rodeios e num português um tanto chulo, toda Europa está "no cu da cobra".
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Não falo de reflexos da crise financeira de 2008 e sim de uma avalacha de vantagens, que os governos empurram com a barriga há décadas.
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Nos anos 60, com o "milagre econômico" tomando conta da Europa Central, os sindicatos conseguiram enormes avanços sociais... e os governos viram nisso uma belíssima oportunidade de sair bem na foto. Tipo assim, dando 10% de aumento para os aposentados, decimoterceiro para quem recebe bolsa família e aumentando o salário família para R$600,00
Essa não foi uma boa comparação... Na verdade, uma péssima piada... mas não pude evitá-la! hehehe
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O fato é que na Europa Central se criou um novo monstro de Frankenstein!
Um Zé Ninguém mais ou menos alfabetizado e ocasionalmente desempregado, com um poder de compra extraordinário e para lá de invejável!
Você conhece esse tipo.
É o turista que vem à Bahia comer as putinhas e para ser comido pelos garotos de programa.
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De repente esse monstrinho paparicado pelo governo e criado com vó vê o papai... ou melhor, a "mamãe estado" se transformando em madrasta... e a idade de se aposentar aumentar de 60 para 62 anos...
Só para você saber, o cara trabalha por semana umas 35 horas maomeno,.. isto é 10 horas a menos que trabalhador brasileiro.
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Qual saída do monstrinho de Frankenstein modelo 2010?
Ele faz greve! Ele provoca quebraquebra nas ruas de Paris.
Berlim, Viena, Roma etc. já estão botando as barbas de molho.
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Será que basta cortar o certo exagero acumulado nas vantagens sociais dos que se encontram na base da pirâmide?
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Como está o clima no topo da sociedade?
Que sociedade? Já não há solidariedade aparente ligando os pobres com os mais ricos.
Os ricos estão cagando para os mais pobres, mandam os filhinhos para colégios caros na Suiça, conversam com eles num inglês maomeno artificial e se escondem em suas mansões, em seus clubes, falando mal da plebe ignara e do enorme peso do custo social, enquanto ganham cada bonus gordo e irreal dos bancos onde trabalham e sonegam impostos, com seus nomes gravados em CDs vendidos para o fisco alemão e austriaco, com dados obtidos ilegalmente em bancos suiços...
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Ainda bem que no Brasil não há nada disso!
Por aqui não há nenhum monstro de Frankenstein!
O trabalhador continua modesto e o rico se empenha cada vez mais em diminuir a distância que o separa do pobre.
Às vezes há apenas um murozinho de menos de 8 metros de altura entre a casa do rico e a habitação maomeno improvisada do pobre!
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Como você vê, não compreendo nada de sociologia... e de economia entendo apenas o que tem a ver com o preço da batata, da cebola, da carne, das salsichas, da cerveja, do vinho...
Coisa de taverneiro!
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abraços gastro-etílicos
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Reinhard Lackinger

Era uma vez na Áustria
















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... ou melhor, na Hungria, em tempos do império do Danúbio..., a apenas duas léguas de beiço a sudeste de Viena!
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Naquela época havia um barão e dono de terras muito rico, chamado Imre Hidekuti, residindo em sua casa na localidade de Hodmeszövasahelyutasipuszta.
Enquanto os outros fazendeiros ricaços contabilizavam sua riqueza em quantidade de ovelhas, o barão Imre Hidekuti tinha tantos e gigantescos rebanhos, que se limitava a contar o número de pastores...
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Todo dia pela manhã bem cedinho, o barão saía de casa, usando roupas limpinhas e botas impecavelmente engraxados. Quem cuidava das roupas e das botas, era o fiel servo chamado Ferenz Lakatos.
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O barão, depois de tomar café com pães queijo cigano, presunto, ovos quentes e letscho, ia montando no cavalo para voltar depois de percorrer sítios de sua propriedade, lá pelo no início da noite, com as botinas todas enlameadas.
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Num certo dia pela manhã, o barão achava suas roupas amarrotadas e as botas com a lama do dia anterior.
Questionando o servo, querendo saber o porquê desse desleixo, Ferenz Lakatos explicou ao patrão o seguinte:
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- Para que limpar o pano das roupas e engraxar o couro das botas todos os dias, se no fim da jornada estará tudo sujo de novo? -
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- Está certo! -, disse o barão, pos as roupas sujas e calçou as botas enlameados e foi embora, levando a chave da dispensa consigo.
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- Mas patrão -, disse Ferenz Lakatos, o servo. - Se o senhor levar a chave da dispensa, como eu vou comer? -
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- Você quer comer para que, se no fim do dia vai estar novamente com fome?
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Moral da história: Para que pagar IPTU para uma administração municipal, que nos apresenta permanentemente uma cidade suja e sem ordem?
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Mylada Barackpalinka dos Santos

Depoimento de Haroldinho Sá


Para as pessoas da minha geração, que vivenciaram os anos duros da ditadura civil/militar, participaram das passeatas estudantis contra o regime, tomando porrada e inalando gás lacrimogêneo da polícia;
que eram vigiados nos seus colégios por agentes infiltrados passando-se por colegas;
que foram jubilados dos seus colégios e universidades ou demitidos dos seus empregos por participação em movimentos políticos defendendo o Estado de Direito e a Democracia;
que eram obrigados a comparecer uma vez por mês na Polícia Federal onde eram submetidos a um pequeno interrogatório que lhes dava o direito de renovar a “Carteira de Censura” (documento criado pela ditadura para que músicos e demais artistas pudessem trabalhar);
que tiveram suas obras censuradas de maneira ridícula e que antes da estréia de qualquer espetáculo, seja um show de música ou uma peça de teatro até mesmo infantil, tinham que fazer uma apresentação de todo o trabalho para meia dúzia de censores que, após o término dessa apresentação “particular”, autorizavam a sua exibição, muitas vezes impondo ressalvas;
que foram torturados ou perderam as suas vidas e/ou de seus familiares;
que saíram às ruas nas campanhas das “Diretas Já”, para resgatar o direito de escolher o nosso Presidente, direito esse cassado durante 25 anos;
que arriscaram os seus empregos, defendendo as nossas Estatais da roubalheira das privatizações, deixando de receber salário e férias, determinado pelo TST num julgamento político e cúmplice;
que mais recentemente saíram às ruas enfrentado mais uma vez a Polícia Militar, essa do então Governador da Bahia Paulo Souto, para pedir “Fora ACM”, depois que este foi flagrado violando o Painel de Votação do Senado e teve que renunciar covardemente para não ser cassado.
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Para essas pessoas, repito, é fácil entender o momento histórico pelo qual estamos passando hoje e quais os seus possíveis desdobramentos e os riscos que estamos correndo.
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Difícil para alguns jovens e outros não tão jovens, que “chegaram” e encontraram “tudo pronto”, não se interessaram em conhecer a história recente do seu País e não tiveram incentivos dos pais que, por razões “particulares”, não vivenciaram, muito menos ajudaram a construir essa história.
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Interpretar esse momento histórico pelo qual estamos passando é exigir demais daqueles que conheceram a Disney antes de conhecerem o interior seco e miserável do Ceará, onde adultos e crianças nos anos oitenta morriam na beira da estrada pedindo água aos motoristas que passavam, de conhecerem a beleza natural da Chapada Diamantina ou a dos Guimarães, de conhecerem o sertão da Bahia pessoalmente (pobre e riquíssimo em história) tampouco no Livro de Euclides da Cunha que nunca leram.
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É quase impossível para essas pessoas entenderem o significado da palavra retrocesso.
Elas, que tiveram oportunidade de estudar no Exterior e nada aprenderam sobe o seu País; que vão à Miami todo mês comprar enxoval ou fazer supermercado;
que não sabem quem foi Hélio Oiticica ou Glauber Rocha, Vladimir Herzog ou Carlos Lamarca; que não leram e/ou nunca ouviram falar do livro “Brasil Nunca Mais”;
que não sabem o significado real da palavra DEMOCRACIA;
que não sabem que não sabem, porque não lhes interessa saber, comem quantas vezes quiserem por dia, têm e sempre tiveram ajudas financeiras dos pais e avós, não precisam se preocupar, se o salário mínimo vai dar para alimentar a sua família (sabem o valor porque pagam, não porque recebem) e porque, seja quem for o próximo Presidente, pensam que a sua vida jamais será abalada, pois “todos são ladrões” e o seu automóvel é blindado”.