domingo, 31 de janeiro de 2010

A maldição da "muvuca"

Por que será que países, do que lugares com um litoral bem menos atrativo do que o nosso ganham do Brasil de goleada em receitas com turismo?

Falo da Espanha, da França, da Itália, da Grécia... embora nossos campos lindos tenham mais flores, o extenso litoral um clima mais agradável, águas mornas do mar, areias finas das praias, sem falar do custo de vida... que só não é mais atrativo por causa do serviço precário oferecido pela nossa "indústria sem chaminés".

- Ah, nós temos o melhor e o maior carnaval do mundo -, dizem os "muvucocratas", ganhando horrores, enchendo apenas os bolsos deles e de seus sócios dentro e fora do governo!

Será que eu estou tão equivocado em dizer que lugares como Marbella, Cagnes-sur-mer, LignanoSabbiadoro ou Palaiokastritsa têm uma receita per capita com turismo inúmeras vezes maior do que Salvador, justamente por não haver por lá nada comparado com a nossa "muvuca" ?

Você não vai querer comparar o nosso inferno tacanho como o mardi gras de New Orleans, não é?

Você já reparou que desde que inventaram de colocar o carnaval na Barra, ou seja, o inferno no que os "muvucocratas" transformaram o carnaval, nenhum novo hotel de luxo foi construído ao longo do circuito Barra-Ondina?
Hoteleiro não rasga dinheiro!
Muito menos turista de bom nível sócio-econômico.
Nenhum hoteleiro vai investir num equipamento para turista de porte-monnaie recheado de dólar ou euro, sabendo que vai haver "muvuca" barulhenta e fedorenta na porta, de lado de fora da janela dia sim, outro também!...

E não me venha dizer que Espanha, França, Itália, Croácia e Grécia faturam mais com turismo porque ficam mais perto da terra natal dos turistas.
Perdemos de goleada até de países do sudeste da Ásia, da Tailância etc., lugares bem meis longe que o Brasil!
Por que? Porque por lá a estrutura turística e hoteleira é melhor do que aqui!

Turista bom quer conforto e segurança. Segurança de poder conversar com você numa língua que ele entende. Até turista esquimó fala inglês...

Diante dos ouvidos de minha imaginação ouço gente dizer: "Que nada... tudo besteira... o bom é erguer um camarote em frente de hotéis decadentes e em cima de bombas de combustível e haja grana... até quando... hasta quando, hasta quando... aumentando o som do meu CD-player, curtindo a voz rouca de Nat King Cole... para não ouvir nosso dinheiro sendo rasgado por não sabermos como ganhá-lo com turismo de qualidade, como fazem a Espanha, a França, a Itália...!!!

Reinhard Lackinger
posgraduado em administração hoteleira

sábado, 30 de janeiro de 2010

Visão do Inferno no Porto da Barra

Mais um fim de semana com eventos na Barra... mais um show no Porto da Barra. ( 29/1/10 )

Resultado: "3 latão de Skol ou Schin por 5 Reais"... e depois de encher a cara, o povaréu insiste em fazer pipi no sanitário limpinho e cheirosinho do Bistrô PortoSol.
A grande maioria mija na rua mesmo e o fedor permanece até hoje, sábado, já que nenhum carro passou para lavar a Rua Barão de Sergy, Barão de Itapuã etc.
Visão do inferno especial: uns dois sanitários químicos colocados no passeio da Praia do Porto vazando "trocentos" litros de urina para inundar a rua toda...
A rua cheia de lixo, um fedor medonho.
Dos sacos de lixo amontoados na praia ainda de madrugada não vou nem falar.

Até quando vão fazer da Barra o mictório da cidade?
Até quando essa gente vai mandar e desmandar impunemente em Salvador?

Para o SOS-Barra e qualquer outro grupo que queira por ordem na Barra, essa foi mais uma oportunidade perdida para demonstrar a nossa indignação com eventos predatórios na Barra!
Vambora fazer um "escarcéu da porra" toda vez que o poder público ousa usurpar nosso lindo
bairro... e justamente durante o evento, colocando água no chope dessa gente ordinária!
Enquanto isso, as senhoras da AMABARRA devem estar redigindo mais um ofício que acabará
mofando numa gaveta de repartição pública... imagino eu.

É melhor usar a boca para comer do que para falar bobagens!

Fala-se tanto sobre a ponte SSA-Itaparica!
Muita gente apoia a fala do João Ubaldo, que está caduco faz tempo!
Quem achar que Itaparica ainda é o paraíso bucólico de outrora, também é!
Quantos assaltos, estúpros, arrombamentos acontecem na ilha a cada dia?

Eu pessoalmente sou contra qualquer obra faraónica... pelo menos enquanto o
nosso poder público não for capaz de cuidar dos mínimos detalhes para garantir
uma ordem básica,
colocando cestas de lixo em cada esquina, em cada ponto deônibus, sanitários
públicos ( Salvador possui nenhum !! ) gente fardada para coibir desordem
pública, multando quem mije na rua, quem jogue lixo no chão etc.

E chega também de chamar côrregos podres e fétidos de rios!!!

Enquanto não se evita que malocas sejam erguidas diariamente, com gente
obrando e mijando, com a podridão descendo morro abaixo até o ponto mais
baixo do vale, até o tal "rio", para mim só há esgoto e um punhados de lunáticos descompreendidos!

O mesmo se aplica às pedras portuguesas do passeio da Barra!

Em vez de falar um monte de bobagens, essa gente deveria usar a boca para
comer gostoso no Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm.

Reinhard Lackinger

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Viva a diversidade brasileira

Iwé lori tabili terceira e última parte... por enquanto

Em português baiano usamos diversas palavras que vem do Yorubá, outras tantas de etnias como kikongo, bantu e de "trocentas" outras etnias africanas. e indigenas.

Exemplo 1: você chama por alguem assim: "fulanooo"... e a resposta é: "eim"!
Sabe-se que uma das formas de dizer "sim" em Yorubá é "eim"... outra "béè ni" etc.

Exemplo 2: certamente já escutou alguém dizer que bebeu uns "goró"!
Sabe-se que aguardente em Yorubá significa "ogógóró".

Exemplo 3: a palavra fofoca também vem do Yorubá: fofoca = "ofofó"; o fofoqueiro = "olofofó".

Quando cheguei no Brasil, o pessoal logo se encarregou de me ensinar umas coisas feias.Em Yorubá não tem muita coisa feia que eu conheça. Nada de "buburu pupó"!"Mo fé to", talavez, o que significa "Eu quero fazer cocô".... ou então... "jokó l´okó"... "joko" = sentar. "okó" é o membro viril... ;-))

Complicado a coisa fica para quem fala português, quando um visitante pede licença ao entrarem sua casa:"Agó nile ó" ..."ago" = licença. "ilé" = casa.
Onile = o dono da casa tem que responder algo assim...:
"Onile k´agó". ;-)

ifenokonun fun ó

Reinhard
onileounje ni Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm
doido para irar férias durante o carnaval, indo à St. Catarina, onde o linguajar já é bem diferente.Lá, a gente é capaz de ouvir algo assim: "Mach die janellen zu, es chuft".Viva as diversidades neste país maravilhoso.. apesar dos pesares e dos pequenos diabos no Paraíso!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

cadê Canô

Vendo de relance imagens da missa da padroeira de Nossa Senhora da Purificação senti a ausência de pessoas que sempre foram mostradas em primeiro plano.

Agora que nosso "Toninho" foi para o andar de cima, as equipes da TV direcioaram suas objetivas para a família Veloso.

Viu você?

um novo canibalismo

Já havia reparado fortes indícios de um novo canibalismo ao presenciar numa roda de amigos e parentes a conversa envolvendo restaurantes de Salvador.Em vez de elogiar ou criticar os sabores e a apresentação dos pratos e os serviços, falou-se exclusivamentesobre a quantidade de gente que cabia nesse ou naquele recinto, quantos garços, maîtres, cummis, além de chefe de fila, cozinheiros e demais auxiliares que havia à disposição do gerente da casa.
A comida em si não parecia ter importância alguma e sim a quantidade de gente. Uns servindo, outros comendo.

Agora, vendo na TV de raspão flashes do Festival de Verão, tenho a mesma impressão, sinto ter que constatar novos sintomas desse tal neo-canibaismo!
Mais do que a voz daquelas sacerdotizas siliconadas e sacerdotes descabelados com ou sem tranças postiças e igualmente desmiolados, berrando para uma mutidão de fiéis seguidores desse "neo-canibalismo-neo-panteismo", parecem importar principalmente os músculos das "cantoras" e dos "cantores", gente sarada comandando do alto de palcos fixos e trios elétricos uma liturgia simplória, repetindo ao longo do percurso gestos e gritinhos que lembram os nativos das ilhas vizinhas da de Robinson Crusoé...: mãos para cima, bunda para trás, ralando a "checa" no chão...

Os "pernis de porco" de Ivete, as carnes malhadas e as tetas turbinadas das demais nulidades não me deixam mentir!

e tenho dito

Reinhard Lackinger

p.s. para falar de gastronomia séria: http://www.reg.combr.net/bistro.htm

É Ku onipresente

Iwe lori tabili segunda parte

Falando sério, em algum outro estado da União você se depara com tais peculiaridades lingüisticas baianas... merecendo até tremas no "u"?
Só na Bahia se responde um "Boa Noite" com "Booooa", isn´t it?Em qualquer outro lugar no Brasil. de Pelotas a Boa Vista, de Letícia a Macaé, as pessoasrespondem com outro "Boa Noite"!

Gente, o nosso "BOOOA sonoro vem do Yorubá!
Em Nagô há KU pra toda obra... Explico::: Ku em Nagô, em Yoruba, siginifica morte e toda saudação nagô é pautada na mesma idéia:"que você não morra nesta manhã", o que significa Bom dia, ou seja "É ku aaro!" ou simplesmenteÉkaaro"......e a resposta é invariavelmente "òóóó"
Durante o dia se ouve "É ku asan ó" e o eterno refrão não é outro a não ser... "òóóó"!
De noite não é diferente. é kíroleò, ou mais tarde ainda... É Ku alé ó.. é káleò...a resposta..."òóóó"!

Agora você sabe de onde vem o nosso "Boooa"!, pois sim!!!
Bom, agora você pode ir trançar os seus cabelos e as pessoas a / o saudarão: É Ku boróò...... antes que eu varra o Pelourinho com a cabeleira de um rasta descompreendio que pensa que as nossas raízes estão na Jamaika e não em Ifé e arredores!... e se de repente alguém sente vontade de trabalhar, se fala, É sishe ó!!!

Probelematica será a próxima lição de Yorubá! Problemática e um tanto cacofônica!!!

ifenokonun fun ó

Reinhardonileounjé ni Bistrô Portosol,
que enrola tanto o nagô quanto você, que pensa que sabe... Mesmo assim aposto que sabemos mais do que 90% das Ekedes de todo recôncavo baiano!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

homenageando os varredores de rua

Diante da lixarada medonha em nossas ruas, praças e passeios, em grande parte pela inexistência de lixeirasadequadas para a nossa cultura, tive uma idéia porreta.Peguei o avião e fui à Grécia, mais precisamente à Mecedônia e subi o monte Olimpo.. Uma caminhada assazcansativa para quem tem 130kg.

- Zeus - gritei ainda meio ofegante..
- Zeus, quero que você converta a pena de Sisifo em trabalho comunitário na Barra, lá em Salvador, Bahia! Repare, rolar aquele predregulho monte acima para escapar de novo antes do cume, rolar para baixo, a fim de ter que começar tudo de novo... não faz mais o menor sentido atualmente. Pior, a rocha, um dia, pode atingir e matar um turista alemão e vocês terão ainda mais problemas com a EU do que já têm...
Zeus, deixe Sisifo ir comigo para Salvador! Lá ele ganhará um macacão vermelhinho de varredor de rua e terá que livrar o chão de toda sujeira, de tudo que o pessoal joga fora displicentemente e sem pensar.
Zeus, lhe garanto que essa tarefa é bem mais útil do que o eterno castigo de Sisisfo por aqui. Mais útil e mais inútil ao mesmo tempo, já que depois de varrer a rua diante de nosso restaurantiho temático de culinária austro-húngara, ele terá que começar tudo de novo para remover copos de plástico, latas de cerveja, papéis de acarajé e embalagens de coisas que os nossos "novos consumidores" passaram a comprar...


- ENTAXI - a voz grave de Zeus rasgou o silêncio assustador daquelas plagas e eu, sabendo que "entaxi" quer dizer "de acordo", fui procurar Sisifo.

Quando você se dirigir de hoje em diante até a Barra e ver um varredor de rua, é bem capaz que seja Sisifo!

É claro que Zeus não deixou barato, querendo um substituto para eventos especiais para turistas. Sugeri o nomede Boris Casoi... Talvez devesse sugerir o nome do preposto da VEGA, responsável pela coleta do lixo da orla enquanto ainda há consumidores nos bares e restaurantes...mas esse cara eu já havia mandando para outro lugar...

Reinhard Lackingerp.s. isso e muito mais no meu blog http://reinhardlackinger.blogspot.com/

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Beleza nossa

Iwe lori tabili primeira parte

Vendo a reportagem do concurso da "Deusa de Ébano", com aquelas belas mulheres, suas roupas afro, a dança da vencedora, disse para mim em yorubá:"emim fé gbogbo aja imolara dúdú", o que quer dizer mais ou menos que adoro a cultura negra, aliviado por não terem levado àquela festa adereços de orishas. Achei interessante a fala da vencedora do concurso, que repetia palavras como ancestralidade, consciência negra, me lembrando de epiódios em que tentava puxar um papo em yorubá com gente que eu pensava que soubesse falar nagô. "Sou Brasileiro", "sou Brasileira", era a resposta comum... Só uma baiana de acarajé lá na Vila Matos chegou a alimentar o meu papo maroto. Eu disse sobre uma garota que passava que aquela era uma "omobirin darádará" uma menina bonita!" O Yorubá é a língua de uma das etnias mais importantes da Bahia. Seria bom que idiomas como Yorubá, Kikongo, Fon etc. tivessem maior apoio e fizessem parte do "aja imolara dúdú" de nossa sociedade. Enquanto issó, muita gente continua pronunciando um só termo em nagô: "axé"! É o "meu axé" pra cá,e "seu axé" para lá... Há anos espero que usem também a palavra "alãfiá" = paz! Alãfiá fun gogbo ara basíì.
Reinhard Lackinger
onilê ounjé Bistrô PortoSol
p.s. "Iwé lori tabili" = "The book is on the table".

Coisas do Carnaval de Salvador

Enquanto se proibe cigarros acesos e até conversas ao celular em postos de combustíveis, durante o carnaval parece haver um curioso armistício, uma espécie de defeso deveras conveniente.Só assim para entender a transformação de postos de gasolina em bares e até em camaroteao longo do circuito Barra Ondina.
Com o costumeiro "chupabeiço". beija-beija e campeonato mundial de troca de saliva aosom de trios elétricos acontece o mesmo.Nessas horas inguém pensa mais em Gripe Suína, muito menos em Meningite C.
Morrerei sem entender esta terra apaixonantemente louca.