sábado, 30 de outubro de 2010

we don´t need another hero











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We don´t need another hero!
Lembra daquela canção de Tina Turner?
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Será?
Será que podemos viver sem heróis?
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Toda hora ouço gente falar do melhor cirurgião, da melhor designer de dessous, do melhor colégio, do hospital mais bem equipado, do político mais honesto, do melhor restaurante groenlandês, do melhor estilista, do melhor produtor de vinho espumante etc.
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Por que será que temos essa mania insana de nos ludibriar, de nos entupir com essas autosugestões?
- Faz bem para o ego -, dizem entendidos.
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O problema é que essa babaquice tipo curso primário não para por aí!
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A coisa fica realmente complicada quando inventam moda, entrevistando essas celebridades mais ou menos efêmeras, fazendo com que jogadores de futebol, nulidades do axé, ex-BBB e top models respondam perguntas sobre qualquer assunto.
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Não basta ser o melhor jogador de futebol do mundo, é preciso saber opinar sobre política, sobre fados cantados por Fafá de Belém, sobre os quesitos de história do próximo ENEM.
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Isso não é justo nem para a celebridade, muito menos para nós que assistimos a esse espetáculo.
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Fechando esse assunto, quero dizer que nós soteropolitanos temos o melhor prefeito de todos os tempos e de todos os municípios do Brasil.
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Reinhard Lackinger
o maior mentiroso do planeta

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Frankenstein rides again
















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Não só a França nos dias de hoje parece estar com dificuldades.
Toda Europa, para falar sem rodeios e num português um tanto chulo, toda Europa está "no cu da cobra".
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Não falo de reflexos da crise financeira de 2008 e sim de uma avalacha de vantagens, que os governos empurram com a barriga há décadas.
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Nos anos 60, com o "milagre econômico" tomando conta da Europa Central, os sindicatos conseguiram enormes avanços sociais... e os governos viram nisso uma belíssima oportunidade de sair bem na foto. Tipo assim, dando 10% de aumento para os aposentados, decimoterceiro para quem recebe bolsa família e aumentando o salário família para R$600,00
Essa não foi uma boa comparação... Na verdade, uma péssima piada... mas não pude evitá-la! hehehe
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O fato é que na Europa Central se criou um novo monstro de Frankenstein!
Um Zé Ninguém mais ou menos alfabetizado e ocasionalmente desempregado, com um poder de compra extraordinário e para lá de invejável!
Você conhece esse tipo.
É o turista que vem à Bahia comer as putinhas e para ser comido pelos garotos de programa.
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De repente esse monstrinho paparicado pelo governo e criado com vó vê o papai... ou melhor, a "mamãe estado" se transformando em madrasta... e a idade de se aposentar aumentar de 60 para 62 anos...
Só para você saber, o cara trabalha por semana umas 35 horas maomeno,.. isto é 10 horas a menos que trabalhador brasileiro.
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Qual saída do monstrinho de Frankenstein modelo 2010?
Ele faz greve! Ele provoca quebraquebra nas ruas de Paris.
Berlim, Viena, Roma etc. já estão botando as barbas de molho.
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Será que basta cortar o certo exagero acumulado nas vantagens sociais dos que se encontram na base da pirâmide?
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Como está o clima no topo da sociedade?
Que sociedade? Já não há solidariedade aparente ligando os pobres com os mais ricos.
Os ricos estão cagando para os mais pobres, mandam os filhinhos para colégios caros na Suiça, conversam com eles num inglês maomeno artificial e se escondem em suas mansões, em seus clubes, falando mal da plebe ignara e do enorme peso do custo social, enquanto ganham cada bonus gordo e irreal dos bancos onde trabalham e sonegam impostos, com seus nomes gravados em CDs vendidos para o fisco alemão e austriaco, com dados obtidos ilegalmente em bancos suiços...
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Ainda bem que no Brasil não há nada disso!
Por aqui não há nenhum monstro de Frankenstein!
O trabalhador continua modesto e o rico se empenha cada vez mais em diminuir a distância que o separa do pobre.
Às vezes há apenas um murozinho de menos de 8 metros de altura entre a casa do rico e a habitação maomeno improvisada do pobre!
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Como você vê, não compreendo nada de sociologia... e de economia entendo apenas o que tem a ver com o preço da batata, da cebola, da carne, das salsichas, da cerveja, do vinho...
Coisa de taverneiro!
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abraços gastro-etílicos
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Reinhard Lackinger

Era uma vez na Áustria
















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... ou melhor, na Hungria, em tempos do império do Danúbio..., a apenas duas léguas de beiço a sudeste de Viena!
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Naquela época havia um barão e dono de terras muito rico, chamado Imre Hidekuti, residindo em sua casa na localidade de Hodmeszövasahelyutasipuszta.
Enquanto os outros fazendeiros ricaços contabilizavam sua riqueza em quantidade de ovelhas, o barão Imre Hidekuti tinha tantos e gigantescos rebanhos, que se limitava a contar o número de pastores...
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Todo dia pela manhã bem cedinho, o barão saía de casa, usando roupas limpinhas e botas impecavelmente engraxados. Quem cuidava das roupas e das botas, era o fiel servo chamado Ferenz Lakatos.
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O barão, depois de tomar café com pães queijo cigano, presunto, ovos quentes e letscho, ia montando no cavalo para voltar depois de percorrer sítios de sua propriedade, lá pelo no início da noite, com as botinas todas enlameadas.
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Num certo dia pela manhã, o barão achava suas roupas amarrotadas e as botas com a lama do dia anterior.
Questionando o servo, querendo saber o porquê desse desleixo, Ferenz Lakatos explicou ao patrão o seguinte:
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- Para que limpar o pano das roupas e engraxar o couro das botas todos os dias, se no fim da jornada estará tudo sujo de novo? -
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- Está certo! -, disse o barão, pos as roupas sujas e calçou as botas enlameados e foi embora, levando a chave da dispensa consigo.
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- Mas patrão -, disse Ferenz Lakatos, o servo. - Se o senhor levar a chave da dispensa, como eu vou comer? -
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- Você quer comer para que, se no fim do dia vai estar novamente com fome?
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Moral da história: Para que pagar IPTU para uma administração municipal, que nos apresenta permanentemente uma cidade suja e sem ordem?
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Mylada Barackpalinka dos Santos

Depoimento de Haroldinho Sá


Para as pessoas da minha geração, que vivenciaram os anos duros da ditadura civil/militar, participaram das passeatas estudantis contra o regime, tomando porrada e inalando gás lacrimogêneo da polícia;
que eram vigiados nos seus colégios por agentes infiltrados passando-se por colegas;
que foram jubilados dos seus colégios e universidades ou demitidos dos seus empregos por participação em movimentos políticos defendendo o Estado de Direito e a Democracia;
que eram obrigados a comparecer uma vez por mês na Polícia Federal onde eram submetidos a um pequeno interrogatório que lhes dava o direito de renovar a “Carteira de Censura” (documento criado pela ditadura para que músicos e demais artistas pudessem trabalhar);
que tiveram suas obras censuradas de maneira ridícula e que antes da estréia de qualquer espetáculo, seja um show de música ou uma peça de teatro até mesmo infantil, tinham que fazer uma apresentação de todo o trabalho para meia dúzia de censores que, após o término dessa apresentação “particular”, autorizavam a sua exibição, muitas vezes impondo ressalvas;
que foram torturados ou perderam as suas vidas e/ou de seus familiares;
que saíram às ruas nas campanhas das “Diretas Já”, para resgatar o direito de escolher o nosso Presidente, direito esse cassado durante 25 anos;
que arriscaram os seus empregos, defendendo as nossas Estatais da roubalheira das privatizações, deixando de receber salário e férias, determinado pelo TST num julgamento político e cúmplice;
que mais recentemente saíram às ruas enfrentado mais uma vez a Polícia Militar, essa do então Governador da Bahia Paulo Souto, para pedir “Fora ACM”, depois que este foi flagrado violando o Painel de Votação do Senado e teve que renunciar covardemente para não ser cassado.
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Para essas pessoas, repito, é fácil entender o momento histórico pelo qual estamos passando hoje e quais os seus possíveis desdobramentos e os riscos que estamos correndo.
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Difícil para alguns jovens e outros não tão jovens, que “chegaram” e encontraram “tudo pronto”, não se interessaram em conhecer a história recente do seu País e não tiveram incentivos dos pais que, por razões “particulares”, não vivenciaram, muito menos ajudaram a construir essa história.
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Interpretar esse momento histórico pelo qual estamos passando é exigir demais daqueles que conheceram a Disney antes de conhecerem o interior seco e miserável do Ceará, onde adultos e crianças nos anos oitenta morriam na beira da estrada pedindo água aos motoristas que passavam, de conhecerem a beleza natural da Chapada Diamantina ou a dos Guimarães, de conhecerem o sertão da Bahia pessoalmente (pobre e riquíssimo em história) tampouco no Livro de Euclides da Cunha que nunca leram.
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É quase impossível para essas pessoas entenderem o significado da palavra retrocesso.
Elas, que tiveram oportunidade de estudar no Exterior e nada aprenderam sobe o seu País; que vão à Miami todo mês comprar enxoval ou fazer supermercado;
que não sabem quem foi Hélio Oiticica ou Glauber Rocha, Vladimir Herzog ou Carlos Lamarca; que não leram e/ou nunca ouviram falar do livro “Brasil Nunca Mais”;
que não sabem o significado real da palavra DEMOCRACIA;
que não sabem que não sabem, porque não lhes interessa saber, comem quantas vezes quiserem por dia, têm e sempre tiveram ajudas financeiras dos pais e avós, não precisam se preocupar, se o salário mínimo vai dar para alimentar a sua família (sabem o valor porque pagam, não porque recebem) e porque, seja quem for o próximo Presidente, pensam que a sua vida jamais será abalada, pois “todos são ladrões” e o seu automóvel é blindado”.

sábado, 23 de outubro de 2010

data nacional da Áustria


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No dia 26 de outubro, austríacos de todo mundo comemoram "o dia da bandeira", a data nacional da Áustria.
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Na vérpera do dia 26 de outubro de 1955, o último soldado de ocupação havia deixado solo austríaco. Isso, depois de 10 anos de inervenção aliada.
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Para se livrar dos invasores e da intervenção dos que ganharam a segunda grande guerra, a Áustria negociou um tratado de paz, tornando-se NEUTRA, o que não significa que a Áustria tenha resolvido ficar em cima do muro, ou melhor, em cima do arame farpado da cortina de ferro!
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A Áustria se tornou um hábil e equilibrado intermediador entre o leste e o oeste, com a capital Viena sediando todo tipo de eventos da política internacional e até da OPEP.
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O Bistrô PortoSol, que em tamanho ainda é menor do que o território que ocupa a terra natal de Mozart, de Dona Leopoldina, mãe do Primo Pedro II e do taverneiro Reinhard na atualidade,
continua um reduto austríaco firme e forte e gostoso no Porto da Barra de Salvador, Bahia.
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repassando...


Virou moda agora repassar textos, vídeos e o skambau!
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Aí o cara acha alguma coisa na Web, na internet e resolve compartilhar com amigos e até com pessoas não tão amigas assim.
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Chegou a hora do doutrinador, do missionário cibernético!
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"Você não pode deixar de ver isso", dizem. Mais nada.
Aí você abre o e-mail e percebe que já viu aquela mesma coisa há semanas, senão há um ano.
Com os textos é quase a mesma coisa.
Será que aqueles comentários, aquele escrito batem 100% com o que a pessoa, pensa que lhe repassou o texto?
Será que o "repassador" concorda com cada vírgula e ipsis litteris com o texto que repassa?
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Além de aprender a ler nas entrelinhas, estou aprendendo a ler a mente dos remetentes de e-mails repassados.
Eu só não! Todos nós, você e eu, suponho!
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Enquanto uma onda de ternura invade o meu coração ao perceber - através de e-mails repassados na minha caixa de correios - enquanto fico feliz em saber que Fulano e Beltrana pensam da mesma forma que eu,
fico chateado com quem me manda babaquice... só para usar um termo pintado em cores suaves...
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O "repassado" de repente se transformou numa radiografia da cuca de quem mandou o e-mail, com o remetente aprarecendo diante da gente sem roupa, sem maquiagem.
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A bem da verdade, há aqueles, cuja astúcia lhes faz enfatizar que estão apenas repassando...
Com isso chamam atenção especial para o fato de que não estão obrigatoriamente concordando com tudo que o e-mail repassado contém.
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Quem me repassa merda sem essa ressalva, corre sério perigo de eu pensar que na cabeça dele/dela há cocô igualmente fétido.
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De qualquer modo estou festejando da melhor maneira possível a transformação econômica e intelectual de nossa sociedade...apesar de me considerar uma das maiores vítimas dessa onda.. que nesse caso não é nenhuma marolinha e sim um tsunami dos brabos!
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De um lado sofro com a demanda reprimida dos que nunca antes na história desta nação tiveram cocô no cú para cagar, tendo que aguentar a bagunça, a gritaria, bem diante de nosso Bistrô PortoSol... e a sujeira de quem de repente virou consumidor, do outro lado me chateio com a cabecinha oca de quem vê o seu status quo de burguês sendo ameaçado, reunindo e amealhando o que tem de pior em pensamentos facistas e o repassa...
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Creio que um dia, aquela figura, aquele ex-miserável, neste momento mágico que o Brasil vive, deixará de comprar porcarias, para se tornar um consumidor consciente, equilibrado e cidadão produtivo.
Pena que eu não leve a mesma fé nos que me repassam e-mails preconceituosos, tentando desesperadamente manter o status quo de quem há 500 anos se locupletou, deitou, rolou e chafurdou nos mais diversos privilégios.
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e tenho dito
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Reinhard Lackinger
que prefere dizer logo que pensa a repassar os textos dos outros hehehe

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Natureza Morta, Barra Moribunda!
















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Essas imagens dispensam qualquer comentário!

domingo, 17 de outubro de 2010

Os mistérios do BlimBlim


"Injustiça seja feita"... bordão do Evandro Mesquita no papel do Paulão em "A Grande Família"!
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É o que me ocorre ao assistir com imenso prazer os últimos episódios desse programa humorístico da Rede Globo.
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É até dificil de acreditar que uma mesma empresa no ramo da informação e do entretenimento tanto pode produzir lixo explícito como os reality shows, babaquice como os programas de Ana Maria Braga, Faustão e Luciano Huk... todos com o mesmo sobrenome : "Merchandising"!, o "tatibitati" de uma senhora de meia idade travestida de garotinha, que atende pelo nome de Xuxa, o"sem noção" ufano do Galvão Bueno, a mediocridade de quem se acha intelectual, como o Jô Soares, o Renato Machado, a Miriam Leitão, o jornalismo seletivo de um Ali Kamel, mestre em pinçar imagens oportunas em meio a realidades adversas e os erros de português de certas atrizes e certos atores de novela, quanto coisa boa!
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Como é possível um canal de TV, que produz tanta bosta como a Rede Globo, nos brindar com programas de humor absolutamente fantásticos, como o seriado "Separação" com Débora Bloch e Vladimir Brichta, no ar até outro dia, "A Diarista" com Clãudia Rodrigues, "Sai de Baixo" e "Toma lá, dá cá" com Miguel Falabella, Marisa Orth, Aracy Balabanian, Cláudia Jimenez, Adriana Esteves e Diogo Vilela, "S.O.S Emergência" com Nei Latorraca, "Os Normais"com Fernanda Torres e Luis Fernando Guimarães... é o que lembro no momento e é claro "A Grande Família", com Marieta Severo, Marco Nanini e Pedro Cardoso dando um show, lembrando ainda com saudade Rogério Cardoso?
Aplausos Aplausos!!!
Aplausos também para os autores dos textos da Globo e um beijo para a linda filhota de nossa querida amiga Sônia Dias, a Manú, que é uma das autoras!
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Como em meia a tanta porcaria podem brotar obras primas dessas?
Alguém, por favor, me explique esse fenómeno!
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Será apropriado neste momento lembrar do grande Johann Wolfgang von Goethe- o Ruy Barbosa alemão - , citando o personagem Götz von Berlichingen..."wo viel Licht ist, is arger Schatten", tradução livre para o protuguês: "onde há muita luz, há forte sombra".
E por falar em Götz von Berlichingen... esse cavaleiro do punho de ferro e figura um tanto polémica durante os levantes dos campoeses no século XVI ficou famoso por outro citado bem mais apimentado... mas isso já é outra história!
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Reinhard Lackinger
tendo tempo para escrever essas bobagens porque hoje e neste domingo não tem Corrida de Fórmula 1 com Galvão Bueno.. . :-[

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ingredientes do Bistrô PortoSol












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Há quem afirme que inteligência sem coragem de nada adianta e que coragem sem inteligência termine facilmente em babaquice e violência.

.Este taverneiro que vos escreve, uniu a pouca inteligência que Deus deu a ele coma a coragem de abrir uma taverna no Porto da Barra, para praticar uma gastronomia fora do comum.

Onde já se viu querer preparar comida caseira austro-húngara de modo tradicional em Salvador?

Ingredientes como batatas, tomates, cebolas, alho, pimentões coloridos, repolho roxo, carne e salsichas, a gente acha na praça de Salvador, outras mercadorias como chucrute, mostardas, picles em conservas e condimentos diversos, a gente traz de São Paulo e Sta. Catarina. Raiz - eu disse Raíz, não Roriz - , isto é Raiz Forte é importada como o vinho e o scotch.

Há ingredientes que parece haver apenas no Porto da Barra!

Na época em que os nosso pratos viraram receita da família Lackinger, isto é, nos anos 1937 e 1940 do século passado, havia mais dois ingredientes condimentando a nossa mesa.

Havia operários um tanto folgados e ruidosos, porém gente boa e pacífica, fazendo certa bagunça pelas ruas...

A vida colorida no Porto da Barra se parece muito com o quotidiano de minha cidade natal dos pós segunda guerra e dos anos 50!

O último ingrediente, infelizmente ou felizmente parece extinto! Pelo menos no universo dos frequentadores do Bistrô PortoSol: a fome!

A bem da verdade, mesmo ter nascido no início do pós-guerra e durante os anos das vacas esqueléticas, eu nunca passei fome... apenas com o apetite ligeiramente mal resolvido.

Venha até o Bistrô PortoSol, observando os taverneiros se virando para atender a clientela, com um olho na panela e o outro na vizinhança.

abraços gastro-etílicos do taverneiro-marqueteiro-leão de chácara

Reinhard Lackinger

Bistrô PortoSol... autêntica taverna austríaca!

aberta de terça a sábado a partir das 18:37h


Obs. não deixe de dar uma olhada no blog do Reinhard Lackinger






segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nossa indústria sem chaminés









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O acúmulo desordenado de ônibus diante do Forte Santo António no Farol da Barravento vem causando algum transtorno, prejudicando quem passar por lá.
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De onde vem esses turistas todos?
Pergunta que me faço enquanto espero com mais ou menos paciência a bagunça dos ônibus se desfazer.
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A minha bronca maior não é com os motoristas dos tais ônibus e sim com os gestores do turismo e aqueles que deveriam cuidar da infraestrutura de nosso paraíso tropical.
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Fico indignado com o fato de lugares tão lindos como a Barra e a Ondina servirem apenas de cenário, de pano de fundo para turista sexual e de muvuca.
Em qualquer outro lugar do Brasil e do mundo haveria num espaço lindo como este, hotéis de luxo, para abrigar visitantes com bom nível socio-econômico.
O que seria bom para os comerciantes de Salvador e para o caixa do governo.
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Pena que isso seja apenas um sonho meu e de outros que pensam da mesma forma!
A realidade é que nenhum turista bom, de porte-monnaie cheio e vontade de gastar, vai tolerar a barulheira da "muvuca", dos trios elétricos, dos shows, muito menos aceitar a sujeira e o fedor de mijo nas ruas.
Turista que gasta não gosta de desordem!
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O que mais me chateia é que os nossos gestores do turismo etc. não estão dando a mínima bola para isso!
O que essa gente sem noção e os seus sócios faturam com o carnaval e demais eventos na Barra e na Ondina, está de bom tamanho... e haja camarote, sujeira nas ruas, nas praias e no fundo do mar, e haja desordem, fedor de mijo e trânsito caótico...
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O que eles querem não é qualidade e sim quantidade... papo furado que vem de longe!
Até quando insistirão com essa sandice?
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Você que frequenta lugares transadinhos na Barra e na Ondina, por acaso tem visto muito turista no Bistrô PortoSol?
Não, graças a Deus!
Prefiro que a escória do turismo que os nossos gestores orgulhosamentenos apresentam fique longe de nosso espaço cult de culinária austro-húngara.
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Ao passar pela Av. da França hoje pela manhã, observei manadas de turistas deixando o terminal marítimo, entrando nos "trocentos" ônibus estacionados alí à espera deles.
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Pois é, não é só turista pé de chinelo que não gasta, não enfia a mão no buraco da calça.
Fora os donos dos ônibus de turismo, quem é que fatura algum dinheiro com essas hordas de passageiros de transatlânticos que encostam no cais do porto?
Novos farofeiros que já trazem o hotel com todo serviço com eles!
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Pior de tudo isso é ter que ouvir que temos ou tivemos o melhor secretário de turismo...
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Uma dica para o senhor governador da Bahia e para o senhor prefeito de Salvador.
Em vez de participar de eventos para divulgar a Bahia, mandem os servidores públicos ligados ao turismo receptivo para as mais diversas regiões turísticas, para aprender como se faz, como se ganha com turismo... tanto em outras partes do Brasil quanto no exterior.
Seria mais útil...
Agora, se dependesse de mim, certamente os mandaria para outro lugar!
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Salvador, 11 de outubro de 2010
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Reinhard Lackinger

domingo, 10 de outubro de 2010

Estudo maomeno sério


- Burrice e corrupção, quanto maiores, mais invisíveis se tornam -, disse o Prof. Dr. Gefiltfish y Mazzes para os botões dele, enquanto eu estava às voltas com outro assunto...
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Se eu, pagador de impostos, não voto, por ser cidadão austríaco, porque me mandam diariamente dezenas de mensagens eletrônicas denunciando candidatos a presidência do Brasil?
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Alguns tratam atos ilícitos e demais mutretas como se fossem a maior novidade neste país!
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Ora, a primeira pessoa que encontrei em solo brasileiro foi um servidor da alfândega no porto do Rio de Janeiro. Naquele 15 de maio de 1969 ainda não compreendia como funcionava a simbiose entre o público e o privado.
Eu não engoli o fato do servidor da alfândega desqualificar um documento oficial do governo federal, carimbado e assinado pelo então embaixador brasileiro em Viena, que me permitiu trazer equipamentos e instrumentos que eu usaria para lecionar no interior da Bahia.
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Como eu não segui o conselho daquele senhor de pedir a ajuda de um despachante, que me cobraria NCR 50,00 para facilitar a retirada de minha bagagem, levei 10 manhãs, travando uma guerra burocrática insana, sendo mandado de pôncio para Pilatos... que me custou 10 vezes mais em hospedagem no Rio, incluindo os gastos pessoais na Praia de Ipanema todas as tardes, devidamente ressarcidas posteriormente pela organização que me trouxera para oBrasil.
Eu aprendi rápido...
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Tanto como empregado de empresas no Centro Industrial de Aratú quanto como aluno de uma universidade particular, tropecei sobre as mais diversas formas da criatividade humana...
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Havia colegas de curso que além de aprender estavam em sala de aula para assuntar... coisa da época. Me formei em 1982.
Outros "colegas" eu só encontrava no dia da matrícula. Gente que se formou sem jamais ter pisado em sala de aula.
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Metalúrgicas sediadas em São Paulo vendiam sucata para a "filial" da Bahia. Havia outros casos ainda mais cabeludos marcando a dilapidação da SUDENE.
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Coisa grande, mas no dia a dia só nos deparamos com as mutretas pequenas de compradores e inspetores de qualidade... com cada um levando o dele.
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As pequenas corrupções realmente foram sempre mais visíveis que as grandes negociatas que deixavam o Brasil com as calças na mão.
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- Por falar em calças -, disse Prof. Dr. Shmuel Gefiltfish y Mazzes. - Fazendo uma estimativa grosseira, somando todo dinheiro desviado da coisa pública para o bolso privado, incluindo empreiteiros, negócios da "privataria" e a materialização de outros interesses escusos...
Melhor dizendo... se quisessemos enfiar todo dinheiro, fruto da corrupção dos últimos 50 anos em roupas de baixo, seriam necessários 65 milhões de cuecas tamanho XG e 25 milhões de pares de meias!
Isto é, se fizermos as contas apenas com notas de US$ 1.000,-
Pois é.. o resultado desse estudo é tão surreal que qualquer ser humano normal prefere enxergar apenas as corrupções miúdas. Pegando um ilícito alí, outro acolá, num instante a gente pensa que nada neste Brasil anda sem que se molhe a mão de alguém. O que não é verdade! - , concluiu Shmuel Gefiltfish y Mazzes.
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Ele tem razão, pensei. Eu mesmo, enquanto empregado e micro-empresário, nunca levei bola nenhuma!
Também não levo mais de meio segundo para deletar e-mails que falam horrores de políticos!
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Salvador, 10 de outubro de 2010
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Reinhard Lackinger

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Consenso na panela!







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- Aqui no Bistrô PortoSol não se discute religião, nem futebol, muito menos política -, costumo dizer, como se algum cliente fosse se importar com o que eu quero e deixo de querer.
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Dos três, religião é o tema menos frequente... graças a Deus!
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Os outros dois assuntos se parecem! Eles são amarrados a algum evento e se confundem na paixão!
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O futebol é tema antes e depois de um jogo importante e política antes e depois de eleições.
O resto do tempo, repórteres esportivos correm atrás de notícias, comentando até fofocas envolvendo namoradas de jogadores, enquanto aquele que mais tem se exaltado nas discussões políticas, não vai nem para a reunião de condomínio do prédio onde mora.
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A maioria absoluta das conversas sobre partidos políticos se parecem com discussões envolvendo times de futebol!
O torcedor do Bahia vê os lances do Ba-Vi como nenhum torcedor do Vitória os vê.
Torcedores do Corintnhias e torcedores do Palmeiras vêem partidas diferentes, como também os torcedores do Fluminense assistem a um Fla-Flu diferente dos torcedores do rubronegro carioca.
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O político que para um cidadão é o maior calhorda, mentiroso e safado, para o outro é um herói, um parlamentar abnegado, enfrentando até negociatas caóticas e moralmente duvidosas, sacrificando-se para o bem da nação...
... além disso, quem é que não adora um escândalo envolvendo o nome de um político do partido rival?
Uma manchete nos jornais estampando os podres de um deputado ou senador do partido adversário é festejada como um gol de placa marcado por um craque de nosso time, não é?
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Pode ser que todos esses excessos de paixão sejam apenas jogo de cena plantado por quem tem interesses, à primera vista transparentes e invisíveis aos nossos olhos, mas a gente aprecia um circo, pois não?
Eu mesmo... Basta eu ver a garotada disputando alguma peleja, já estou torcendo!
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Dificil mesmo é discernir, batalhar pelo nosso espaço, se mexer para o bem de nosso bairro!
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Declarar o apoio a um ou outro candidato, para uns é como escolher entre uma pizza com calabresa e uma pizza com muzzarela de búfala com rúcula.
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Há quem consiga fugir da dicotomia simplória, do preto e branco dos jornais sensacionalistas e analisar a política como quem estuda o extenso cardápio do Bistrô PortoSol.
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Como cidadão percebo que há cada vez mais eleitores conscientes apesar de tudo.
Como taverneiro percebo que há cada vez mais gente querendo experimentar sabores fora do circuito pizzaria, creperia, churrascaria, sushi-sashimi, escondidinho e bolinho de charaque.
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Portanto... chega de discussões inúteis sobre religião, política e futebol. É bem mais agradável falar sobre comida, sobre temperos, sobre cerveja, sobre vinhos, sobre destilados de frutas.
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Prost
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Reinhard Lackinger
o taveneiro do Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Banksters", um mal necessário.



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Não há como viver hoje sem cartões de crédito, sem o "dinheiro de plástico"!
Mas nem tudo são flores!
O comerciante, além de pagar para a administradora do cartão de 3% a 3,5% de cada venda, lhe é cobrado o aluguél da máquina... daquela maquininha que fica no balcão do bar do Bistrô PortoSol, expelindo aqueles papeluchos azuis.
Que custaria à administradora do cartão e dona da maquininha emitir um lançamento mensal ou trimestral, fazendo com que no extrato bancário do comerciante aparecesse o valor do aluguél da geringoncinha em separado?
O pessoal da administradora do cartão, por ignorância ou excessiva sabedoria simplesmente tira o valor do aluguél da máquina de alguma venda e que se dane o comerciante!
O comerciante que fique de olho e confira no extrato, para saber onde foi parar o dinheiro do aluguél da maquina de cartões.
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Desculpe o desabafo, mas eu tinha que contar essa crocodilagem, essa sacanagem que os Banksters" vem aprontando com este simples taverneiro.
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Apesar dessa bandidagem, foi bom ter adotado CARTÃO DE CRÉDITO no Bistrô PortoSol
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Reinhard Lackinger
o taverneiro do Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm

Devaneios do taverneiro austríaco











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Na minha infância vivia com os meus pais e meu irmão numa pacata cidadezinha industrial nos alpes austríacos.
A vida fazia sentido!
As pessoas iam para o trabalho no gigantesco complexo industrial, ou voltavam de lá.
Rotina que se repetia a cada 8 horas, sem falar do turno administrativo e dasdemais atividades, a depender da hora do dia, da noite e da época do ano.
Eventuais transgressões eram pontuais e se limitavam a dois ou três bares, onde se reunia gente simples com a autoestima ligeiramente prejudicada.
Incidentes que exigiam a presença da polícia eram tão raros que posso contá-los comos dedos da minha mão esquerda... e ainda sobra dedo...
Poluição sonora, só os sinos da igreja informando o enterro de uma pessoa.
O trem, que passava a uns trinta metros de minha cama, não chegou a tirar o meu sono.
Era um barulho repentino e violento. Mesmo assim não assustava.
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Penso que tudo aquilo que captamos com os nossos sentidos como sendo normal e rotineiro, o nosso cérebro percebe como algo que não nos ameaça.
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Atualmente moro a poucos metros da Av. Princesa Isabel e um ponto de ônibus.
Nenhum barulho natural - de carro com descarga em ordem, freios e portas pneumáticas de ônibos e o burburinho normal da Rua 8 de Dezembro - me tira o sono.
Há barulho sim, mas até então, nada ameaçador!
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Porém... chegando num cafundô da Alemanha, na Suiça ou da Áustria, já me aconteceu de eu acordar no meio da madrugada com a noite ainda fechada.
Não era nenhum ruído que tenha me tirado o sono e sim a absoluta ausência de barulho.
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Certa feita, um político carioca, depois de se transferir para Brasília, se queixou da ausência de barulho na capital federal.
Nós, da Associação Anti poluição Sonora de Salvador preparamos uma fita de áudio combarulhos da cidade grande e mandamos para ele...
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Com outras palavras... o meu cérebro não se importa com estímulos corriqueiros!
A luz de alerta só começa a piscar e me faz despertar, quando estou diante de algum estímulo fora do comum... tipo assim... quando algum "feladaputa" acionar a buzina de carro ou o vendedor de pão meter a mão na "vuvuzela" poderosa.. que todo mundo ouve... menos os fiscais um tanto surdos da SUCON.
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Será que essa teoria também vale para a aparência e para o comportamento das pessoas?
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Será que há quem fique com o pé atrás com pessoas, que não andam trajadas de acordo com a ocasião, não usam "black tie", nem exibem aquela samambaia loira segundo a última moda dos penteados?
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Será que há quem fique com o pé atrás com pessoas. que não se comportam de acordo com as normas da sociedade, da corte do rei, das pessoas de bem de família?
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Numa sociedade heterogênea, com um povo híbrido e economicamente desigual, é fácil a gente se deparar com quem "não é espelho", sendo permanentemente obrigado a negociar cada metro quadrado de espaço físico.
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Em sociedades como a da Áustria, o pisca alerta pode ficar desligado, as pessoas desarmadas, vivendo com as portas destrancadas e as janelas abertas.
O preço disso: o tédio!
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A bem da verdade, com a abertura das fronteiras e o afluxo de migrantes do leste europeu e arredores, a tranquilidade de outrora já era... O conto de fadas está acabando, sendo trocado pela necessidade de se relacionar com forasteiros, seguindo costumes e religiões diferentes... o que ao meu ver traz mais benefícios do que desvantagens.
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Quem sabe, convivendo com imigrantes de regiões pobres do planeta, a vida dos austríacos não volte a fazer sentido?

domingo, 3 de outubro de 2010

Momento mágico


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Imagem Instantânea da alma do músico e pensador brasileiro Haroldinho Sá
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Brasil, 03 de outubro de 2010.

Hoje é um dia de Festa. Estamos, mais uma vez, exercendo um dos direitos elementares da Democracia, essa criança, pré-adolescente, renascida com muito sacrifício, anos de lutas, erros e acertos, vitórias e derrotas, vidas perdidas e cicatrizes irreparáveis. Uma conquista de todos os brasileiros, povo maravilhoso e lindamente mestiço, como diria o grande Antropólogo Darcy Ribeiro, um eterno apaixonado por essa mistura. Hoje é um dia de Festa para aqueles da minha geração, que só puderam escolher o seu Presidente após os 35 anos de idade; para aqueles das gerações anteriores à minha, que levaram 25 anos sem poder escolher o seu Governante; e para os mais jovens que, apesar de não terem vivido esses anos de lutas, carregam nos seus corações o “DNA” dos pais e avós que lutaram no passado para lhes proporcionarem este presente. Hoje é um dia de Festa para aqueles imigrantes que trabalharam, se sacrificaram, viveram e morreram por esta Nação que não era deles, adotando-a de corpo e alma, como o meu avô materno, imigrante espanhol que optou pela cidadania brasileira, exercendo com isso o direito de eleger um dos mais importantes e polêmicos presidentes do Brasil, responsável pela criação da nossa maior e mais importante Empresa Estatal, e de conquistas trabalhistas históricas, o que me faz orgulhoso. Hoje é um dia de Festa para aqueles que vencerão ou perderão as eleições, para todos os Partidos, candidatos, eleitores, cidadãos. Hoje é um dia de Festa para a liberdade, a liberdade de escolha, de não escolha, de acertar e de não acertar. Hoje é o dia da verdadeira confraternização nacional, o dia em que vamos escolher quem irá liderar o Poder Executivo de todos os brasileiros, os seus representantes no Congresso e Assembléias, o nosso presente e o futuro das próximas gerações. Hoje, o confronto das campanhas acirradas, competitivas e às vezes até violentas, deve ceder lugar à alegria da Festa, à confraternização cidadã, à união de todos num único e exclusivo propósito universal. As bandeiras dos Partidos Políticos, as camisetas, bótons e santinhos, devem ser substituídos pela nossa Bandeira Nacional e pelas cores verde amarela azul e branca, numa demonstração cívica de que Partido ou Candidato algum pode estar acima da nossa Nação, mas a serviço dela. Vamos votar. Vote naquela pessoa que você acha fará o melhor pelo nosso País, e não apenas por você. Não pense pequeno. Vote com a sua consciência, mesmo que ela esteja errada. Vote certo ou errado. Vote, acima de tudo, na sua coerência e na sua liberdade de decidir. Ninguém, mas ninguém mesmo tem o direito de decidir por você, tampouco dizer o que deve fazer com o seu voto. Aproveite da melhor forma possível a oportunidade de exercer esse grande poder, permitido apenas a aqueles que são verdadeiramente cidadãos. Você com a sua “cola”, a urna eletrônica e mais ninguém. Um ato solitário junto com outros mais de 135 milhões de solitários brasileiros, unidos apenas por esse imponente ato patriótico. Vá de verde e amarelo. Leve a nossa Bandeira Nacional na mão, presa no automóvel, moto ou bicicleta. Como na Copa do Mundo.
Porque hoje só vai dar Brasiiiiiiiiiil sil sil sil!

Haroldinho Sá.


sábado, 2 de outubro de 2010

Contrastes








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Eu já escrevia antes de me tornar taverneiro, mas nunca os meus textos fluíram como agora.

Deve ser a vibração do bistrô, o clima provocado pela clientela seleta do Bistrô PortoSol.

Pudera, nosso espaço é frequentado por jornalistas, escritores, professores universitários, médicos, juristas, comerciantes, pesquisadores, psiquiatras, dramaturgos, atrizes, atores, políticos, músicos, estudantes, engenheiros, arquitetos, urbanistas, empresários e até por analistas de sistemas.

Estou certo de que toda essa aura de intelectualidade é que vem turbinando o meu cérebro um tanto limitado, apesar de meu QI alto... em torno de 57.

A bem da verdade, há sempre alguém que me abastece com informações sobre um lugara visitar na próxima viagem à Serra Gaúcha, sobre como cuidar melhor do aquário, uma dica de uma receita tailandesa, ou um ponto de vista novo acerca de um assunto do qual eu nunca havia ouvido falar antes.

Um bom exemplo está no que o famoso psicólogo de massas Shmuel Gefiltfish y Mazzesme falou outro dia.

- Você é cinéfilo, pois não? -, perguntou ele, olhando para as fotos de atrizes e artistas, e para os cartazes de cinema na parede de nossa taverna temática de culinária austro-húngara.

Expliquei a ele que cultivamos comida caseira tradicional e artesanal austríaca dos anos 50 e do pós-guerra, quando todos aqueles rostos na parede estavam fazendo sucesso e parte de nosso consciênte coletivo.

Uma época, em que eu, garoto e adolescente austríaco, fixava os sabores da cozinha de minha mãe, trazendo-os anos depois na minha cachola, na minha memória para o Brasil.

- Num recente estudo -, disse Gefiltfish y Mazzes, - num recente estudo ousei comparar habitantes da Europa com coadjuvantes de algum filme.

Austríacos por exemplo já nascem assumindo o papel secundário em alguma peça teatral. Não importa o script. Eles são excelentes transeuntes, passageiros de transporte coletivo, carteiros, faxineiras, taverneiros, professores, turistas e ocupantes de uma cadeira na última fila de uma casa de espetáculo. A elegância com que eles jogam algum lixinho na cesta apropriada - eles são doutores em coleta seletiva - , ou cedem o lugar para uma pessoa idosa, é impressionante. Seus patrícios,os austríacos, são coadjuvantes de primeira! A certeza de que o grande protagonista do país deles é a coletividade, está escrito em letras gigantescas e luminosas no semblante de cada um. Eles têm orgulho disso! Eles têm orgulho de fazer parte desse coletivo! Eles, os austríacos, os alemães, os suiços e até os espanhóis.

Já na Bazófia Oriental, país à beira do Mar Asmo, entre a Bessarábia e o Maghreb, a coisa é bem diferente.

Na Bazófia Oriental, cada indivíduo um é protagonista! Cada habitante é ator principal da própria soap opera, da própria tragicomédia...mais ou menos tosca. Cada um se comporta no trânsito como se estivesse só. Cada um dirige, como se estivesse no caminho da roça dele. Cada um suja o ambiente urbano como se a mucama dele limpasse o rastro de lixo deixado por dele. Cada um fura filas, passa a perna nos outros. A palavra "coletividade" não existe no dicionário bazofiês. -

.- Você não deve gostar muito daquele país... da "Baztófia"-, falei para ele.

Pelo contrário!!! -, respondeu ele. - A Bazófia Oriental é um dos lugares mais animados e charmosos do planeta. Enquanto em países como a Áustria as pessoas parecem sentir um receio permanente de comenter algum erro, agindo como se seguissem cegamente algum protocolo estranho... para forasteiros.. e até para eles próprios, parecendo soldadinhos de chumbo adestrados... enquanto na Áustria de hoje bate um tédio medonho e "cemiterial" pela impossibilidade de se viver espontâneamente, a bagunça da Bazófia Oriental está cheia de vida.

Como não há regrinhas cumpridas ou respeitadas, nenhuma ordem, ...como na Bazófia Oriental se vive um eterno "salve-se quem puder", com transgressões para todo lado, as pessoas são obrigadas a negociar, a paquerar e até a brigar umas com as outras, a fim de obter seus direitos. Isso faz com que os bazofianos se aproximem uns dos outros. Isso cria inclusive um flair de erotismo!

O Brasil e principalmente a Bahia também tem um pouco desse calor humano, dessa doideira. Por isso gosto tanto de vir a Salvador toda vez que meus estudos e os meus patrocinadores permitem.

Deve ser também por esse motivo que muita gente escolhe a sua taverna temática. Ela tem um charme que nenhum templo de fast food com drive tru automático e impessoal consegue ter...

Antes dele concluir o pensamento, somei ao consumo dele à despesa de outro dia, quando ele saiu sem pagar, enfiei a conta na salva e a coloquei diante dele. Com Shmuel Gefiltfish y Mazzes a gente não pode brincar em serviço.

Prost!

Observe as fotos acima: As primeiras duas fotos mostram zonas de pedestres na Áustria.. isto é... muita urbanização para pouca gente. Muito concreto para pouca vida! Já a última e terceira foto mostra a vida que brota de cada rua em cidades brasileiras.

Reinhard Lackinger o taverneiro do Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm

Nota do taverneiro: há no universo de artistas e pensadores gente rara atraidos como protons, eletrons numa usina nuclear de besteirol... como era a turma de Salvador Dalí, com Paul Eluard, Gala etc. .. é o que me ocorre no momento. O Bistrô PortoSol está se tornando um espaço desses, apesar das maluquices do taverneiro.