domingo, 29 de abril de 2012

Bobagens dominicais

Aplaudi a aprovação das cotas para negros e pardos. Só não concordei com a opinião de um dos ministros dizendo que essa lei "veio para ficar"!
Penso qu ela seja necessária, porém transitória.
Penso que essa lei vai democratizar eventuais injustiças sociais ainda existentes no Brasil, obrigando cada um de nós carregar um pouco daquela cruz que até então pesava apenas nos ombros dos negros e pardos!
Ou seja, essa lei vai espalhar o cocô das desigualdades por todos nós!

Sempre pensei que minha alma fosse isenta de sentimentos de racismo! O máximo que me permitia era enxergar traços de comportamentos oriundos do cativeiro, da senzala, dos grilhões, mas também dos tronos de reinos africanos... sem esquecer de tudo de errado que os negros aprenderam dos ocupantes da casa grande...
É assim que compreendo o fenómeno do Rei Pelé.

Vendo imagens de índios invadindo terras no sul da Bahia, entoando canções e dançando, protestando assim contra os invasores brancos, fico sem entender o que se passa!Que índios são esses?Esses supostos donos daquelas terras não teríam de andar pelados, ter uma pele cor de cobre, cabelos prtetos, lisos escorridos... e feições de índio?
Mas o que vejo são figuras vestidas, fantasiadas de branco, apesar dos cocares e demais adereços típicos de índios.
Vejo também a pele sendo mais para negro e pardo do que para índio! O mesmo digo das feições dos que são entrevistados pelos repórteres de TV.Se eu fosse atropólogo, certamente teria respostas para essas questões um tanto complicadas, livrando-me dessa minha ignorância.Como leigo nutro uma leve dúvida se aqueles grupos que reivindicam extensas áreas no sul da Bahia são realmente legítimos herdeiros daquele mundão de terras férteis, e se não há outros interesses em jogo além do índio querer voltar a caçar peladinho da Silva... ou melhor, na selva.

Como os atuais donos daquelas terras conseguiram a posse das fazdendas ora invadidas, todos nós sabemos.. enquanto o nosso "grande irmão banco", que já demarcou áreas indígenas bem maiores nesse Brasilzão, anda empurrando o problema do sul da Bahia com a barriga.

O que nada tem a ver com esse assunto, mas se apresenta como produto marginal de minha ignorância étnica, é o meu olho grudado em feições que eu acho pertencerem a índios.Anacleto, "namorido" de Madalena, empregada na casa de meus sogros tinha feições de índio, apesar de sararámiolo. Outro representante legítimo de nosso indígenas é um cacique de Cachoeira de Itapemirim, o nosso Rei Roberto Carlos... e o ator global Murilo Rosa, que é a cara do mais emotivo dos brasileiros, deve ser da mesma tribo do Roberto...chega de maluquices por hoje

Prost

Reinhard Lackinger

sexta-feira, 27 de abril de 2012

sobre ler e escrever

- Atualmente é mais fácil conseguir uma data para casar na igreja da moda - agorinha em maio - , do que agendar o lançamento de um livro -, disse Walter Egon-
Hoje tem mais gente escrevendo e lançando livros do que leitores!

E pensar que na idade média, escrever era serviço de escravos! Era inclusive deles a obrigação de escrever os documentos, as determinações e ordens de um soberano. Até a assinatura do rei, do imperador era feita pelo punho daqueles escreventes, deixando apenas um espaço entre uma letra e outra. Cabia à majestade apenas o ato de fazer um traço, interligando essas letras.Erra quem pensa que todos os nobres da época eram analfabetos. Eles só não tinham a intenção de ficar horas, dias e anos diante de um pergaminho, pintando letra por letra e até desenhando folhas e frutinhas de carvalho nas iniciais coloridas.

Caligrafia vem do grego "Kali", o que significa bonito! - .Walter Egon adora ser didático.
- Atualmente é fácil escrever! Basta ter um computador com WordPerfect, corretor ortográfico e o scambau! Até um semianalfabeto ousado é capaz de produzir textos razoáveis. Por isso lhe digo, escrever se tornou muito fácil! O dificil é saber ler!

Se está havendo mais lançamentos de livros do que casórios, não quer dizer obrigatoriamente que aqueles que adquiriram um exemplar autografado, tenham a intenção de lê-lo.
Imagino que haja algum móvel na casa deles precisando de um calço para não ficar balançando.
E será que todos aqueles que por falta do que fazer peguem o livro para ler, comprendem o texto? Será que percebem detalhes vitais e eventuais sacanagens que o autor largou maliciosamente nas entrelinhas?

Será que é por isso que nas bibliotecas até os volumes de ficção estão separados por assunto?
Uma prateleira para romances policiais, outra para histórias de amor, de aventura... Essas coisas facilitam muito a vida do leitor. Ele sabe de antemão para onde o texto o levará.
É como os luminosos diante de uma pizzaria, churrascaria, creperia... Por outro lado, uma obra literária que não dá nenhuma pista é como o cardápio de seu restaurantinho temático!

Pessoas acostumadas a escolher a comida, olhando aquelas fotos dos pratos afixadas na entrada do estabelecimento, dificilmente se tornarão clientes seus -, disse Walter Egon e pediu um Gulasch de Cogumelos picante com pouco sal.

Prost

Reinhard Lackinger
o taverneiro risonho do Bistrô PortoSol
www.reg.combr.net/bistro.htm

p.s. Se você no inicio deste texto pensou que dessa vez o taverneiro não iria puxar a brasa para o salsichão dle, se ferrou! hehehe

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Código Florestal e um pouco da história recente de Salvador

Não esperava dos senhores representantes do povo lá de Brasília outra decisão que não fosse a mais predatória e descompromissada para com o meio ambiente!


Imagino que todos eles devam ter um ou mais latifúndios neste Brasilzão como reserva de capital, legislando assim em causa própria!

E digo mais: mesmo não constando nesse Código Florestal praticamente nenhum compromisso que proteja o solo e os rios da destruição, os donos das terras não deixarão de continuar a desmatar, não dando a mínima para eventuais limites acordados nesse código...

Por que digo isso? Experiência, exemplos já vividos por aqui!

Quando em 1994 (1) começamos a discutir aqui em Salvador o problema da poluição sonora, nenhum barulhento notório, militante e juramentado veio participar da conversa com a gente e o então vereador Javier Alfaya.

Minto, numa única das muitas reuniões na Câmera Municipal, apareceu um representante do Clube Baiano de Tênis - um dos piores poluidores sonoros da época -... chegando mudo e saíndo calado.

A Lei Municipal do Controle da Poluição Sonora foi aprovada em 1995 por unanimidade pelos 35 vereadores que Salvador tinha na época.

Repare... a porca começa a torcer agora...

Assim que a lei foi colocada na mesa da senhora prefeita Lídice surgiu um exército de barulhentos fazedo pressão contra a lei elaborada criteriosamente duante meses, tendo como parâmetro as resoluções do CONAMA, dispositivo que orienta o assunto no âmbito nacional.

O fato é que a prefeita acabou cedendo, sancionando a lei com limites mais generosos, além de dilatar bastante os prazos para os donos de casas de espetáculo e clubes se adaptarem, providenciando isolamento acústico.

Para você, que já está sem paciência de ler esta baboseira conto logo o fim dessa tragicomédia: os barulhentos não cumpriram nenhum acordo, nem os limites flexibilizados, permitindo mais barulho do que a lei original previa, como também não se mexeram para criar nenhum isolamento acústico eficaz, preferindo tapar o "som com a peneira"... ou com umas lonas e placas de madeirite.

É por isso que eu não acredito que os latifundiários mexam um só dedo para preservar as terras do Brasil ensolaradas lalalala...

Chega de lamúrias por hoje... saíndo para comprar ingredientes para a nossa comida austro-hungara ganho mais!


(1) quem na verdade iniciou o projeto da lei do controle da poluição sonora em Salvador foi o ex-vereador Itaberaba Lyra!

Ainda o problemão das cotas



Não se resolve injustiças sociais por decreto!

Também não se deve varrer eventuais conflitos por debaixo do tapete.

Pelo contrário, é preciso encarar os conflitos, colocando-os em discussão!

Até agora, os problemas, os pepinos, os abacaxis e o "mico preto" sempre estiveram unica - e exclusivamente na mão dos negros, dos pardos, dos afro-descendentes!

As cotas parecem ser um mal necessário e fazem com que este conflito social seja democratizado e distribuído por toda sociedade. Isso me parece bom e salutar!


Aposto que dentro de uns 10, no máximo 15 anos, ninguém vai mais falar do problema de cotas para negros.



Reinhard Lackinger

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O preço da esculhambação

Eu vi as filas diante do consulado dos EUA e também vi os números de quanto turistas brasileiros gastam lá fora.
Gastando com que?
Com compras, com alimentação, com entradas para os parquinhos da Disney.

Acabo de ler num jornal estrangeiro sobre os aumentos substanciais dos valores das multas para quem joga lixo na rua e/ou comete outro tipo de indisciplina... nos EUA e na Europa.
O periódico ainda mencionou o quanto a administração pública de lá gasta com a coleta do lixo. Não falaram do montante que eles arrecadam com multas, mas deve ser uma nota preta.

Quanto será que turista brasileiro paga de multas durante os passeios pela Europa, pelos EUA?

Será que turista brasileiro não paga multa porque é gente com educação inata, congénita e hereditária, não cometendo nenhum deslize?
Será que transgressores contumazes e folgados inveterados e crônicos não viajam para o exterior?
Ou será que lá fora, os nossos queridos se comportam, com medo de serem admoestados e multados???

Por que apesar dos trocentas corporações de seres uniformizados que temos no Brasil, nenhum transgressor, nenhum sujão, mijão ou barulhento é admoestado, autuado e multado?
Por que temos que ter a pecha de sermos um país esculhambado???

Dr. Shmuel Gefiltfish y Mazzes outro dia arriscou um palpite, dizendo que os nossos políticos são culpados pela vida mansa dos folgados, dos desordeiros. Eles não querem bater de frente com bagunceiros e baderneiros para não perder votos!

Prost

Reinhard Lackinger
p.s. Outro dia, no programa CQC, Aguinaldo Timóteo em alto e bom tom fez apologia ao crime ( jogo do bicho ) e nada aconteceu. Lá fora, ele teria sido preso, algemado e processado na hora... sendo deputado ou não!

pps. Essa nossa esculhambação cansa e doi no ( meu ) bolso, mas eu adooorooo! Jamais poderia voltar a viver na asséptica Áustria!

domingo, 8 de abril de 2012

sobre a ressurreição de nossa democracia

Como amante de analogias e otimista incorrigível vejo um fio vermelho correndo entre a Passagem ( Pessach, Páscoa ) e a democracia de nações que num passado recente eram lideradas por ditadores. Vejo instituições democráticas ressurgindo de regimes totalitários.

É compreensível que como austríaco eu pense logo nos governos que sucederam o regime nazista... e em seguida no Brasil, na Argentina, no Paraguai, no Chile.
Regimes totalitários costumam governar com mão de ferro, valendo-se de estímulos negativos, ou seja... "escreveu, não leu, pau comeu"!

Na China, a bala que executa quem ouse atravessar a rua fora da faixa de pedestre, ou cometa um delito igualmente grave, é cobrada da família do defunto.
Na Alemanha nazista, quem não demonstrasse abertamente ser torcedor do Führer, do Adolf, do "Bigodinho" com um fervor comparável ao choro copioso dos coreanos do norte com a morte de Kim Jong-Il, corria o risco de ser preso e internado num campo de concentração.
Em regimes totalitários, como já diz o nome, não há oposição. Todo cidadão sabe quem manda! A tarefa de cada um é obedecer!
Além de não haver oposição, nas ditaduras também não costuma haver direitos humanos nem imprensa livre.

Falando dessa Passagem no Brasil, lembro que num determinado momento passamos a ter dois partidos: ARENA e MDB.
O medo de ser da oposição - especialmente no interiro do país - ainda era tão grande, que em vez de ter MDB, a oposição de certos cafundós preferia ser chamada de ARENA2.
Quem viveu aquela época ainda sabe quais eram os políticos daquelas duas agremiações políticas, lembra do Ulisses, do Tancredo... e do Amaral Netto - cruz credo mangalô três vezes - .

Desde a redemocratização muita coisa mudou! Já não temos mais apenas dois partidos políticos!A democracia do Brasil atual é do tamanho deste país continental. (1)
Hoje temos direitos humanos... maomeno... temos liberdade de imprensa... tá legal, temos... e temos oposição, embora nem eu, nem você saibamos quem são os oposicionistas no âmbito municipal, estadual ou federal.

Lhe dou um grande ovo de páscoa recheado se você for capaz de enumerar todos os "trocentos" partidos políticos existentes no Brasil de hoje e dizer se esse ou aquele apoia o governo ou é oposição.... nos três níveis de competência.
Aliás, se acertar essa questão não lhe dou um simples ovo de páscoa de chocolate e sim o mais precioso dos Ovos Fabergé!!!

abraços democráticos

Reinhard Lackinger
p.s. Você conhece alguma democracia séria com mais de meia dúzia de partidos políticos?






(1) Tô de sacanagem!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Nosso calvário de cada dia



Quanta gente não estará agorinha mesmo viajando para Nova Jerusalém, a fim de assistir ao espetáculo da Paixão de Cristo?


O mesmo tema foi tratado e retratado em "trocentas" montagens teatrais fora daquele cenário do agreste brasileiro e em um número de películas talvez maior ainda.


Já não sei mais o que é pior: a distorção da alegria pela atual "muvuca carnavalesca", ou a banalização da dor de Jesus pela simplificação teatral de espetáculos quase tão rentáveis quanto a folia momesca.


E haja ketchup por debaixo da coroa de espinhos e molho de tomate brotando dos punhos e palmas das mãos dos protagonistas dessa "maior história do universo"!


Será que era só dor física que Jesus Cristo sentiu entre ser preso no monte de oliveiras e a morte na cruz?

E a dor moral? Onde a dor moral fica nisso tudo? Não havia um cálice cheiinho de dor moral nessa história?


Assistindo às encenações da Paixão de Cristo, o que se vê é um exagero de dor físcia violência e brutalidade, enquanto a dor moral é varrida por debaixo daquela passadeira vermelha onde pisa o Pontius Pilatos.

Explorar o lado sado-maso, sadista e masoquista desse espetáculo me parece cair facilmente no gosto do povão.

Compreender dor moral, principalmente a dor moral alheia, exige certo senso de justiça e solidariedade, além de meia dúzia de neurónios.


Para jogar os holofotes nessa dor moral poderiamos começar a mostrar o pescado consumido na Semana Santa, enquanto um representante do Greenpeace falasse das espécies de peixes ameaçados de extinção por causa da pesca predatória mares afora... com frotas de navios pesqueiros no fundo, cujos donos e comandantes não estão nem aí para o futuro da humanidade e dos oceanos sem peixes.

Para jogar os holofotes nessa dor moral .poderíamos desviar o caminho para Nova Jerusalém e dar uma passadinha num lugarejo bem seco daquelas plagas espinhentas do Nordeste e ver mulheres com as panelas vazias, crianças com olhos e bocas de fome, enquanto lavradores, depois de ter preparado a terra para o plantio e semeado, usando os últimos grãos que poderiam amainar a fome dos filhos, espera em vão pela chuva.


Ora, até o nosso quotidiano urbano nos presenteia com tantos exemplos de dor moral, que parece haver nenhuma necessidade de viajar para Nova Jerusalém!


Existe dor moral pior do que ver, perceber e assitir pela televisão diariamente que Barrabás continua sendo mais popular do que Jesus Cristo?


Boa Páscoa


Reinhard Lackinger

Sentindo a cada dia uma dor moral "retada" vendo a Barra sendo negligenciada e destruida!

quarta-feira, 4 de abril de 2012



A descarnavalização do carnaval de Salvador.


Março de 2011.

Escrevo esse texto, pensando nas pessoas que nasceram a partir de 1980 e por isso não conheceram o carnaval de Salvador.



Essa festa que acontece na nossa cidade desde o início dos anos 80, e que prefiro não chamar de carnaval, segue o velho rito da colonização.


Após se apropriar das terras que invade, o colonizador transforma em servos os seus antigos donos.

As praias do Nordeste brasileiro são um exemplo.

Os antigos proprietários estão vendendo as suas terras por ninharia, para se tornarem empregados dos novos donos.


Desde que o mundo é mundo, a coisa funciona dessa maneira. Abandonamos a tribo, em troca de uma civilização que privilegia o patrimônio em detrimento do ser humano. Isso nos escraviza e nos mata todos os dias.


Mas, voltemos ao carnaval. Essa festa, regida pelo ano lunar do Cristianismo da Idade Média, surgiu a partir da criação da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações motivou a criação de festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, primeiro dia da Quaresma. A palavra “carnaval” origina-se da expressão latina “carnis valis”, que significa prazeres da carne.


O carnaval tinha duração de três dias, domingo, segunda e terça-feira, sendo esse último chamado de Terça-feira Gorda, conhecida na França como Mardi Gras, em função do seu contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação. Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.

Paris foi a principal exportadora da festa carnavalesca para o resto do mundo. Cidades como Nice, New Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspiraram no carnaval parisiense para criar as suas novas festas carnavalescas. O Rio de Janeiro criou e acabou exportando para outras cidades do mundo e do próprio Brasil, como São Paulo, o estilo de carnaval com desfiles de escolas de samba.
Salvador foi contemplada com a festa vinda de Portugal, nos idos do século XVI, conhecida como entrudo. A sociedade baiana desfilava pelas ruas do centro de Salvador nos seus automóveis conversíveis, trajando fantasias, leques e máscaras importados de Paris, lançando quilos de confetes e serpentinas, além de perfumes também importados, borrifados a partir de pequenos frascos dotados de uma bombinha de borracha. Os carros alegóricos com suas bandas de música completavam o cortejo, assistido de fora pelas pessoas mais simples.


No inicio dos anos 50, Dodô e Osmar invadiram as ruas do centro de Salvador, no domingo daquele carnaval, tocando nos seus instrumentos elétricos um repertório de frevos pernambucanos, levando ao delírio a população que naquela época apenas assistia à festa, sem dela participar. Nesse dia, durante o desfile do Clube Fantoches da Euterpe, o frevo eletrizado tocado por essa dupla de músicos baianos em cima de uma fobica, um Ford ano 1929 com dois alto-falantes, dirigido por Olegário Muriçoca, arrastou a multidão para dentro da festa, transformando o carnaval numa verdadeira manifestação popular.


Três dias de liberdade total, uma só “tribo”, sem diferenças de classe, cor, credo ou sexo. Todos na rua com suas mortalhas e pierrôs, sozinhos, em pequenos grupos de amigos ou nos blocos de bairro, com suas bandinhas ou simples batucadas.

Os afoxés, manifestação da cultura afro-baiana, e os blocos de índio, marcando presença das vítimas da nossa colonização européia, se juntavam nessa verdadeira confraternização da alegria. Os Clubes Sociais faziam os bailes de carnaval à noite, as “batalhas de confetes” pela manhã e os bailes infantis à tarde.


Importante lembrar que esses bailes eram animados por grandes Orquestras que chegavam a ter mais de trinta músicos, incluindo vários instrumentos de sopro e no mínimo dois cantores, uma voz feminina e uma masculina, além da percussão. A mais famosa delas era a Orquestra de Britinho e Seus Stukas (ou Stucas). No repertório, marchinhas, frevos e sambas de compositores cariocas, pernambucanos, paulistas e baianos, que se tornaram muito conhecidos por vários carnavais, a exemplo da marchinha “Colombina”, do compositor baiano Armando Sá . Esses mesmos Clubes chegaram a desfilar numa época com os seus Carros Alegóricos, a exemplo do Fantoches da Euterpe, da Associação Atlética da Bahia e do Clube Cruz Vermelha.

Outras Agremiações se mantiveram no desfile, a exemplo dos Mercadores de Bagdá, Cavaleiros de Bagdá, Inocentes em Progresso dentre outros.

As famílias instalavam suas cadeiras nas calçadas da avenida durante os dias da folia, com o objetivo de assistirem o carnaval com os seus filhos, parentes e amigos, colocando seus nomes para identificá-las e só as recolhendo no último dia da festa.


A “dupla elétrica” Dodô e Osmar trocava o velho Ford por uma picape Chrysler e acrescentava mais um músico, Temístocles Aragão, tocando o triolim, um cavaquinho tenor com quatro cordas, completando assim o trio elétrico, com Osmar Macedo tocando guitarra baiana, que na verdade era (e é) um cavaquinho elétrico com afinação de bandolim, e Adolfo Nascimento, conhecido por Dodô, tocando o violão elétrico de seis cordas, fazendo a harmonia e os baixos, no estilo do violão de sete cordas dos conjuntos regionais. No ano seguinte, com uma pequena ajuda financeira de Miguel Vita, dono de uma fábrica baiana de refrigerantes Fratelli Vita, Dodô montou um caminhão com vários alto-falantes do tipo corneta, desses de praça de interior, iluminado com lâmpadas de filamento coloridas e fluorescentes, e fixou os músicos da percussão, que antes tocavam andando ao lado da fobica, um pouco abaixo da parte superior onde eles tocavam, numa espécie de varanda em volta da estrutura de aço montada sobre o veículo. Toda essa parte técnica, montagem da estrutura do trio e, acima de tudo, a invenção dos instrumentos elétricos, tinha a assinatura do radiotécnico, eletricista, inventor e músico Adolfo Nascimento, o Dodô. O seu invento, a guitarra elétrica com captação eletromagnética, por não ter sido patenteado, foi copiado por um fabricante norte-americano, dando origem a diversas marcas de guitarras, hoje muito famosas no mundo inteiro. Além de mais esse ato de colonização, e por mais incrível que pareça, o nome “trio elétrico”, também por não ter sido patenteado pelos seus verdadeiros inventores, foi igualmente colonizado e hoje é de propriedade de um repórter francês, de nome Remir Colaponca, pelo menos no registro. Ele pediu autorização a Osmar para ser representante do trio elétrico na França, em 1990. Com o documento assinado por Osmar, o francês registrou o nome trio elétrico em seu país.


Nos anos seguintes, ainda na década de 50, foram surgindo outros trios elétricos, como o da Aguardente Jacaré e o do Esporte Clube Bahia que, juntos com o da Fratelli Vita, animavam os foliões durante os três dias de carnaval. Todos eles montados na oficina de Dodô, no bairro da Calçada, arrastando multidões vestidas de pierrô, mortalhas de diversas estampas e tantas outras fantasias, de acordo com a criatividade de quem as usava, além das máscaras, muito comuns durante o dia. Em 1958, o carnavalesco Orlando Campos lançou o trio elétrico Tapajós, que ficou muito conhecido no nosso carnaval. Campos foi o inventor também do Caetanave, um trio em homenagem a Caetano Veloso que mais tarde, no ano de 1972, entraria na Praça Castro Alves tocando “Chuva Suor e Cerveja”, frevo criado pelo compositor baiano durante o seu exílio em Londres.


O lança-perfume Rodouro, um aerosol de aroma muito agradável, lançado no carnaval do Rio de Janeiro em 1904 pela Empresa francesa Rhodia sediada na Argentina, era usado para jogar uns nos outros, por pura brincadeira. As famílias compravam caixas deles, junto com os pacotes de confetes e serpentinas, a fim de levar para os Clubes e para o carnaval de rua. O lança-perfume não era proibido, pelo contrário, era praticamente um acessório obrigatório no carnaval, e até as crianças usavam, direcionando jatos gelados e perfumados nas pernas dos adultos. Depois vieram os abusos e a conseqüente proibição em 1961 pelo então Presidente Jânio Quadros.


Em 1969, o frevo “Atrás do Trio Elétrico”, composição de Caetano Veloso e uma justa homenagem a essa grande invenção baiana, fez ecoar no resto do País, através das rádios e dos discos compactos que bateram recordes de vendas, esse fenômeno ainda desconhecido da maioria dos brasileiros. Caetano seguia para o exílio em Londres e o seu frevo invadia as ruas de Salvador, tocado pelos trios elétricos que nessa época não tinham microfone e por isso as músicas eram apenas soladas pelas guitarras baianas. As letras das composições de carnaval só podiam ser ouvidas nos bailes dos clubes pelos crooners das orquestras, ou pelos próprios foliões. Três anos depois, ao retornar para Salvador, Caetano apresentou ao público pela primeira vez como convidados especiais, no seu show realizado no Teatro Castro Alves, os inventores do trio elétrico Dodô e Osmar. Osmar fez um resumo da história do trio elétrico e dos fantásticos instrumentos inventados por Dodô. Armandinho Macedo, filho de Osmar, se apresentou junto com eles, todos tocando instrumentos acústicos, devido à limitação do equipamento de som, que precisou substituir de última hora os aparelhos “Altec” trazidos de Londres por Caetano, queimados durante os ensaios em conseqüência da falta de familiaridade do técnico inglês Maurice com a rede elétrica do Teatro. Tocaram, entre outras músicas, o “Frevo do Trio Elétrico”, composição de Dodô e Osmar, com a letra podendo finalmente ser ouvida pela platéia atônita. Após esse espetáculo, que foi apresentado também no Rio de Janeiro, o trio elétrico passou a ser definitivamente conhecido em todo o Brasil, como o elemento mais importante da revolução do carnaval da Bahia.

Uma Gravadora se interessou pela novidade e em 1975 lançou o LP “Jubileu de Prata”, primeiro disco do trio elétrico Dodô e Osmar, comemorando os 25 anos do trio elétrico. Moraes Moreira participou do projeto como parceiro em algumas composições da dupla Dodô e Osmar, além de intérprete. Mais tarde viria a colocar letra numa música bem antiga da dupla Dodô e Osmar, “Double Morse”, que passou a se chamar “Pombo Correio” e se transformar num dos seus maiores sucessos.

No carnaval daquele Jubileu, Moraes Moreira subiu no trio elétrico de Dodô e Osmar com um microfone, e cantou durante o carnaval todas aquelas músicas que até aquele dia eram apenas soladas pelos instrumentos elétricos. Moraes Moreira passou a ser o mais importante compositor do carnaval baiano, criando verdadeiras obras primas em parceria com Dodô e Osmar, Armandinho, Risério, e outros, além de Galvão, seu eterno parceiro do grupo “Novos Baianos”. Suas composições de carnaval tornaram-se históricas, entrando obrigatoriamente em todos os repertórios de interpretes carnavalescos, incluindo, é claro, os trios elétricos. Misturou o frevo com o ijexá e se tornou “a cara do carnaval”, passando a ser reverenciado como “Moraes Carnaval Moreira”, título inclusive de um dos seus álbuns.
Com a inclusão do grande guitarrista filho de Osmar, o trio elétrico de “Dodô e Osmar” passou a se chamar “Armandinho, Dodô e Osmar”, agregando mais outros três filhos e músicos, Aroldo, André e Betinho. O trio elétrico dos Novos Baianos entrava na festa, sempre montado de última hora, com as caixas de som muitas vezes amarradas com arame. O som impecável, com Pepeu tirando um timbre inconfundível na sua guitarra baiana, e as vozes por demais conhecidas de Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor e Moraes Moreira. O povo delirava com “Chão da Praça”, “Pessoal do Aló” e tantas outras maravilhas de Moraes.


No carnaval de 1978, o “Traz os Montes”, bloco de adolescentes do bairro da Barra, único a sair de macacão no lugar das mortalhas, substituiu a sua banda de sopros e percussão pelo trio elétrico “Tupinambás”, tornando-se o primeiro bloco a sair com um trio elétrico e um cantor/puxador em cima do trio. No ano seguinte passaria a ter o seu próprio trio elétrico, contratando uma banda de Rock chamada “Scorpius”, que mais tarde mudaria o nome para “Chiclete Com Banana”.


No começo dos anos 80, em mais um lance de ousadia e criatividade dos líderes do bloco, os amplificadores valvulados foram substituídos por equipamentos transistorizados super potentes, aparelhos de ar-condicionado foram instalados para proteger esses equipamentos, e as bocas dos alto-falantes cederam lugar às caixas acústicas retangulares, com colunas de caixas de som que destacavam a voz do cantor e as notas graves do contrabaixo, além de projetar a música para bem longe.


Toda a Banda, com bateria, cantor e demais músicos, subiu para o topo da estrutura transformada em palco, eliminando o “varandão” que existia em volta e abaixo, onde antes tocava o pessoal da percussão.

O uso de amplificadores transistorizados em substituição aos até então valvulados foi considerado uma loucura por aqueles que se mostravam céticos com essa “opção moderna”, inclusive o próprio Osmar, que afirmava ser impossível essa tecnologia agüentar o tranco do carnaval sem queimar. Para surpresa geral, quando o som transistorizado saiu pelas caixas acústicas do caminhão do bloco “Traz os Montes”, invadindo todo o centro da cidade com a sua potência e qualidade inigualáveis, todos se curvaram diante dessa novidade e, logo no ano seguinte, os demais trios elétricos substituiriam os seus amplificadores valvulados pelos transistorizados. Com o caminho aberto pelo bloco “Traz os Montes”, outros blocos iniciaram gradativamente a introdução do trio elétrico dentro das suas cordas.


Essa nova possibilidade despertou o interesse de grupos que passaram a ver nessa festa sem dono, com forte apelo popular e midiático, uma fonte promissora de riqueza.

A profissionalização da festa virou lei.

O bloco “Traz os Montes”, apesar dessas inovações tão importantes e que viriam influenciar nessa profissionalização do carnaval baiano, manteve-se no amadorismo salutar, com os seus organizadores limitando-se apenas a pagar as contas com o dinheiro rateado entre os associados, muitas vezes tirado do próprio bolso, já que tinham as suas profissões e os seus salários, e o bloco era apenas um hobby.


Na verdade, o povo era o verdadeiro dono, o principal personagem, a grande estrela da festa. Não havia destaques, os músicos se misturavam com os foliões e mesmo aqueles que tocavam em cima dos trios elétricos eram ilustres desconhecidos. Durante o ano, todos eles tinham as suas profissões, e no carnaval apenas se divertiam tocando nos trios elétricos. Exemplo disso é um fato curioso que ocorreu em 1960: o trio elétrico Dodô e Osmar deixou de sair no carnaval de Salvador, porque os dois se dedicavam ao exercício da profissão, o que não combinava com o carnaval, que era considerado uma diversão. Assim, a única idolatria que existia era pela magia da festa, das músicas muito bem elaboradas e daquele folião ou daquela foliã que despertava interesse e paixões.

O mundo já começava a conhecer o carnaval de Salvador, reconhecê-lo e respeitá-lo como a sua maior festa popular, vista através das redes de televisão.


Estava aí o gênesis de um grande negócio. Obedecendo ao tal ritual da colonização, os empresários, sempre ávidos por lucro, invadiram esse território da maior festa popular do Mundo, se apropriaram da sua cultura e do seu espaço físico, transformando os seus inventores e verdadeiros atores em espectadores e empregados.

O anzol do sistema fisgou o grande peixe com a isca da “geração de empregos”. Como resultado, um mundo de gente que criou essa festa, transformando-a num evento de inclusão social, sendo excluída vergonhosamente, transformada em “cordeiros”, “pipoqueiros” e afins.

Os músicos passaram a acompanhar as grandes estrelas criadas pela vitrine que a festa foi transformada, submetendo-se a duras jornadas de trabalho, muitos deles sem nenhuma segurança trabalhista.


O amadorismo despretensioso foi substituído pelos contratos milionários, submetendo os novos cantores/empresários a pousarem de garotos-propaganda de cervejas, eletrodomésticos, cosméticos e tantos outros, além de animarem programas de auditório de gosto duvidoso das redes de televisão, sem falar da quantidade de apresentações que são obrigados a cumprir num único dia, na sua maioria em localidades distintas, fora da época do carnaval. Os foliões, além de serem iludidos pela mídia que fatura em cima das suas imagens coloridas de abadás e danças que aprendem em uma semana nas academias, são literalmente espremidos dentro das cordas dos blocos, que lhes cobram fábulas para estourarem os seus tímpanos.

Os chamados “carros de apoio”, carretas que vendem bebidas e comidas dentro dos blocos milionários, tiraram o trabalho de centenas de barraqueiros, excluídos da festa pelos novos “proprietários”.


Os atuais “Camarotes”, outra invenção esquizofrênica desses industriais do entretenimento, atraem consumidores e celebridades de fora da nossa cidade, oferecendo “perfumarias” com nomes americanizados do tipo all inclusive, free bar, além de boites, DJ, salão de beleza e outras imbecilidades alheias ao carnaval.

Do alto desse éden da caretice, pode-se assistir “com segurança” aos desfiles das estrelas, que viajam em cima de carretas apinhadas de convidados das redes de televisão e carregadas de patrocinadores. A vítima maior, o nosso verdadeiro carnaval, jogado no lixo pela ignorância e ganância desses empresários, com a cumplicidade do poder público, igualmente ignorante.


Uma festa em que o trio elétrico um dia incluiu, ironicamente passou a excluir, sepultando uma história que as novas gerações desconhecem.


Será que podemos chamar essa festa de carnaval?

Só quem não conheceu e/ou não entende o seu significado pode chamá-la desse nome. Claro, alguém pode dizer que tudo tende a evoluir e isso não poderia deixar de acontecer com o carnaval.

É verdade. Longe de mim ser contra a evolução. Mas também é verdade que nem tudo que evolui muda para melhor ou que não tenha efeitos colaterais nefastos.

É verdade também que nos tornamos escravos do sistema e o carnaval não é a sua única vítima. Mas não posso concordar que continuem dizendo que é a “maior festa popular do mundo”, pois não é mais.


Felizmente no Guiness Book consta como “a maior festa de rua do mundo” e não popular, como a mídia costuma vender.


Também discordo que a continuem chamando de carnaval.

Isso é apropriação indébita do nome. Criaram um grande negócio usando o espaço público e um período que pertence ao calendário cultural da nossa Cidade, além de um nome que descreve uma manifestação popular, uma manifestação cultural, e por isso não pode ser apropriado pelo setor privado, com o objetivo de auferir lucro.

A Lavagem do Bonfim chegou a sofrer essa ameaça e quase foi extinta, não fosse criado o Bonfim Light (nome mais infeliz e preconceituoso do que esse, impossível) para atender a esses grupos que obtêm lucro à custa da exploração das novas gerações, induzidas através desse ridículo nome a não se misturarem com o povo.


Foi assim que acabaram descarnavalizando o carnaval de Salvador, transformando-o numa festa de exclusão social elitezada e imbecilizada. O que temos hoje é uma manifestação exclusivamente comercial, que chamam de carnaval. Eu não posso inventar uma bebida escura, cor de café, gaseificada, e chamá-la de Coca Cola, mesmo que tenha gosto bem parecido. Estão chamando uma festa com o nome de outra que não existe mais.

Ela evoluiu, é verdade, mas para outra festa que não é carnaval.

Tanto é verdade que esse mesmo evento acontece em diversas capitais durante o ano, fora do período do carnaval, com outros nomes. Por que não fazê-la também em Salvador fora do período do carnaval, e chamá-la de “Salvador Folia”, “Carnaval Light” ou “Pague e Pule”, e resgatar o nosso verdadeiro carnaval?

Difícil acreditar nessa possibilidade, o dinheiro fala cada vez mais alto e essa situação parece irreversível. Mas, por favor, ao menos mudem o nome dessa festa.


Deixem o nome “carnaval” apenas para lembrarmos daquela que foi um dia a maior festa popular do Mundo.


Haroldinho Sá.

domingo, 1 de abril de 2012

nova forma do fast-food

Depois de meter a bomba nas fritadeiras com óleo re-re-reaproveitado, servindo de fonte de calor para o cozimento de carnes, áves e peixes num só recipiente, não resisto à tentação de dar uma sacada nos tais restaurantes "gourmet" brotando aos borbotões por esse mundão afora.

Outro dia, Danuza Leão, colunista carioca, falou da decepção pessoal vivida em Paris.
A gastronomia parisiense já não era mais aquela, dizia ela... Explicou que grande número de restaurantes colocam cozinheiros para preparar itens do cardápio num regime que lembra Charles Chaplin em "Tempos Modernos".
Depois de guardar as "trocentas" porções em recipientes próprios para o forno micro-ondas no freezer, os chefs batem o ponto e vão para casa.
Na hora da onça beber água e o frequentador daquele restaurante gourmet querer comer, basta um ajudante de cozinha para por, enfiar e meter a comida pre-pronta por um minutinho no forno micro-ondas, espalhar um matinho por cima do filé, do salmão, do carneiro e pincelar ou pingar algum molho colorido no prato em torno daquela coisa sem cheiro ... e pronto.

Você, que não é cego nem nada, já deve ter visto sinais daquilo que a colunista descreveu.

Certa feita, num desses espaços gourmet fui premiado com um pedaço de plástico no meio da comida.
Lembrei-me disso quando li a matéria de Danuza Leão.
Nós consumidores merecemos isso? Alguns de nós com certeza!!!

Analisando o atual custo da mão de obra de uma boa cozinheira, de um bom cozinheiro e vendo os taverneiros do Bistrô PortoSol ralando na contramão disso tudo, preparando todos os pratos na hora em que o cliente pedir... sem apetrechos modernosos como processador, fritadeira e micro-ondas, entende-se a tendência gastronômica apontando para mais essa modalidade tipo fast food.

O duro é ter que aquentar o neologismo para lá de cabotino e eufemístico "espaço gourmet"!