terça-feira, 30 de julho de 2013

Direita volver!

Comentei com Prof. Dr. Gefiltfish y Mazzes a crescente mania de direitistas falando mal de esquerdistas e gente da esquerda metendo o pau nos conservadores.
Para mim, todos nós fomos convidados para a ceia do Papai do Céu! Se cada um se acomodasse num assento da finada Webjet, caberíamos todos na mesa do Senhor. Mas como havia gente espaçosa, ocupando poltronas da primeira classe, alguns dos mais fracos ficaram sem lugar para comer. Isso os revoltou e os levou a assumir um papel parecido com o da Bruxa Malvada da Branca de Neve.
É assim que para a minha cabeça simplória começou o conflito entre direita e esquerda, confessei ao Prof. Gefiltfish y Mazzes.

- Conservador, na visão de um esquerdista, é todo aquele que esconde algum osso que não quer largar! Gente, que defende um status quo a ferro e fogo de evetuais desvalidos. Uma das formas de defendé-lo é caprichar nos sinais externos de riqueza, no cultivo de erudição!
O sentimento de segurança que resulta disso é o bastante para o direitista e só pode ser superado pela vontade de querer adquirir mais bens, de ouvir pela nonagésima vez a quinta sinfonia de Beethoven só neste ano, de construir um muro mais alto em torno da casa dele!.

Esquerdista por outro lado e para a elite é todo aquele que não se conforma com esse status quo que os conservadores arrogam para si. Esquerdista olha para os sinais externos de riqueza dos abonados com despeito, ressentimento e inveja, interpretando o acúmulo de bens dos ricos como vantagens espúrias, como privilégios indevidos, que impedem o crescimento dos pobres.
Esquerdistas dizem querer oportunidades iguais para todos sob pretexto de criar um mundo socialmente mais justo -, explicou Prof. Gefiltfish y Mazzes.

- Nos últimos 200 anos houve de fato profundas mudanças na ordem dos assentos na mesa, à qual você se referiu -, disse o professor.

- Em vez de brioches havia polenta, farofa, angú e em vez de Beethoven, Vivaldi e Mozart, havia Chiclete com Banana, Parangolé... e para mostrar alguma erudição, Arrocha Universitário!
A plebe, patrulhada de perto por esquerdistas orgulhosos, se lambuzando de melado, enquanto a direita acuada não escondia o desagrado por tamanha falta de classe tomando conta do país!
A esquerda finalmente no poder, logo percebeu que não conseguiria administrar a sociedade com aquele computador velho pego na sucata, precisando de Windows 8. Você não faz ideia como é fácil assimilar as beneses da vida!
A bem da verdade havia sociedades, onde a equerda radicalizou, extirpando toda erudição, todos sinais externos de riqueza. Pelo menos num primeiro momento!
Foi nessa hora que George Orwell entrou em cena, brindando-nos com o romance "/Animal Farm/", mais cedo ou mais tarde fazendo sentido em grande parte dos países neste mundo! A direita estava vencida momentaneamente, mas não estava morta! - disse o Prof. Dr. Shmuel Gefiltfish y Mazzes.

- Para a plebe, a massa de consumidores, o que importa não é esquerda, nem direita e sim o estômago cheio!
Gente simplória que não percebeu que o príncipe da Branca de Neve, além dos esforços dos Sete Anões precisou do apoio da Bruxa Malvada para governar e defender o país do dragão da inflação.
É claro que a bruxa, mais cedo ou tarde tinha que cobrar o preço. Na luta pelo poder ela tirou a venda dos olhos do povo, que de repente percebeu que o Príncipe Encantado não encantava tanto e que era preciso batalhar ... e mesmo assim de vez em quando dava um medozinho para ser feliz!

A essa altura do conto de fadas, a plebe estava comendo, comprando no crediário e viajando de avião. Algo, que ainda ontem era privilégio de uma elite!
Para fazer de verdade parte dessa elite, bastaria o povão ouvir Beethoven. A plebe fez melhor do que isso e algo mais simples: votou no representante da elite para pelo menos por um momento sentir-se parte dela, toda lambuzada de agidoce ilusão!

Era essa a grande virada? Era essa a contra-revolução, a grande vitória da direita, a grande viagem de primeira classe de volta à redoma de vidro, ao castelo de marfim, ao paraíso, ao país de cucanha e eternas delícias e às sinfonias de Beethoven, ignorando os talentos e gênios que brotam a cada momento da suposta plebe ignara?
Olhando para outros países, para a Europa por exemplo e para a crise financeira mundial, percebemos que esse trem já partiu!
De algumas estações o povo ainda segue para a direita, de outras para a esquerda, em busca de um mesmo destino: a dispensa da ceia do Senhor!
Durante algum tempo os conservadores conseguirão despistar a plebe, não para sempre! - disse o Professor Dr. Gefiltfish y Mazzes, abriu o cardápio, apontou para o lombo suíno com puré de maçã picante e fez o pedido de sempre: "Peru à moda da casa"!

terça-feira, 23 de julho de 2013

Mr. Hyde de mercedão

Na Áustria, Alemanha e Suíça alemã dos anos 1950 havia um neologismo na boca do povo simples: "Mercedesfahrer", ou seja, o condutor de uma mercedes, ou seja, o proprietário de um carrão de passeio espaçoso por dentro e principalmente por fora... nas estradas ainda estreitas e com uma vala de um metro de largura e o mesmo tanto de profundidade de cada lado da pista .

Volta e meia um dos veículos miúdos dirigidos pelo povão acabou sendo empurrado para fora da estrada por uma daquelas mercedes, ficando emborcado naquela vala.
Carrinhos como Renault Daupine, Fiat 500, Romisetta, sem falar das motocicletas, bicicletas e pedestres. (1)

Logo, o termo "Mercedesfahrer" foi usado para falar de uma pessoa grossa, sem consideração para com o próximo, só por estar momentaneamente com alguma vantagem material, ou seja, com uma arma em forma de veículo mais potente dos demais.

No nosso quotidiano soteropolitano temos uma série de "Mercedesfahrer", a começar pelos motoristas de ônibus, caminhões e caçambas.

O comportamento típico do "Mercedesfahrer" não se restringe ao trânsito de nossas ruas!
Observamos esse comportamento até muito bem nas atitudes de quem deixa o Mr. Hyde tomar conta do Dr. Jakyll!
Há quem consiga parecer um "Mercedesfahrer" empurrando um simples carrinho de supermercado numa loja de delicatessen!

Pessoalmente acho um desperdício uma pessoa usar sua suposta superioridade material apenas para ostentá-la.

Um dia eu sonhei que havia uma orientação legal que induzisse o mais forte a considerar e a cuidar do mais fraco.(2)
O poder que emanaria dessa solidariedade iria mover montanhas, metrôs e toda sorte de veículos necessários para garantir uma boa mobilidade urbana!
"Noblesse oblige", "nobreza obriga", sussurrou a voz ainda antes de eu despertar.

O panfletarista juramentado e militante dentro de mim sugere que os nossos "Mercerdesfahrer" acham que "noblesse obligue" significa empunhar uma caneta Mont Blanc para assinar medidas um tantinho impopulares que só beneficiam meia dúzia de amigos, enquanto o meu lado menos tosco procura imaginar formas de incentivar relações solidárias!!

Reinhard Lackinger

(1) Naquela mesma época dos anos 1950 e 1960 a KPÖ, ou seja, o Partido Comunista da Áustria, que no auge conseguiu ocupar uma das 164 cadeiras do parlamento, com os eleitores enchendo umas duas Kombis, usou como slogan de campanha: "Links gehen, Gefahr sehen", ou seja, a instrução para qualquer pedestre: "caminhar do lado esquerdo da estrada para ver de frente o perigo do veículo se aproximando!"

(2) Já tentaram legalizar uma orientação dessas, afirmando que terra teria que ter função social! Ora, onde já se viu uma aberração dessas? 

Revisando Das Kapital de Karl Marx

Se entendi o livro DAS KAPITAL de Karl Marx, que viveu entre o fim do século XIX e início do século XX, havia para ele de um lado o capital e do outro a força bruta da mão de obra!
Com o tempo essa ideia pegou e levou alguns povos a se rebelar contra o que acharam ser injustiça social.

Em alguns países, a partir da segunda década do século XX houve radicalização total que durou uns 70 anos!

Não tenho ideia de como teria sido isso, pois nunca passei por situação semelhante.
Já vi por esse Brasilzão patrão tratar empregado como imagino que tenha sido na época de Karl Marx e patroa conspirando contra um possível casamento de sua empregada, mas revolta ainda não vi, a não ser pela televisão e neste mês de junho de 2013.

Curioso é que parece que os revoltados de hoje estão mais para caneta Mont Blanc do que para enxada facão... são mais para sinhzozinho e feitor do que para gente escrava da senzala.

Faltou alguém para dizer a esses manifestantes que o comunismo acabou faz mais de um quarto de século e que nesses 70 anos de comunismo e socialismo ocorreu um fenômeno interessante com que Karl Marx certamente não contou!!
Ao longo dos anos surgiu como por encanto um capital considerável nas mãos da massa trabalhadora. Um capital em forma de conhecimento, de KNOW HOW, concorrendo com a grana dos antigos capitalistas!!!

Pois é, o mundo mudou!
Ou melhor, o mundo está mudando!
É preciso avisar aos anticomunistas anacrônicos de plantão!



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Nossa política atual

Na última edição de ISTOÉ, Luis Fernando Veríssimo comparou as recentes manifestações Brasil afora com o movimento de 1968 que mexeu com a Europa Central na luta contra o establishment!.
Ele disse ainda que o reflexo daquele movimento de 68 se deu em 1981, com a esquerda chegando ao poder na França.
A pergunta que ficou no ar foi de quando nós sentiremos os reflexos do movimento de Junho 2013 na luta contra o establishment dos políticos brasileiros e do nosso judiciário medieval cheio de togas, caras e bocas... ( essa última parte é por minha conta kkkk )

Será que o movimento dos jovens de agora com todas essas manifestações não é reflexo de algo que se passou há 20 anos?
Será que o movimento dos jovens de agora com todas essas manifestações não é reflexo do plebiscito desastroso de 1993?

Se na época optássemos por um Parlamentarismo com voto distrital, muita bagunça poderia ter sido evitada e a vida política correria hoje com muito mais transparência!

Mas a maioria dos partidos políticos da época - míopes que nem os rinocerontes negros da Tanzânia - forçaram a barra para manter o presidencialismo, porque cada um deles acreditava ter um forte candidato a presidente da república.

Na verdade, o Parlamentarismo não é livre de turbulências, mas é o povo soberano que conserta o que estiver errado... Se cair um ministério, convoca-se outra eleição e o partido mais votado faz o primeiro ministro, que por sua vez escolhe o ministério dele.Simples assim.
Já no presidencialismo com todo esse toma-lá-dá-cá, logo depois das eleições revira-se o lixo atrás de votos para engrossar as fileiras da base de aliados distribuindo favores, propina e ministérios!
De repente, você, eleitor, que votou num partido de oposição, se vê de braços dados com um desafeto seu, filiado a um partido que você abomina!
No Parlamentarismo é mais difícil políticos trocarem de partidos e partidos trocarem de sigla tão log percebem que a legenda está perdendo fôlego!

Portanto, se a gente quiser moralizar a política brasileira, teremos que brigar por um plebiscito com assembléia exclusiva e marchar a favor de um Parlamentarismo com voto distrital e uma redução drástica do número de partidos.
Vamos corrigir o erro cometido em 1993!
Com Parlamentarismo todos os problemas como número excessivo de deputados, senadores e ministérios se resolverão em pouco tempo, por si e sem ranger de dentes e sem o ranger das esteiras de tanques de guerra!!!

Reforma política

Permita que eu lhe explique o porquê de eu estar bradando há tempos contra a enxurrada de partidos político, fazendo apologia de um modelo político proximo do bipartidarismo.

Na dinámica de grupo - na visão de um administrador de empresas - há três figuras:

a) os "conformistas", ou seja, as pessoas que preferem deixar as coisas como estão.
b) os "convertistas", ou seja, as pessoas com opiniões diferrentes da maioria, mas que se convertem já na primeira pressão que recebem.
c) os "do contra" que defendem a posição própria a ferro e fogo e dificilmente cedem mesmo sob pressão dos demais.
    São esses "do contra" que NÃO se conformam com a posição dos "conformistas"!

Durante o debate, os "convertistas" logo se bandeiam para o lado dos "conformistas", enquanto os "do contra" ou de "oposição" pemanecem firmes nas próprias convicções.

Já form feitos inúmeros experimentos e o resultado tem sido que numa certa altura dos embates, os extremos cederam, aproximando conformistas dos oposicioniastas, dos "do contra", com cada um dando um ou dois passos em direção do oponente!

Acho essa dinámica salutar e benéfica para a vida política de um país!
Ao adotar um modelo de quase bipartidarismo, o povo consegue discernir e votar de acordo com os resultados positivos ou não do partido da situação.
Se o partido da situação fizer um bom governo, o povo voltará a votar nele. Se trabalhar mal, o povo elegerá a oposição. Simples assim!
É a alternância do poder!
De um lado forças conservadoras e do outro progressistas.
Havendo mais uns dois ou três partidos, fará com que haja uma certa dosgem de ímpetos, com o povo dando claros sinais de satisfação ou não!

Agora comparemos esse modelo aqui proposto com a bagunça em que vivemos, com mais de 30 partidos políticos, inúmeras possibilidades de coligações, sem falar das bancadas suprapartidárias dos ruralistas, dos evangélicos, dos banqueiros, dos colombófilos e o skambau!
Um modelo que joga no lixo a maioria dos votos dos eleitores!

Finalizando quero ressaltar a importância das coligações! Falo isso porque uma das sugestões do plebiscito é acabar com elas!
Uma coisa é ter "trocentos" partidos na base do governo e na oposição, outra é a possibilidade de um partido fazer uma coligação com outro partido, aproximando as ações do governo aos anseios do povo!
Coisa que funciona muito bem principalmente num regime parlamentarista!

Peço que pense nisso!
Se durante as suas conjecturas sentir fome, venha até o Bistrô PortoSol!
O cara que vos escreve essas mal traçadas linhas, como cientista político é um bom taverneiro sorridente e extremamente bem humorado e só um pouquinho cabotino! 

Gentileza gera gentileza


Gentileza gera gentileza! 
Parece óbvio... pelo menos dentro de um universo de comedores de brioches! 

Será que essa gentileza recíproca se verifica quando o grupo é heterogêneo? 
Será que essa gentileza recíproca se verifica quando o outro não pertence à sua tribo? 
Até que ponto sinais externos de riqueza, cor da pele e interesses sociais têm papel importante nessa comédia um tantinho trágica? 

A fruta doce da gentileza tem um caroço espinhento chamado empáfia! 




Clipe sobre uma pacata cidade industrial da Áustria

Clipe sobre as possibilidades de lazer na cidade de Kapfenberg, Áustria, onde Reinhard Lackinger nasceu e viveu durante os primeiros vinte anos da vida dele. Confira, clicando no link abaixo!



p.s. Depois você pergunta a ele do porquê ele preferir viver em Salvador.... kkkkk



domingo, 14 de julho de 2013

WE DON'T NEED ANOTHER HERO

Lendo e ouvindo gente tentando espantar a corrupção no grito, me pergunto, qual é a atitude dessas pessoas diante de pequenos deslizes alheios do quotidiano. 

Qual será a atitude desses cidadãos vendo um jovem estacionar na vaga de idoso ou diante de uma rampa para cadeirantes, vendo alguém jogar lixo na rua, tentando furar a fila, não recolhendo o cocô do cachorro que leva para passear...? 

Penso que quem se indigna com a corrupção longe de seu alcance e em Brasília, deve indignar-se também com o malfeito imediato e logo ali na sua frente no caixa do supermercado, quando um consumidor joga a cestinha de qualquer jeito ou com as alças dobradas para dentro, dificultando o encaixe da próxima cestinha... 

Será que somos capazes de dar o nosso testemunho no ato, revirando ostensivamente aquelas alças da cestinha, dando o nosso exemplo nos mínimos gestos, contrastando com as atitudes desdenhosas dos que insistem em imitar o sinhozinho, a sinhazinha? 
Ou será que nós preferimos fingir-nos de morto, pondo uma cara de paisagem? 
Reclamar é feio! 
Pior, aqui na Bahia, quem reclama de alguma coisa perde a razão... mesmo reclamando com a voz mais doce do universo! 
( se reclamar com sotaque estrangeiro então ... "tafú"! ) 

Estarei muito errado se afirmar que 99% dos que abrem a boca para bradar contra a CORRUPÇÃO não estão nem aí para as pequenas corrupções que os cercam? 

Não queremos nos envolver... 
As grandes CORRUPÇÕES lá de Brasilia, quem vai resolver é o "Superomi", o "Homi Arranho", o "Rulqui" ou outro super herói qualquer! 

Sempre que leio e ouço gente tentando espantar a corrupção no grito, lembro-me da canção de Tina Turner "WE DON'T NEED ANOTHER HERO"! 
Por que será? 

Será que somos capazes apenas  de espernear, "estribuchar" e nos queixar? 
Bora pegar este país legal e superporreta nas nossas mãos, fazendo o melhor a partir dos menores gestos!!! 







quarta-feira, 10 de julho de 2013

Chega de hipocrisia!

Outro dia, caminhando pela rua vi, através de um aporta entreaberta, umas máquinas tipo caça níquel e pensei: 
Que coisa pobre! 
Que coisa pobre, triste e barata... (1) 

Por que no Brasil ainda não se retomou a exploração legal do jogo em casinos? 
Posso bem imaginar casinos em pontos estratégicos para dar um impulso à economia local! 
Posso bem imaginar uma pequena Las Vegas em pleno polígono da seca! 
Não é assim que fizeram nos EUA, dando concessão à tribos indígenas que vivem nos desertos para explorarem o jogo? Me corrijam se eu entendi algo errado! 
Garanto que a fome e as doenças ligadas diretamente à miséria matam muito mais do que o jogo e eventuais ilícitos menores que vêm a tiracolo. 

Por que não aprendemos com os exemplos do Chile do Uruguay, onde há cidades turísticas agradáveis e boas para visitar até para quem tem ojeriza ao jogo como eu! 
Não falo apenas de Punta de Leste e Viña del Mar, mas de cidades chilenas pouco conhecidas como Santa Cruz e Pucon. 
Brasileiro rico, que hoje vai jogar no estrangeiro, ou num desses cruzeiros ao longo da costa do oceano atlântico, vai passar a deixar a graninha dele aqui dentro! 

Reinhard Lackinger 
(1) Bingo também acho medíocre pacas!