Reinhard
Lackinger
numa
comédia
de
Carlo Goldoni
em
1964
aos
17 anos
de idade..
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Já me peguei sentindo forte inveja, ouvindo um Jô Soares qualquer comentando peripécias de colegas e amigos atores e diretores. Coisas que acontecem entre os palcos de teatros e os botecos depois dos ensaios, estréias de peças e demais espetáculos.
Eu já vivi isso quando era jovem, fazendo teatro amador na Áustria e sei que todas essas estórias sobre eventuais contratempos, fatos curiosos e improvisações só são engraçadas depois...
Na hora, só um Miguel Falabella da vida e sua trupe podem achar graça de uma falha cometida por um ator, por uma atriz, em cena, como um tropeço de língua, uma deixa errada, ou um tombo federal, já que a Globo fatura alto até com esse tipo de "Video-cassetada"... durante o Vídeo-Show.
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Na Áustria, eu chegava a ficar horas diante de um café com brandy ou uma taça de vinho em Cafés frequentados por celebridades regionais, escritores e outros intelectuais, respirando o ar de pessoas interessantes. ;-)
Passei até a fumar cachimbo, tentando fazer parte daquele circo.
Coisas da juventude.
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Com a minha vinda para esta terra apaixonantemente louca que é o Brasil, percebi que tudo aquilo que eu conhecia até então em termos de arte e cultura era bobagem.
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Para piorar... aqui em Salador não encontrei Cafés como os há em cada esquina da Áustria, na França e até em Portugal... mas por aqui havia vida, muita vida! Algo que me cativaou desde o primeiro minuto.
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Não tive muito tempo para pensar nisso. Tive que tabalhar e me virar para sobreviver, ralando em indústrias, fazendo coisas que eu não curtia muito.
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Ficou o desejo de frequentar um espaço onde circulavam intelectuais e artistas, médicos, juristas e jornalistas... Gente interessante!
Ficou o desejo de estar num Café, numa Casa de Chá, num Barzinho, num Restaurantinho transadinho, num ambiente descontraído e ordeiro, com ou sem papo-cabeça, mas com uma atmosfera bacana.
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Por absoluta falta de assunto... e para não sentir-me isolado como Muammar al-Gaddafi no atual cenário político internacional, procurei unir o agradável ao útil, abrindo a própria taverna!
O Bistrô PortoSol.
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Virei coadjuvante numa peça, em cartaz há uma década!
O Bistrô PortoSol graças a Deus é frequentado por VIPs, protagonistas de uma epopéia chamada Brasil XXI.
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Receber e servir pessoas interessantes e cultas num ambiente anos 50 é ótimo! É maravilhoso!
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Ser o taverneiro do Bistrô PortoSol foi o papel que pedi a Deus!
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O melhor de tudo: a minha mulher Maria Alice, que está comigo no batente, curte o nosso restaurantinho temático tanto quanto eu!!!
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Prost
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Reinhard Lackinger