domingo, 20 de março de 2011

foram legais as nossas férias











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Passamos quinze dias rodando, de automóvel alugado, pelas serras gaúcha e catarinense, abraçando amigos, conhecendo gente nova, comendo, bebendo e descansando... com o tubo digestor sendo a única parte de nosso corpo a trabalhar bastante.
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Não, não fizemos apenas turismo eno-gastro! Nossas férias foram de certa forma um retiro espiritual!
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Principais ingredientes:
o sossêgo, podendo às vezes até ouvir o silêncio, o sangue pulsando em nossas veias; temperaturas mais baixas mexendo com a nossa consciência, além de ver gente trabalhando, executando tarefas simples, passando despercebidas no nosso quotidiano estressante de Salvador.
Com outras palavras, conseguimos nos desvencilhar do eterno burburinho enervante da cidade grande, fazendo bonitos passeios sem pingar suor, comendo e bebendo produtos caseiros, coisas das colônias alemã, tirolesa e italiana.
Degustamos geléias, cucas, doces, pícles e até pão teitos em casa. Os sucos de fruta e o vinho também, com as uvas maduras e boas sendo catadas uma a uma do cacho.
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Preciso dizer que praticamente todas essas comidas e bebidas não são preparadas por empregados mal remunerados e descontentes da vida, e sim pelos próprios donos do restaurante, da pousada, da vinícola por onde andamos!
Não quero com isso afirmar que tudo foi mais gostoso do que qualquer alimento ingerido em outros lugares... apenas diferente!
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Fica a impressão que o sabor da comida e da bebida muda, tornando-se mais agradável, se a gente souber quem manipula os alimentos.
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De volta em casa e em nosso querido bairro da Barra, recebo mensagens de amigos de infância, falando de lugares paradisíacos no Caribe, na Indochina, onde passaram férias, fugindo do inverno austríaco.
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Não, não tenho mais inveja desses "cosmopolitas"! Conheço a gastronomia oferecida em transatlâticos e nos hotéis tipo "all inclusive"!
Também não consigo ver-me em nenhum desses ônibus de excursão que lembram transporte de gado bovino... hehe sacaneei!
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A essa altura da vida não caibo em nenhum curral! Aliás, nunca coube!
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Com um excelente gastro, um competente urologista e uma fantástica cardiologista cuidando deste corpitcho de 130kg, contando ainda com o aconselhamento valioso de amigas ortopedista e psiquiatra, não posso ingerir qualquer badofe, qualquer gororoba saindo de fritadeiras e de fornos micro-ondas!
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Eu quero comer bem! O meu paladar e o meu tubo digestório exigem comida caseira preparada com ingredientes escolhidos a dedo!!!
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O que sobra de forma sólida, ou seja, o que o tubo digestório devolver, eu dedico aos atuais gestores de Salvador!
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Reinhard Lackinger
o taverneiro do Bistrô Portosol

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