quarta-feira, 27 de julho de 2011

Avante Centroavante

Em sua coluna sobre futebol esta semana, Sócrates fala sobre os "reis" paparicados por todos, que, depois da derrota contra o Paraguai, tiveram que cair na "real"!


O que ele não disse, é que a culpa de mais essa atuação vergonhosa é da imprensa, que há décadas fatura alto, vendendo o mito do talento do jogador brasileiro, que a qualquer momento pode desequilibrar a partida e ganhar o jogo. Não nego essa possibilidade, mas essas jogadas miraculosas são cada vez mais raras! Para cada finta desconsertante em cores verde amarelo, com direito à pose para as câmaras, temos amargado umas dez partidas sem vencer. Para cada lance genial, passamos dez jogos morrendo de raiva!

A culpa é nossa! Temos sido nós que valorizamos demais a habilidade com a bola, achando um drible mais importante do que um gol!!!

Nunca pensei que um dia eu fosse dizer algo elogioso sobre a a ditadura militar, mas neste momento rendo a minha homenagem ao general Emílio Garrastazú Médici, que resolveu incluir o desengonçado Dario Peito de Aço na delegação da seleção de 70.

João Saldanha não topou, mas Zagalo engoliu o Dadá numa boa!

Digo isso, me lembrando que o Dadá Maravilha ou Dadá Beijaflor jogou há exatos 30 anos e em 1981 no meu Baêêêêa.

Dadá fazia muitos gols, sem se preocupar com a pose, sem se importar se ele saia bem na foto ou não. Dadá Maravilha ganhava dos zagueiro na corrida e estufafa a rede, Dadá Beijaflor cabeceava as bolas cruzadas, mesmo vindo meio rasteiras e a apenas um palmo do chão!

Mesmo assim, ele conseguiu ser ídolo e marcar até "gol do fantástico". Melhor, ele chegou a apostar que iria fazer o gol mais bonito da rodada e fez!

Será que a mídia, que vem endeusando "artistas da bola" e "rei do drible" não estaria de certa forma desestimulando jogadas de velocidade e força, evitando assim o surgimento de um novo Sérgio Chulapa, um novo Ronaldo Nazário, um novo Beijoca, um novo André Catimba, um novo Dario?


Cá entre nós, o "marreco" do Alexandre Pato não cabe na minha seleção e sim no elenco da novela global "Malhação".


Todos juntos vamos, pra frente Brasil, Brasil, salve a Seleção.... hehehe

Reinhard Lackinger

o taverneiro do Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm





terça-feira, 26 de julho de 2011

O último Imperador no Porto da Barra



No mês em que morreu Otto von Habsburg, filho de Karl I, último imperador da Áustria e rei da Hungria, depois de diversas homenagens póstumas nas terras onde residira, faltou uma palavrinha de quem pratica a culinária austro-húngara no Porto da Barra em Salvador.

Não sou monarquista.

Não sinto saudades de uma época em que governantes esbanjavam fortunas com a construção de suntuosos palácios e obras de arte, contratando os melhorescompositores e artistas para o deleite da corte, enquanto o povo comia o pão que o diabo amassou.

Apesar de toda soberba e todo nepotismo, há até hoje quem sinta falta da ordem que havia na sociedade imperial e real. Algo que lembra a missa solene de católicos aos domingos.

Foram os Habsburg que nos deram Pedro II, filho de Pedro I e Dona Leopoldina e também foi um Habsburg, o Maximilian I, a tentar governar o México em meados de século dezenove.

Achavam que um imperador faria bem ao México e à autoestima dos mexicanos.


Dizem, que foi nessa época que a páprica, pimentón em espanhol, chegou à Europa e nas panelas da culinária austro-húngara. Assunto bem mais sério e agradável do que a política!


Tanto na Áustria e na Hungria, quanto no Brasil e também em países como o México, o povo, um dia, resolveu acabar com a monarquia.

Não sou cientista político para dizer até onde os regimes que sucederam reis e imperadores conseguiram acabar também com o nepotismo, com o esbanjamento de fortunas e com todo tipo de injustiça social.


Eu sei apenas que um gulasch sem páprica seria um desastre! Seria um guisado sem graça!


O filho do último imperador está morto! Viva a culinária austro-húngara, servida nas casas da burguesia da Áustria imperial e nas tavernas e estalagens de Viena, Budapeste, Praga, Graz e arredores na época da Monarquia do Danúbio... e há 10 anos no Bistrô PortoSol.


Prost


Reinhard Lackingero

taverneiro do Bistrô PortoSol

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Elixir da Felicidade Parte 1




Há quem morra de inveja dos habitantes do assim chamado Primeiro Mundo, que, de tão prósperos e socialmente superprotegidos por um papai estado, não dependem mais uns dos outros, com cada um podendo viver nas proprias quatro paredes.


Vivendo há mais de quatro décadas no Brasil e mantendo contato até hoje com parentes e amigos na Áustria, Suiça e Alemanha, vejo as coisas de outra forma.


Vejo com nitidez o mal que a solidão faz ao ser humano.


O ser humano é um "bicho social"! Mesmo invejando certas benesses dos países industrializados e criticando todas as nossas falhas de urbanização e a "ditadura da bagunça" instalada em Salvador, prefiro viver na Bahia!


No Brasil, a gente é obrigada a interagir com o próximo!


No Brasil, a gente é obrigada a se relacionar com todo tipo de pessoas, agradáveis ou não.


No Brasil, a gente é condenada a negociar o espaço com flanelinhas, mendigos e toda sorte de figuras folgadas, que atravessam o nosso caminho.


O que à primeira vista parece ruim, na verdade é ótimo e é o verdadeiro elixir da vida!


Talvez seja por isso que aquele mal que atinge idosos se chama "Alzheimer" e não "da Silva"!




Reinhard Lackinger


com mais uma maluquice sendo patrocinada pelo


Bistrô PortoSol


terça-feira, 5 de julho de 2011

Elixier da Felicidade parte 2

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A crônica de Márcio Alemão na Carta Capital de 22 de junho de 2011 diz mais ou menos o seguinte: Não importam as esquisitices da "gororoba", nem eventuais imperfeições técnicas do prato servido, se você está acostumado a comê-lo desse jeito, então está perfeito, irretocável e fora de série!


O Bistrô PortoSol, por praticar uma culinária um tanto exótica, de épocas passadas e incomum nestas plagas, tem poucos ítens sujeitos a comparações com pratos servidos em outros estabelecimentos.
Tanto no Brasil, quanto na própria Áustria, onde a cozinha tradicional vem dando lugar à nouvelle cuisine e a outras perfumarias modernas.
Quem está acostumado a um Gulasch de Carne de boi preparado com músculo, pode achar essa iguaria húngara feita com alcatra ou chan de dentro um tanto exótica, já que no Brasil temos essa facilidade de ter carne de primeira.
Quem está acostumado a comer Joelho de Porco defumado e/ou tirado do espeto de uma "televisão de cachorro" pode estranhar Eisbein sendo servido como carne suína à moda austríaca com molho de alho e Kümmel.


Será que de tanto comer o que sai pingando da fritadeira, aquecido mais ou menos uniformemente em fornos micro-ondas ou esperando por nós horas a fio em rechauds, a gente se acostuma à comida mal feita, perdendo a noção de saber apreciar sabores revelados artesanalmente na panelinha?
Pense nisso no dia em que resolver atravessar o "Equador do Salsichão"(1),aventurando-se num dos inúmeros pratos deliciosos da culinária austríacae húngara, que constam no cardápio do Bistrô PortoSol...

Na próxima oportunidade atravesse o "Equador do Salsichão" sem susto!!!

Reinhard Lackinger
o taverneiro do Bistrô PortoSol
www.reg.combr.net/bistro.htm
(1) Há quem não consegue fugir do linguição, nem do salsichão!