No mês em que morreu Otto von Habsburg, filho de Karl I, último imperador da Áustria e rei da Hungria, depois de diversas homenagens póstumas nas terras onde residira, faltou uma palavrinha de quem pratica a culinária austro-húngara no Porto da Barra em Salvador.
Não sou monarquista.
Não sinto saudades de uma época em que governantes esbanjavam fortunas com a construção de suntuosos palácios e obras de arte, contratando os melhorescompositores e artistas para o deleite da corte, enquanto o povo comia o pão que o diabo amassou.
Apesar de toda soberba e todo nepotismo, há até hoje quem sinta falta da ordem que havia na sociedade imperial e real. Algo que lembra a missa solene de católicos aos domingos.
Foram os Habsburg que nos deram Pedro II, filho de Pedro I e Dona Leopoldina e também foi um Habsburg, o Maximilian I, a tentar governar o México em meados de século dezenove.
Achavam que um imperador faria bem ao México e à autoestima dos mexicanos.
Dizem, que foi nessa época que a páprica, pimentón em espanhol, chegou à Europa e nas panelas da culinária austro-húngara. Assunto bem mais sério e agradável do que a política!
Tanto na Áustria e na Hungria, quanto no Brasil e também em países como o México, o povo, um dia, resolveu acabar com a monarquia.
Não sou cientista político para dizer até onde os regimes que sucederam reis e imperadores conseguiram acabar também com o nepotismo, com o esbanjamento de fortunas e com todo tipo de injustiça social.
Eu sei apenas que um gulasch sem páprica seria um desastre! Seria um guisado sem graça!
O filho do último imperador está morto! Viva a culinária austro-húngara, servida nas casas da burguesia da Áustria imperial e nas tavernas e estalagens de Viena, Budapeste, Praga, Graz e arredores na época da Monarquia do Danúbio... e há 10 anos no Bistrô PortoSol.
Prost
Reinhard Lackingero
taverneiro do Bistrô PortoSol
Nenhum comentário:
Postar um comentário