sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Carta aberta ao Prefeito de Salvador, revisão 01

Carta aberta ao Senhor Prefeito de Salvador, revisada depois do carnaval 2013


Senhor Prefeito,


A mesma disposição que vo senhor em mostrando, cuidando do carnaval de Salvador, espero ver agora, tomando conta da cidade, tornando-a habitável!
Sugiro que comece a dar atenção aos bairros que mais sofrem com o carnaval, com as ações danosas da muvuca milionária!

Há décadas vejo a Barra sendo destruída, sentindo a total ausência do poder público nesse charmoso bairro!
Agora, percebendo novos ares nesse início da nova administração, tomo a liberdade de falar sobre tudo que tem que ser feito, para que a Barra volte a ser o lugar aparazível por qual me apaixonei há mais de quarenta anos.

Sabemos que não basta fazer! É preciso manter o que foi feito e evitar que melhorias sejam desvirtuadas e abandonadas, como estamos cansados de ver neste nosso maravilhoso país.

Senhor prefeito, permita-me falar sobre a mobilidade na Barra, sobre o destino do lixo e dos excrementos humanos, sobre animais soltos pelas ruas, as merendas improvisadas nas praias e sobre o esporte predileto de uma quantidade considerável de cidadãos: a transgressão à ordem pública!

A medida de não poder mais estacionar junto a balaustrada da praia, além de acabar com boa parte da bagunça diária, eliminou centenas de vagas de estacionamento. Tão logo houver ação parecida, contemplando veículos estacionados em cima dos passeios das ruas internas da Barra, faltará outro tanto de vagas.
Não poder estacionar próximo do destino, não seria nenhum problema, se os passeios não fossem destruídos e obstruídos por inúmeros obstáculos.
A atual situação empurra o cidadão, que não é alpinista, nem corredor de obstáculos, para dentro do Shopping Barra, conspirando cada vez mais contra os moradores e comeciantes - fiéis pagadores de IPTU de bairro nobre - vivendo e trabalhando do lado de fora desses templos de consumo.
Quem não gostaria de passear pelas ruas, curtindo esse lindo bairro, ir a lojas, caminhando confortavelmente até a praia, a bares e restaurantes, como em outras cidades?
Sabendo que a manutenção dos passeios é obrigação do morador, a prefeitura precisará apenas coordenar o serviço, para termos novamente passeios lisos, convidando-nos a dar uma volta pelas ruas da Barra.
Cheguei a sugerir o nome de um urbanista capaz de resolver o problema de haver alguns trechos bons em meio a passeios completamente destruídos e/ou transformados em estacionamento.

Quanto o transporte público, é preciso sentar com os donos das frotas de ônibus para discutir os roteiros! O transporte urbano atual não visa o conforto e as necessidades do passageiro, parecendo mais uma caravana "caça níquel". Quanto mais voltas o ônibus der, melhor! A cada momento observamos na Barra vários ônibus, um colado no fundo de outro, travando o trânsito. Isso tem que acabar o quanto antes! Sei que não será fácil "peitar" os poderosos donos das frotas de ônibus, mas o senhor foi eleito também para isso!

Na hora de reformar a camada asfáltica das ruas, é bom rever antigos conceitos! Atualmente a mão de obra custa mais caro do que o asfalto! É preferivel fazer o serviço uma única vez e com um asfalto de primeira qualidade, do que várias vezes com material de terceira.
Exemplo: A Rua Barão de Itapuã vivia sempre esburacada, tendo os enormes buracos tapados de quinze em quinze dias. João Henrique colocou um asfalto de gente grande e acabou com a buraqueira... apesar dos cinquenta ônibus que passam por lá a cada minuto! Enquanto isso, a Rua Comendador Bernardo Catarino, por onde não passa nenhum ônibus e pouquíssimos caminhões, é uma das mais esburacadas do bairro!

É cada vez maior a quantidade de lixo produzido pelos cidadãos, descartado aleatoriamente no meio da rua, de preferência na boca de lobo na esquina. Talvez por não haver locais apropriados para depositá-lo.
É preciso ter cestas de lixo adequadas em cada esquina e em cada ponto de ônibus!
Como ainda não inventaram cestas de lixo autolimpantes, esses recipientes terão que ser esvaziados pelo menos uma vez por dia e pelo varredor de rua.
As tais papeleiras podem funcionar em outras partes do Brasil, mas não em Salvador. Aqui temos que ter uma cesta de lixo com a boca grande o bastante para que caiba um coco!
Em todo caso, ter uma rotina confiável, ajuda a manter o espaço público limpo! Um guarda na esquina, admoestando e multando quem joga lixo nas ruas, ao meu ver, é imprescindível!

Falando no destino do lixo, não há como ignorar o conteúdo das embalagens descartadas! O povo comendo mais, logo terá outras necessidades que excedem ao número um e a um simples xixi no poste!
A Barra precisa urgentemente deixar de ser não só mictório a céu aberto, mas também depósito para todo tipo de número dois!
É preciso pensar em sanitários públicos usáveis e não naqueles cubículos azuis de fibra de vidro, apelidados de sanitário químico.
Sugiro instalar sanitários públicos conjugados a um quiosque. O concessionário do ponto de venda terá que explorar o serviço e dar a devida manuteção. Caso contrário perderá a concessão! O quiosque funcionaria no térreo e o sanitário no subsolo. Existem 1000 modelos a serem copiados mundo àfora.
Diante dos olhos de minha imaginação haverá no futuo próximo um sanitário desses no Largo do Porto da Barra, outro ao lado do promontório do Farol da Barra.
Além disso, todo estacionamento deveria ser obrigado a manter um sanitário público, cobrando pelo serviço!
Falta reformar os equipamentos da Av. do Centenário, tornando-os usáveis.
É preciso investir nisso! Não podemos ignorar o intestino grosso do povo por mais tempo!

Protetores de animais falam na criação de um hospital veterinário público! Imagino que possa haver um serviço que recolha e trate de animais soltos pelas ruas. É extremamente desagradável ter que conviver com a cachorrada vagando pelas ruas, pelas praias.

Instalando equipamentos adequados ajuda a melhorar a vida no bairro, mas não resolve tudo!
É preciso manter o poder de polícia nas ruas para garantir a ordem pública!
Os transgressores contumazes vêm escapando impunes por entre os vazios da competência fragmentada, já que para cada transgressão há um especialista, ou seja, para cada caso de desordem pública, um fiscal de uma corporação diferente precisa ser acionado!
A PM não se mete com "monstrorista" dando contra-mão, roubadinha ou estacionando com duas rodas no passeio, ou com porta-malas abertos emitido som a 120 decibéis! O técnico da SUCOM, capaz de manusear um decibelímetro e emitir um laudo, ignora qualquer outra agressão ao meio ambiente e ninguém liga para um cidadão que joga um lixo na rua ou urine no poste!
Colocando um servidor habilitado e competente em cada esquina, multando - munido com um smartphone - qualquer transgressor, em um mês, a prefeitura terá arrecadado uma fortuna em multas. Dinheiro, que poderá ser investido para melhorar ainda mais a nossa cidade... os moradores e comerciantes do lado de fora dos shopping centers agradecerão por ter novamente uma cidade gentil e agradável de se viver!

Fiquei sabendo da excelete ideia de fazer valer como prova contra transgressores uma simples foto digital tirada por um transeunte, por um simples cidadão! Essa medida não contempla quem joga lixo na rua, nem quem faça xixi no poste. Para isso tem que haver um servidor público presente com autoridade de multar no ato quem cometa qualquer infração! Qualquer funcionário público, fardado ou não, deveria ter autoridade e obrigação para multar!

Senhor Prefeito, lembro-me de seu avô ter decretado o carnaval de 5 ( cinco ) dias, ou seja, de sexta feira a terça feira, terminando na madrugada da quarta feira de cinzas com o encontro de trios na Praça Castro Alves. Aomeu ver, tempo suficiene para qualquer folião exaurir as forças! Hoje temos um carnaval que dura 8 ( oito ) dias, sem falar dos eventos antes e depois, prejudicando os moradores e os comerciantes que vendem algo mais do que uma latinha de cerveja barata!
Espero que o Rei Momo a essa altura já tenha devolvido a chave da cidade e que possamos recomeçar a vida normal de Salvador!

atenciosamente

Reinhard Lackinger

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