domingo, 9 de setembro de 2012

mercados de alimentos em Salvador


Nos anos da extrema penúria, quando a Áustria perdia uma guerra década sim, outra também, até o pão de cada dia era difícil comprar!
A aquisição de gêneros alimentícios basicos era limitada, havendo uma cota por habitante. Além do pão se comprava leite, batata, cebola, toucinho, ferelo de milho, banha e olhe lá. A situação só não foi pior porque verduras e galinhas a gente tinha em casa, sem falar do que colhemos nas relvas, nas matas.
Na medida em que o padrão de vida melhorou, os consumidores ficavam mais exigentes, fazendo questão de comprar carne, margarina, farinha de trigo, frutas, sucos e outros itens... até importados.

Uma evolução na oferta de mercadorias que eu achava estar acontecendo aqui na Bahia.
Será que imaginei coisas? Será que era uma miragem, uma "fata morgana" e toda aquela melhora da oferta de gêneros alimentícios, tanto na qualidade como na quantidade de coias diferentes era imaginação minha?

"Mas quá, despertei", como diz o nosso sambista Nelson Rufino.
Tento achar o fio da meada daquela evolução da oferta de alimentos e não acho mais!
A impressão que dá é que a oferta de produtos dos supermercados voltou aos níveis de pelo menos vinte anos passados!
Qual razão desse retrocesso?
Será que devemos procurar o motivo na nova massa de consumidores promovidos das classes D e E, agora frequentando também supermercados?
Será que devemos procurar o motivo desse achatamento da oferta no interesse maior dos donos dos supermercados exatamente nessa clientela "neo-pobre"? Será que encher o carrinho de supermercado de gente que recebe bolsa-família dá mais resultado do que mimar o consumidor cativo? Tudo indica que sim!

O reflexo disso se vê até nas lojas de delicatessen, onde alguns queijos, condimentos embutidos e verduras sumiram das prateleiras, enquanto cresceu a oferta de produtos que nada tem a ver com esses espaços, como detergente, papel higiênico, pasta de dente etc., indicando o éxodo de "gente bem" fugindo da invasão e da presença dos "neo-pobres" e "ex-miseráveis" nos supermercados.
A impressão que dá é que as lojas de delicatessen de Salvador perderam o interesse de ofertar "delicatessen", virarando supermercado para dondocas!

Com a melhora do padrão de vida das classes D, E e F, aceita-se apostas de quanto tempo vai levara para "neo-pobre" começar a frequentar também lojas de delicatessen e a gente voltar a achar em supermercados da cidade produtos hortifruti de razoavel qualidade, enquanto esperamos pacientemente pela conclusão das obras do CEASINHA e pela implosão da Feria de São Joaquim!

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