terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Bistrô PortoSol, 11 anos




Quando você se sentir abafado e perdido no meio do caos louco de Salvador, comparando toda essa balbúrdia insana da capital baiana com uma violenta nevasca com visibilidade zero,
Lembre-se,
Cada individuo, cada cidadão baiano é único, como é único e lindo cada um dos flocos de neve..., simétrico, e agradável de se ver!


Essa mensagem é uma gentil oferta do Bistrô PortoSol e do taverneiro mais risonho, simpático, brincalhão e mentiroso da cidade, que atende pelo nome de Reinhard Lackinger.

www.reg.combr.net/bistro.htm
https://www.facebook.com/BistroPortoSol

aberto de terça feira a sábado desde o dia 29 de janeiro de 2002

abraços gastro-etílicos

Reinhard Lackinger

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Carta aberta ao novo prefeito de Salvador

Senhor Prefeito,

Há décadas vejo a Barra sendo destruída, sentindo a total ausência do poder público nesse charmoso bairro!
Agora, percebendo novos ares nesse início da nova administração, tomo a liberdade de falar sobre tudo que tem que ser feito, para que a Barra volte a ser o lugar aparazível por qual me apaixonei há mais de quarenta anos.

Sabemos que não basta fazer! É preciso manter o que foi feito e evitar que melhorias sejam desvirtuadas e abandonadas, como estamos cansados de ver neste nosso maravilhoso país.

Senhor prefeito, permita-me falar sobre a mobilidade na Barra, sobre o destino do lixo e dos excrementos humanos, sobre animais soltos pelas ruas e sobre o esporte predileto de uma quantidade considerável de cidadãos: a transgressão à ordem pública!

A medida de não poder mais estacionar junto a balaustrada da praia, além de acabar com boa parte da bagunça diária, eliminou centenas de vagas de estacionamento. Tão logo houver ação parecida, contemplando veículos estacionados em cima dos passeios das ruas internas da Barra, faltará outro tanto de vagas.
Não poder estacionar próximo do destino, não seria nenhum problema, se os passeios não fossem destruídos e obstruídos por inúmeros obstáculos.
A atual situação empurra o cidadão, que não é alpinista nem corredor de obstáculos, para dentro do Shopping Barra, conspirando cada vez mais contra os moradores e comeciantes - fiéis pagadores de IPTU de bairro nobre - vivendo e trabalhando do lado de fora desses templos de consumo.
Quem não gostaria de passear pelas ruas, curtindo esse lindo bairro, ir a lojas, caminhando confortavelmente até a praia, a bares e restaurantes, como em outras cidades?
Sabendo que a manutenção dos passeios é obrigação do morador, a prefeitura precisará apenas coordenar o serviço, para termos novamente passeios lisos, convidando-nos a dar uma volta pelas ruas da Barra.
Cheguei a sugerir o nome de um urbanista capaz de resolver o problema de haver alguns trechos bons em meio a passeios completamente destruídos e/ou transformados em estacionamento.

Na hora de reformar a camada asfáltica das ruas, é bom rever antigos conceitos! Atualmente a mão de obra custa mais caro do que o asfalto! É preferivel fazer o serviço uma única vez e com um asfalto de primeira qualidade, do que várias vezes com material de terceira.
Exemplo: A Rua Barão de Itapuã vivia sempre esburacada, tendo os enormes buracos tapados de quinze em quinze dias. João Henrique colocou um asfalto de gente grande e acabou com a buraqueira... apesar dos cinquenta ônibus que passam por lá a cada minuto! Enquanto isso, a Rua Comendador Bernardo Catarino, por onde não pass nenhum ônibus e pouquíssimos caminhões, é uma das mais esburacadas do bairro!

É cada vez maior a quantidade de lixo produzido pelos cidadãos, descartado aleatoriamente no meio da rua, de preferência na boca de lobo na esquina. Talvez por não haver locais apropriados para depositá-lo.
É preciso ter cestas de lixo adequadas em cada esquina e em cada ponto de ônibus!
Como ainda não inventaram cestas de lixo autolimpantes, esses recipientes terão que ser esvaziados pelo menos uma vez por dia e pelo varredor de rua.
As tais papeleiras podem funcionar em outras partes do Brasil, mas não em Salvador. Aqui temos que ter uma cesta de lixo com a boca grande o bastante para que caiba um coco!
Em todo caso, ter uma rotina confiável, ajuda a manter o espaço público limpo! Um guarda na esquina, admoestando e multando quem joga lixo nas ruas, ao meu ver, é imprescindível!

Falando no destino do lixo, não há como ignorar o conteúdo das embalagens descartadas! O povo comendo mais, logo terá outras necessidades que excedem ao número um e a um simples xixi no poste!
A Barra precisa urgentemente deixar de ser não só mictório a céu aberto, mas também depósito para todo tipo de número dois!
É preciso pensar em sanitários públicos usáveis e não naqueles cubículos azuis de fibra de vidro, apelidados de sanitário químico.
Sugiro instalar sanitários públicos conjugados a um quiosque. O concessionário do ponto de venda terá que explorar o serviço e dar a devida manuteção. Caso contrário perderá a concessão! O quiosque funcionaria no térreo e o sanitário no subsolo. Existem 1000 modelos a serem copiados mundo àfora.
Diante dos olhos de minha imaginação haverá no futuo próximo um sanitário desses no Largo do Porto da Barra, outro ao lado do promontório do Farol da Barra.
Falta reformar os equipamentos da Av. do Centenário, tornando-os usáveis.
É preciso investir nisso! Não podemos ignorar o intestino do povo por mais tempo!

Protetores de animais falam na criação de um hospital veterinário público! Imagino que possa haver um serviço que recolha e trate de animais soltos pelas ruas.

Instalando equipamentos adequados ajuda a melhorar a vida no bairro, mas não resolve tudo!
É preciso manter o poder de polícia nas ruas para garantir a ordem pública!
Os transgressores contumazes vêm escapando impunes por entre os vazios da competência fragmentada, já que para cada transgressão há um especialista, ou seja, para cada caso de desordem pública, um fiscal de uma corporação diferente precisa ser acionado!
A PM não se mete com "monstrorista" dando contra-mão, roubadinha ou estacionando com duas rodas no passeio, ou com porta-malas abertos emitido som a 120 decibéis! O técnico da SUCOM, capaz de manusear um decibelímetro e emitir um laudo, ignora qualquer outra agressão ao meio ambiente e ninguém liga para um cidadão que joga um lixo na rua ou urine no poste!
Colocando um servidor habilitado e competente em cada esquina, multando - munido com um smartphone - qualquer transgressor, em um mês, a prefeitura terá arrecadado uma fortuna em multas. Dinheiro, que poderá ser investido para melhorar ainda mais a nossa cidade... os moradores e comerciantes do lado de fora dos shopping centers agradecerão por ter novamente uma cidade gentil e agradável de se viver!


atenciosamente

Reinhard Lackinger



domingo, 20 de janeiro de 2013

30 anos sem Mané Garrincha

Ontem, a Globo mostrou uma matéria e o que mais chamou a minha atenção foi a fala: "um drible, tão importante quanto um gol"!

Lembro de uma narrativa de Aymoré Moreira, técnico da seleção de 1962, treinando o "overlapping" com Garrincha.
Mané fez tudo certo. Ou quase. A bola foi lançada para ele nas costas do zagueiro, ele correu, só que em vez de avançar e meter para a rede, só com o goleiro pela frente, Garrincha parou, esperou o zagueiro se levantar e se posicionar, para depois driblá-lo e fazer o gol.
Isso fez com que Aymoré desistisse dos demais treinos táticos com o gênio.

50 anos se passaram e o nosso futebol continua o mesmo... 
Quem evoluiu foram os "Joôes". Nós não!
Para nós, um drible continua tão ou mais importante quanto um gol!

Deveríamos aproveitar a construção dos novos estádios para a copa de 2014 e instalar não apenas um e sim dois placares: um para registrar os gols, outro para mostrar as notas dadas por jurados, avaliando a beleza dos dribles, com um chapéu valendo um gol e meio...
Só assim para a gente voltar a ganhar um campeonato mundial de futebol!

sábado, 19 de janeiro de 2013

Open House no inferno

O inferno existe, embora haja quem duvide...

O inferno promove, de quatro em quatro anos, uma espécie de OPEN HOUSE, um evento que permite a visitação de algumas dependências.
O inferno abre as portas de quatro em quatro anos no início de janeiro e a partir da posse dos novos prefeitos ... até que o mais durão dos eleitores não consiga mais suportar o fedor de enxofre.
Nunca se soube quem acaba de fechar essas portas do inferno. Provavelmente algum repórter da Globo, fazendo uma matéria sobre hospitais desaparelhados, postos de saúde sem médicos nem medicamentos, escolas públicas sem professores e montanhas de lixo apodrecendo nas ruas e em áreas impróprias...

O diabo é que nós, enquanto plebe ignara, assistimos a essas cenas dantescas como se fossem de um filme de horror cheio de Zombies, o BBB13 ou visitássemos um gabinete de horrores com bezerros de três cabeças, cobras e lagartos.

O lado mais pérfido desse inferno mostra a nossa incapacidade de compreender as manhas do diabo! Como funciona esse inferno!

De quatro em quatro nos tomamos essas aulas de reforço, somos confrontados com os quadros horripilantes do descaso infernal das prefeituras e não conseguimos enxergar nenhuma saída prática!

Nos movimentamos como almas penadas no purgatório, limitando-nos a lamentar e praguejar e culpar os políticos que detestamos de paixão.
Parecemos uma matilha de cachorros latindo para um poste qualquer, ou um defciente visual a velar um defunto desconhecido...

De quatro em quatro anos, prefeitos abandonam cidades saqueadas, depredadas e destruídas, desaparecendo como por encanto no emaranhado de 30 ( trinta ) partidos políticos diferentes e trocentas coligações!
Ninguém é responsabilizado!
Ninguém responde pelos malfeitos criminosos!

De quatro em quatro anos temos a oportunidade de ver as entranhas do inferno de nossa política partidária falida e nada fazemos!
Pior, a cada ano são criadas novas legendas, desaparecem outras e o Brasil continua terra de ninguém. Sem falar da migração dos políticos, trocando de partido como trocam de carro!

Saída desse inferno haverá apenas com um bi-partidarismo ou algo próximo a isso!
Quando nós, os eternos trouxas, pararmos de votar em pessoas e passarmos a votar em no máximo quatro ou cinco partidos, que, para angariar eleitores, jamais aceitariam em seus quadros políticos corruptos e ladrões notórios.

Neste momento se prepara uma turma animada para organizar um bloco carnavalesco chamado PIPOCA INDIGNADA!
Se a gente quiser fazer algo concreto, teremos que nos mobilizar para que haja uma reforma política com redução drástica do número de partidos... com a consequente e proporcional redução de oportunistas e picaretas na vida pública brasileira! Sem falar da economia que faremos com o fundo partidário...
Quem, nesse novo modelo político se estabelecer, terá que trabalhar sériamente e se virar para conseguir e manter a simpatia dos eleitores!
Democracia é isso!

Falar em democracia hoje e diante do inferno que vemos de quatro em quatro anos, é piada ou cinísmo!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sobre os caminhos das artes

Estava conversando com Bernardo o bardo, quando chegou Marija Rivotrilova, cantora eslovaca radicada há décadas no Bisurdistão.

Coinciência ou não, ontem foi o dia do compositor! Bernardo se considera poeta da direita, Marija tende para a esquerda, embora, segundo confessou, se sinta rejeitada e segregada até pelas forças progressistas do Bisurdistão. Como conheço bem Bernardo o bardo, eu esperava uma discussão acalorada, mas nada disso aconteceu.
Marija Rivotrilova nos contou que como cantora estrangeira no Bisurdistão anda comendo o pão que o capeta amassou. As baladas dela, protestando contra a situação caótica no Bisurdistão, são ignoradas e desdenhadas tanto pela direita quanto pela esquerda. Apesar disso não pensa em deixar aquele "país encantador e apaixonantemente maluco à beira do Mar Asmo"... palavras dela!
Mesmo tendo que conviver diariamente com cenas absurdas e grotescas, vendo nulidades sendo incensadas pela mídia e içadas aos céus, se sentindo que nem o personagem principal de "Os Rinocerontes". Essa peça de teatro, segundo ela, não existiria, se o dramaturgo Eugène Ionesco um dia não tivesse passado o mesmo aperto no coração!
- Quanto maiores as adversidades e a solidão, mais forte eu me sinto, com maior clareza enxergo o Bisurdistão e o mundo, compondo cada vez melhor -, disse ela.
Bernardo o bardo aproveitou a pequena pausa para declamar uma das poesias "anti-comunistas" dele.
Marija Rivotrilova achou curioso alguém declarar ser "poeta da direita", já que a maioria esmagadora dos artistas se considera de esquerda!
- Os conservadores são muito previsíveis! A "direita" faz apenas o que se espera dela! -, disse Marija Rivotrilova.
- Os progressistas, ou seja, pessoas conscientes vindas da periferia, cidadãos vulneráveis, segregados e negligeniados pelos governos e pelas elites são obrigados da dar nó em pingo de água, de se virar e criar novas formas de viver e de se expressar.
Aos meus olhos, a esquerda, apesar de todas as cabeçadas, tropeços e espertezas bisonhas, é mais interessante e até mais simpática do que a direita ensimesmada e um tantiho fútil -, falou Marija Rivotrilova.
- Assim que terminar o Festival de Inverno do Bisurdistão, voltarei para o meu lindo bairro à beira do Mar Asmo.... aliás, tudo aquilo que os artistas apresentarão esse ano durante o Festival de Inverno é justamente o que se espera daquelas figuras caricatas... ou seja, estrondos ensurdecedores, corpos malhados, peitos siliconados, a mesma liturgia de sempre, ou seja, mãos para cima, bunda par trás e txá txá txá... -, disse Marija Rivotrilova rindo para as paredes do Bistrô PortoSol cheias de fotos de atrizes, atores e cartazes de cinema... e virando-se para Bernardo o bardo, ela falou:- entre direita e esquerda, prefiro escolher o impossível!!! Lá, a concorrência é menor e não corro o risco de ser mal interpretada!! -

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Solidaridade como ponto de referência

- A palavra solidariedade, apesar do ranço piegas, é algo bem concreto!

Basta dar uma volta por um lugarejo qualquer e você saberá às quantas anda a solidariedade de seus habitantes.

Pense numa cidade com boa urbanização, com ruas bem asfaltadas, sem buraco, com passeios lisos, limpos e desimpedidos, com sanitários públicos decentes e usáveis, áreas verdes bem cuidadas, pontos de transporte urbano com horários afixados...
Esses são alguns sinais visíveis da solidariedade que as elites e o governo demonstram ter para com o contribuinte, com o povo!
Nessa mesma localidade você observa cidadãos ordeiros, respeitadores e gentis uns com os outros!
Há quem chame isso de solidariedade recíproca entre elite/governo e governados.

Agora pense numa cidade com uma urbanização destruída, canalização e esgotamento sanitáro meia boca, com ruas e passeios esburacados, imundos e cheios de mendigos e ambulantes, áreas verdes negligenciadas, transporte público do tempo das diligências ... e demais equipamentos destinados ao uso comum, como escolas, postos de saúde e escadas rolantes de estações de ônibus impraticáveis.
São sinais indeléveis de que a elite e o governo não ligam a mínima para o povo e para o contribuinte otário!
Mais otário só aquele que espera que os moradores de um inferno desses demonstrem alguma solidariedade, respeitem as leis e sejam gentis uns com os outros!

Você me pergunta, quem deve dar o primeiro passo. Quem deve tomar a iniciativa e demonstrar solidariedade? A elite/governo, ou o  povo?
Se você me pergunta isso, lhe falarei de empresas e da política da diretoria. É a chefia que dá segurança e respeito aos empregados! -

Foram esses os pensamentos que um amigo enviou com o abraço de feliz ano novo. Ele mora no Fajutistão. No Fajutistão, segundo ele, tem uma urbanização fajuta, um serviço público fajuto, uma politica fajuta, camelos atijolados, mas nenhuma solidariedade recíproca!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sinais de solidariedade

Até a idade média era fácil entender a sociedade. Havia certa quantidade de pessoas protegidas por muralhas, outras, em número bem maior, do lado de fora, à merce de intempéries, bandos de ladrões e incursões de inimigos.
Entre um burgo fortificado, com respectiva nobreza, corte e demais burgueses e outro, havia matas, pântanos e cordilheiras infestadas por perigosos salteadores, bruxas, anões, gigantes, unicórnios e dragões.
A viagem entre um burgo, entre um castelo, entre uma cidade e outra, era uma aventura e tanto, comparável à odisseia de alguém capaz de produzir um texto razoavelmente exigente e um leitor que entenda a missiva.
A vida no burgo era previsível. O soberano cuidava da corte, protegia os burgueses. A plebe ignara do lado de fora das muralhas comia e aproveitava as sobras.

Com os levantes dos camponeses e o confronto entre ancinhos e foices contra floretes, a paz dos nobres e respectivos protegidos acabou.
Há quem responsabilize viajantes e forasteiros pelos questionamentos subversivos a envenenar o coração do povo. Um bobo da corte visionário chegou a comparar os burgos com equipamentos futuristas, falando em centros comerciais e condomínios fechados cercados por muralhas idênticas às que estavam sendo derrubadas aos poucos.
Em algum momento ouvia-se palavras como liberdade, igualdade, fraternidade. Outros falavam em solidariedade.
Alguns poucos entendiam o que estava acontecendo, observando os sinais indeléveis dessa solidariedade por parte de governos, preocupados em cuidar não só de um pequeno grupo de puxa-sacos e sim de todos os habitantes.

Com o tempo havia estradas lisas e bem feitas tanto para carrões de luxo, quanto para calhambeques; escolas públicas de boa qualidade para todas as crianças; sanitários públicos para todas as bexigas e todos os intestinos, saúde pública, esporte, lazer e moradias para todos.
Enquanto a sociedade composta por uns poucos burgueses era homogênea era fácil de entender e administrar, governar um povo heterogêneo passou a ser um Deus nos acuda, com os governantes tropeçando de uma situação caótica em outra dificuldade nova e sem precedentes.
A bem da verdade, ao longo dos séculos surgiram sociedades em que era possível ver a cada passo os tais sinais de solidariedade do governo para com o povo. Asfalto liso, passeios e demais espaços públicos limpos e bem cuidados, com áreas verdes convidativas... e servidores públicos em toda parte mantendo a ordem. Transportes de massa sobre trilhos com horários, visando as necessidades dos passageiros. Festas populares visando a alegria do folião.
O cidadão cercado de tantos mimos, logo percebeu essa solidariedade, tornando-a recíproca.

Só em obras de ficção como "Admirável Mundo Novo" ainda havia a nítida separação de classes e castas e respectivos espaços para viver, ou seja, locais desenvolvidos e habitáveis como os burgos medievais e regiões não desenvolvíveis, como as florestas e os pântanos cheios de figuras lendárias das histórias de cavaleiros andantes.

Um ou outro encrenqueiro maluco fala de situações medievais com transportes de massa, usando ônibus, com roteiros tipo "caça-níquel" visando o bolso dos proprietários do transporte urbano; festas populares, visando a conta bancária dos donos dos blocos e trios e respectivos sócios; espaços públicos destruídos e inutilizados, visando a frequência dos shopping centers.
A viagem de ônibus entre um centro comercial climatizado e outro é uma aventura e tanto, comparável à odisseia de alguém capaz de produzir um texto vagabundo como esse e um leitor culto e obstinado, procurando entender essa missiva mambembe.

Falando sério... eu gostaria que a nossa garotada, viajando como nunca ao exterior, tentasse enxergar e entender esses sinais indeléveis de solidariedade recíproca que há lá fora, para na volta começar a questionar o "salve-se-quem-poder medieval" e bronca generalizada que há em Salvador!