quarta-feira, 20 de abril de 2011
Atitude na éra do gelo
Dizem, que essa malemolência baiana vem do calor que faz na Boa Terra!
Com um molejo todo especial, o povo dribla as altas temperaturas, que até durante a noite não querem baixar!
Agora, que a sanha imobiliária dos donos de Salvador desmatou o cinturão verde entre o Iguatemi e o Aeroporto, o calor na cidade parece ter aumentado ainda mais.
Haja ânsia por uma brisa vinda do mar... ou pelo menos por um leve vai e vem da rede de descanso.
Trabalhar, fazendo esforço físico, neste clima ideal para não fazer nada, só podeser castigo de Deus. Uma mão na labuta, a outra na testa, tirando e enxugando o suor.
Foi pensando nisso, que Roberto Eli mandou instalar enormes aparelhos de ar condicionado - iguais aos usados em pataformas de petróleo - em todos os escritórios das empresas dele.
A ordem era manter a temperatura nos ambientes de trabalho em 17 graus centígrados e nem um grauzinho a mais.
Isso seria bom para o corpo e para o espírito, fazendo o trabalho fluir melhor, dizia ele, com mais da metade da cara azul... não de frio e sim pela barba, que ele devia fazer umas quatro ou cinco vezes ao dia.
Roberto Eli estava acostumado a trabalhar em ambiente gélido. Ele morou nos EUA. Quem sabe, no Alasca!
Era comum ver auxiliares, chefes, secretárias e gerentes fantasiados de esquimó, movendo-se com rapidez, batendo à máquina no mesmo rítmo que batiam o queixo de frio...
Apenas os superintendentes pareciam imunes às temperaturas baixa nas respectivas salas.
Um deles, locado num escritório no Texas, tinha uma voz, que lembrava estampidos de revólver. As palavras saíam curtíssimas do telefone. Teria sido o frio intenso do local de trabalho dele, cujo nome era Wagner Antônio? Para mim, até então, Wagner era sobrenome e também estranhava nome de batismo sendo usado como sobrenome... Algo, que qualquer europeu arquivaria se pronto como"curiosidades brasileiras".
Vestir menos roupa do que os friorentos de plantão para uns era como as divisas dos oficiais do estado maior. Além dos 17 graus nos locais de trabalho de Roberto Eli, a gente percebe a importância da temperatura na urbanização, nos casarios.
Enquanto a cidade Treze Tílias, o Tirol brasileiro tem sua arquitetura típica dos alpes europeus distribuida generosamente por um relevo agradável de se ver, o mesmo lugarejo, construido nos alpes austríacos, caberia num espaço bem menor do que ocupa em Santa Catarina.
Na Áustria, por causa do frio dos invernos, as casas - fundadas antes de se ter automóveis com aquecimentos - estão mais próximas umas das outras. Os habitantes, tem que vencer a neve e o frio intenso. Cada passo dado ao ar livre é decisivo. Enchendo os pulmões de ar gelado de uns 20 graus negativos corresponde a um forte soco no peito.
Embora o frio faça a gente andar e trabalhar mais depressa, não creio que o calor seja desculpa universal para relaxamento e falta de uma atitude positiva diante das obrigações do quotidiano.
Vejamos os lordes ingleses nas colônias da África, da Índia. Não importava o calor que fazia, invariavelmente às 5 horas da tarde, trajados a rigor, se reuniam para o five o´ clock tea cerimonial!
Não havia ar refrigerado! O ambiente deles era parecido com o do Bistrô PortoSol e a atitude também... if you allow this comparison!
Só não dá para comparar os sabores da cozinha austro-húngara do Bistrô PortoSol com a gororoba triste dos súditos da rainha! "Is reboqueito and pripicato!!!" ;-)
Prost
Reinhard Lackinger
o taverneiro do Bistrô PortoSol
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