Comentei com Prof. Dr. Gefiltfish y Mazzes a crescente mania de
direitistas falando mal de esquerdistas e gente da esquerda metendo
o pau nos conservadores.
Para mim, todos nós fomos convidados para a ceia do Papai do Céu! Se
cada um se acomodasse num assento da finada Webjet, caberíamos todos
na mesa do Senhor. Mas como havia gente espaçosa, ocupando poltronas
da primeira classe, alguns dos mais fracos ficaram sem lugar para
comer. Isso os revoltou e os levou a assumir um papel parecido com o
da Bruxa Malvada da Branca de Neve.
É assim que para a minha cabeça simplória começou o conflito entre
direita e esquerda, confessei ao Prof. Gefiltfish y Mazzes.
- Conservador, na visão de um esquerdista, é todo aquele que esconde
algum osso que não quer largar! Gente, que defende um status quo a
ferro e fogo de evetuais desvalidos. Uma das formas de defendé-lo é
caprichar nos sinais externos de riqueza, no cultivo de erudição!
O sentimento de segurança que resulta disso é o bastante para o
direitista e só pode ser superado pela vontade de querer adquirir
mais bens, de ouvir pela nonagésima vez a quinta sinfonia de
Beethoven só neste ano, de construir um muro mais alto em torno da
casa dele!.
Esquerdista por outro lado e para a elite é todo aquele que não se
conforma com esse status quo que os conservadores arrogam para si.
Esquerdista olha para os sinais externos de riqueza dos abonados com
despeito, ressentimento e inveja, interpretando o acúmulo de bens
dos ricos como vantagens espúrias, como privilégios indevidos, que
impedem o crescimento dos pobres.
Esquerdistas dizem querer oportunidades iguais para todos sob
pretexto de criar um mundo socialmente mais justo -, explicou Prof.
Gefiltfish y Mazzes.
- Nos últimos 200 anos houve de fato profundas mudanças na ordem dos
assentos na mesa, à qual você se referiu -, disse o professor.
- Em vez de brioches havia polenta, farofa, angú e em vez de
Beethoven, Vivaldi e Mozart, havia Chiclete com Banana, Parangolé...
e para mostrar alguma erudição, Arrocha Universitário!
A plebe, patrulhada de perto por esquerdistas orgulhosos, se
lambuzando de melado, enquanto a direita acuada não escondia o
desagrado por tamanha falta de classe tomando conta do país!
A esquerda finalmente no poder, logo percebeu que não conseguiria
administrar a sociedade com aquele computador velho pego na sucata,
precisando de Windows 8. Você não faz ideia como é fácil assimilar
as beneses da vida!
A bem da verdade havia sociedades, onde a equerda radicalizou,
extirpando toda erudição, todos sinais externos de riqueza. Pelo
menos num primeiro momento!
Foi nessa hora que George Orwell entrou em cena, brindando-nos com o
romance "/Animal
Farm/", mais cedo ou mais
tarde fazendo sentido em grande parte dos países neste mundo! A
direita estava vencida momentaneamente, mas não estava morta! -
disse o Prof. Dr. Shmuel Gefiltfish y Mazzes.
- Para a plebe, a massa de consumidores, o que importa não é
esquerda, nem direita e sim o estômago cheio!
Gente simplória que não percebeu que o príncipe da Branca de Neve,
além dos esforços dos Sete Anões precisou do apoio da Bruxa Malvada
para governar e defender o país do dragão da inflação.
É claro que a bruxa, mais cedo ou tarde tinha que cobrar o preço. Na
luta pelo poder ela tirou a venda dos olhos do povo, que de repente
percebeu que o Príncipe Encantado não encantava tanto e que era
preciso batalhar ... e mesmo assim de vez em quando dava um
medozinho para ser feliz!
A essa altura do conto de fadas, a plebe estava comendo, comprando
no crediário e viajando de avião. Algo, que ainda ontem era
privilégio de uma elite!
Para fazer de verdade parte dessa elite, bastaria o povão ouvir
Beethoven. A plebe fez melhor do que isso e algo mais simples: votou
no representante da elite para pelo menos por um momento sentir-se
parte dela, toda lambuzada de agidoce ilusão!
Era essa a grande virada? Era essa a contra-revolução, a grande
vitória da direita, a grande viagem de primeira classe de volta à
redoma de vidro, ao castelo de marfim, ao paraíso, ao país de
cucanha e eternas delícias e às sinfonias de Beethoven, ignorando os
talentos e gênios que brotam a cada momento da suposta plebe ignara?
Olhando para outros países, para a Europa por exemplo e para a crise
financeira mundial, percebemos que esse trem já partiu!
De algumas estações o povo ainda segue para a direita, de outras
para a esquerda, em busca de um mesmo destino: a dispensa da ceia do
Senhor!
Durante algum tempo os conservadores conseguirão despistar a plebe,
não para sempre! - disse o Professor Dr. Gefiltfish y Mazzes, abriu
o cardápio, apontou para o lombo suíno com puré de maçã picante e
fez o pedido de sempre: "Peru à moda da casa"!
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