Iwe lori tabili primeira parte
Vendo a reportagem do concurso da "Deusa de Ébano", com aquelas belas mulheres, suas roupas afro, a dança da vencedora, disse para mim em yorubá:"emim fé gbogbo aja imolara dúdú", o que quer dizer mais ou menos que adoro a cultura negra, aliviado por não terem levado àquela festa adereços de orishas. Achei interessante a fala da vencedora do concurso, que repetia palavras como ancestralidade, consciência negra, me lembrando de epiódios em que tentava puxar um papo em yorubá com gente que eu pensava que soubesse falar nagô. "Sou Brasileiro", "sou Brasileira", era a resposta comum... Só uma baiana de acarajé lá na Vila Matos chegou a alimentar o meu papo maroto. Eu disse sobre uma garota que passava que aquela era uma "omobirin darádará" uma menina bonita!" O Yorubá é a língua de uma das etnias mais importantes da Bahia. Seria bom que idiomas como Yorubá, Kikongo, Fon etc. tivessem maior apoio e fizessem parte do "aja imolara dúdú" de nossa sociedade. Enquanto issó, muita gente continua pronunciando um só termo em nagô: "axé"! É o "meu axé" pra cá,e "seu axé" para lá... Há anos espero que usem também a palavra "alãfiá" = paz! Alãfiá fun gogbo ara basíì.
Reinhard Lackinger
onilê ounjé Bistrô PortoSol
p.s. "Iwé lori tabili" = "The book is on the table".
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