quinta-feira, 26 de abril de 2012

Código Florestal e um pouco da história recente de Salvador

Não esperava dos senhores representantes do povo lá de Brasília outra decisão que não fosse a mais predatória e descompromissada para com o meio ambiente!


Imagino que todos eles devam ter um ou mais latifúndios neste Brasilzão como reserva de capital, legislando assim em causa própria!

E digo mais: mesmo não constando nesse Código Florestal praticamente nenhum compromisso que proteja o solo e os rios da destruição, os donos das terras não deixarão de continuar a desmatar, não dando a mínima para eventuais limites acordados nesse código...

Por que digo isso? Experiência, exemplos já vividos por aqui!

Quando em 1994 (1) começamos a discutir aqui em Salvador o problema da poluição sonora, nenhum barulhento notório, militante e juramentado veio participar da conversa com a gente e o então vereador Javier Alfaya.

Minto, numa única das muitas reuniões na Câmera Municipal, apareceu um representante do Clube Baiano de Tênis - um dos piores poluidores sonoros da época -... chegando mudo e saíndo calado.

A Lei Municipal do Controle da Poluição Sonora foi aprovada em 1995 por unanimidade pelos 35 vereadores que Salvador tinha na época.

Repare... a porca começa a torcer agora...

Assim que a lei foi colocada na mesa da senhora prefeita Lídice surgiu um exército de barulhentos fazedo pressão contra a lei elaborada criteriosamente duante meses, tendo como parâmetro as resoluções do CONAMA, dispositivo que orienta o assunto no âmbito nacional.

O fato é que a prefeita acabou cedendo, sancionando a lei com limites mais generosos, além de dilatar bastante os prazos para os donos de casas de espetáculo e clubes se adaptarem, providenciando isolamento acústico.

Para você, que já está sem paciência de ler esta baboseira conto logo o fim dessa tragicomédia: os barulhentos não cumpriram nenhum acordo, nem os limites flexibilizados, permitindo mais barulho do que a lei original previa, como também não se mexeram para criar nenhum isolamento acústico eficaz, preferindo tapar o "som com a peneira"... ou com umas lonas e placas de madeirite.

É por isso que eu não acredito que os latifundiários mexam um só dedo para preservar as terras do Brasil ensolaradas lalalala...

Chega de lamúrias por hoje... saíndo para comprar ingredientes para a nossa comida austro-hungara ganho mais!


(1) quem na verdade iniciou o projeto da lei do controle da poluição sonora em Salvador foi o ex-vereador Itaberaba Lyra!

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