Depois de meter a bomba nas fritadeiras com óleo re-re-reaproveitado, servindo de fonte de calor para o cozimento de carnes, áves e peixes num só recipiente, não resisto à tentação de dar uma sacada nos tais restaurantes "gourmet" brotando aos borbotões por esse mundão afora.
Outro dia, Danuza Leão, colunista carioca, falou da decepção pessoal vivida em Paris.
A gastronomia parisiense já não era mais aquela, dizia ela... Explicou que grande número de restaurantes colocam cozinheiros para preparar itens do cardápio num regime que lembra Charles Chaplin em "Tempos Modernos".
Depois de guardar as "trocentas" porções em recipientes próprios para o forno micro-ondas no freezer, os chefs batem o ponto e vão para casa.
Na hora da onça beber água e o frequentador daquele restaurante gourmet querer comer, basta um ajudante de cozinha para por, enfiar e meter a comida pre-pronta por um minutinho no forno micro-ondas, espalhar um matinho por cima do filé, do salmão, do carneiro e pincelar ou pingar algum molho colorido no prato em torno daquela coisa sem cheiro ... e pronto.
Você, que não é cego nem nada, já deve ter visto sinais daquilo que a colunista descreveu.
Certa feita, num desses espaços gourmet fui premiado com um pedaço de plástico no meio da comida.
Lembrei-me disso quando li a matéria de Danuza Leão.
Nós consumidores merecemos isso? Alguns de nós com certeza!!!
Analisando o atual custo da mão de obra de uma boa cozinheira, de um bom cozinheiro e vendo os taverneiros do Bistrô PortoSol ralando na contramão disso tudo, preparando todos os pratos na hora em que o cliente pedir... sem apetrechos modernosos como processador, fritadeira e micro-ondas, entende-se a tendência gastronômica apontando para mais essa modalidade tipo fast food.
O duro é ter que aquentar o neologismo para lá de cabotino e eufemístico "espaço gourmet"!
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