sábado, 30 de outubro de 2010
we don´t need another hero
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Frankenstein rides again
Era uma vez na Áustria
Depoimento de Haroldinho Sá
sábado, 23 de outubro de 2010
data nacional da Áustria
repassando...
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
domingo, 17 de outubro de 2010
Os mistérios do BlimBlim
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Ingredientes do Bistrô PortoSol
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Nossa indústria sem chaminés
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domingo, 10 de outubro de 2010
Estudo maomeno sério
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Consenso na panela!
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
"Banksters", um mal necessário.
Devaneios do taverneiro austríaco
domingo, 3 de outubro de 2010
Momento mágico
Hoje é um dia de Festa. Estamos, mais uma vez, exercendo um dos direitos elementares da Democracia, essa criança, pré-adolescente, renascida com muito sacrifício, anos de lutas, erros e acertos, vitórias e derrotas, vidas perdidas e cicatrizes irreparáveis. Uma conquista de todos os brasileiros, povo maravilhoso e lindamente mestiço, como diria o grande Antropólogo Darcy Ribeiro, um eterno apaixonado por essa mistura. Hoje é um dia de Festa para aqueles da minha geração, que só puderam escolher o seu Presidente após os 35 anos de idade; para aqueles das gerações anteriores à minha, que levaram 25 anos sem poder escolher o seu Governante; e para os mais jovens que, apesar de não terem vivido esses anos de lutas, carregam nos seus corações o “DNA” dos pais e avós que lutaram no passado para lhes proporcionarem este presente. Hoje é um dia de Festa para aqueles imigrantes que trabalharam, se sacrificaram, viveram e morreram por esta Nação que não era deles, adotando-a de corpo e alma, como o meu avô materno, imigrante espanhol que optou pela cidadania brasileira, exercendo com isso o direito de eleger um dos mais importantes e polêmicos presidentes do Brasil, responsável pela criação da nossa maior e mais importante Empresa Estatal, e de conquistas trabalhistas históricas, o que me faz orgulhoso. Hoje é um dia de Festa para aqueles que vencerão ou perderão as eleições, para todos os Partidos, candidatos, eleitores, cidadãos. Hoje é um dia de Festa para a liberdade, a liberdade de escolha, de não escolha, de acertar e de não acertar. Hoje é o dia da verdadeira confraternização nacional, o dia em que vamos escolher quem irá liderar o Poder Executivo de todos os brasileiros, os seus representantes no Congresso e Assembléias, o nosso presente e o futuro das próximas gerações. Hoje, o confronto das campanhas acirradas, competitivas e às vezes até violentas, deve ceder lugar à alegria da Festa, à confraternização cidadã, à união de todos num único e exclusivo propósito universal. As bandeiras dos Partidos Políticos, as camisetas, bótons e santinhos, devem ser substituídos pela nossa Bandeira Nacional e pelas cores verde amarela azul e branca, numa demonstração cívica de que Partido ou Candidato algum pode estar acima da nossa Nação, mas a serviço dela. Vamos votar. Vote naquela pessoa que você acha fará o melhor pelo nosso País, e não apenas por você. Não pense pequeno. Vote com a sua consciência, mesmo que ela esteja errada. Vote certo ou errado. Vote, acima de tudo, na sua coerência e na sua liberdade de decidir. Ninguém, mas ninguém mesmo tem o direito de decidir por você, tampouco dizer o que deve fazer com o seu voto. Aproveite da melhor forma possível a oportunidade de exercer esse grande poder, permitido apenas a aqueles que são verdadeiramente cidadãos. Você com a sua “cola”, a urna eletrônica e mais ninguém. Um ato solitário junto com outros mais de 135 milhões de solitários brasileiros, unidos apenas por esse imponente ato patriótico. Vá de verde e amarelo. Leve a nossa Bandeira Nacional na mão, presa no automóvel, moto ou bicicleta. Como na Copa do Mundo.
Haroldinho Sá.
sábado, 2 de outubro de 2010
Contrastes
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Eu já escrevia antes de me tornar taverneiro, mas nunca os meus textos fluíram como agora.
Deve ser a vibração do bistrô, o clima provocado pela clientela seleta do Bistrô PortoSol.
Pudera, nosso espaço é frequentado por jornalistas, escritores, professores universitários, médicos, juristas, comerciantes, pesquisadores, psiquiatras, dramaturgos, atrizes, atores, políticos, músicos, estudantes, engenheiros, arquitetos, urbanistas, empresários e até por analistas de sistemas.
Estou certo de que toda essa aura de intelectualidade é que vem turbinando o meu cérebro um tanto limitado, apesar de meu QI alto... em torno de 57.
A bem da verdade, há sempre alguém que me abastece com informações sobre um lugara visitar na próxima viagem à Serra Gaúcha, sobre como cuidar melhor do aquário, uma dica de uma receita tailandesa, ou um ponto de vista novo acerca de um assunto do qual eu nunca havia ouvido falar antes.
Um bom exemplo está no que o famoso psicólogo de massas Shmuel Gefiltfish y Mazzesme falou outro dia.
- Você é cinéfilo, pois não? -, perguntou ele, olhando para as fotos de atrizes e artistas, e para os cartazes de cinema na parede de nossa taverna temática de culinária austro-húngara.
Expliquei a ele que cultivamos comida caseira tradicional e artesanal austríaca dos anos 50 e do pós-guerra, quando todos aqueles rostos na parede estavam fazendo sucesso e parte de nosso consciênte coletivo.
Uma época, em que eu, garoto e adolescente austríaco, fixava os sabores da cozinha de minha mãe, trazendo-os anos depois na minha cachola, na minha memória para o Brasil.
- Num recente estudo -, disse Gefiltfish y Mazzes, - num recente estudo ousei comparar habitantes da Europa com coadjuvantes de algum filme.
Austríacos por exemplo já nascem assumindo o papel secundário em alguma peça teatral. Não importa o script. Eles são excelentes transeuntes, passageiros de transporte coletivo, carteiros, faxineiras, taverneiros, professores, turistas e ocupantes de uma cadeira na última fila de uma casa de espetáculo. A elegância com que eles jogam algum lixinho na cesta apropriada - eles são doutores em coleta seletiva - , ou cedem o lugar para uma pessoa idosa, é impressionante. Seus patrícios,os austríacos, são coadjuvantes de primeira! A certeza de que o grande protagonista do país deles é a coletividade, está escrito em letras gigantescas e luminosas no semblante de cada um. Eles têm orgulho disso! Eles têm orgulho de fazer parte desse coletivo! Eles, os austríacos, os alemães, os suiços e até os espanhóis.
Já na Bazófia Oriental, país à beira do Mar Asmo, entre a Bessarábia e o Maghreb, a coisa é bem diferente.
Na Bazófia Oriental, cada indivíduo um é protagonista! Cada habitante é ator principal da própria soap opera, da própria tragicomédia...mais ou menos tosca. Cada um se comporta no trânsito como se estivesse só. Cada um dirige, como se estivesse no caminho da roça dele. Cada um suja o ambiente urbano como se a mucama dele limpasse o rastro de lixo deixado por dele. Cada um fura filas, passa a perna nos outros. A palavra "coletividade" não existe no dicionário bazofiês. -
.- Você não deve gostar muito daquele país... da "Baztófia"-, falei para ele.
Pelo contrário!!! -, respondeu ele. - A Bazófia Oriental é um dos lugares mais animados e charmosos do planeta. Enquanto em países como a Áustria as pessoas parecem sentir um receio permanente de comenter algum erro, agindo como se seguissem cegamente algum protocolo estranho... para forasteiros.. e até para eles próprios, parecendo soldadinhos de chumbo adestrados... enquanto na Áustria de hoje bate um tédio medonho e "cemiterial" pela impossibilidade de se viver espontâneamente, a bagunça da Bazófia Oriental está cheia de vida.
Como não há regrinhas cumpridas ou respeitadas, nenhuma ordem, ...como na Bazófia Oriental se vive um eterno "salve-se quem puder", com transgressões para todo lado, as pessoas são obrigadas a negociar, a paquerar e até a brigar umas com as outras, a fim de obter seus direitos. Isso faz com que os bazofianos se aproximem uns dos outros. Isso cria inclusive um flair de erotismo!
O Brasil e principalmente a Bahia também tem um pouco desse calor humano, dessa doideira. Por isso gosto tanto de vir a Salvador toda vez que meus estudos e os meus patrocinadores permitem.
Deve ser também por esse motivo que muita gente escolhe a sua taverna temática. Ela tem um charme que nenhum templo de fast food com drive tru automático e impessoal consegue ter...
Antes dele concluir o pensamento, somei ao consumo dele à despesa de outro dia, quando ele saiu sem pagar, enfiei a conta na salva e a coloquei diante dele. Com Shmuel Gefiltfish y Mazzes a gente não pode brincar em serviço.
Prost!
Observe as fotos acima: As primeiras duas fotos mostram zonas de pedestres na Áustria.. isto é... muita urbanização para pouca gente. Muito concreto para pouca vida! Já a última e terceira foto mostra a vida que brota de cada rua em cidades brasileiras.
Reinhard Lackinger o taverneiro do Bistrô PortoSol www.reg.combr.net/bistro.htm
Nota do taverneiro: há no universo de artistas e pensadores gente rara atraidos como protons, eletrons numa usina nuclear de besteirol... como era a turma de Salvador Dalí, com Paul Eluard, Gala etc. .. é o que me ocorre no momento. O Bistrô PortoSol está se tornando um espaço desses, apesar das maluquices do taverneiro.