segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nossa indústria sem chaminés









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O acúmulo desordenado de ônibus diante do Forte Santo António no Farol da Barravento vem causando algum transtorno, prejudicando quem passar por lá.
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De onde vem esses turistas todos?
Pergunta que me faço enquanto espero com mais ou menos paciência a bagunça dos ônibus se desfazer.
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A minha bronca maior não é com os motoristas dos tais ônibus e sim com os gestores do turismo e aqueles que deveriam cuidar da infraestrutura de nosso paraíso tropical.
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Fico indignado com o fato de lugares tão lindos como a Barra e a Ondina servirem apenas de cenário, de pano de fundo para turista sexual e de muvuca.
Em qualquer outro lugar do Brasil e do mundo haveria num espaço lindo como este, hotéis de luxo, para abrigar visitantes com bom nível socio-econômico.
O que seria bom para os comerciantes de Salvador e para o caixa do governo.
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Pena que isso seja apenas um sonho meu e de outros que pensam da mesma forma!
A realidade é que nenhum turista bom, de porte-monnaie cheio e vontade de gastar, vai tolerar a barulheira da "muvuca", dos trios elétricos, dos shows, muito menos aceitar a sujeira e o fedor de mijo nas ruas.
Turista que gasta não gosta de desordem!
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O que mais me chateia é que os nossos gestores do turismo etc. não estão dando a mínima bola para isso!
O que essa gente sem noção e os seus sócios faturam com o carnaval e demais eventos na Barra e na Ondina, está de bom tamanho... e haja camarote, sujeira nas ruas, nas praias e no fundo do mar, e haja desordem, fedor de mijo e trânsito caótico...
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O que eles querem não é qualidade e sim quantidade... papo furado que vem de longe!
Até quando insistirão com essa sandice?
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Você que frequenta lugares transadinhos na Barra e na Ondina, por acaso tem visto muito turista no Bistrô PortoSol?
Não, graças a Deus!
Prefiro que a escória do turismo que os nossos gestores orgulhosamentenos apresentam fique longe de nosso espaço cult de culinária austro-húngara.
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Ao passar pela Av. da França hoje pela manhã, observei manadas de turistas deixando o terminal marítimo, entrando nos "trocentos" ônibus estacionados alí à espera deles.
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Pois é, não é só turista pé de chinelo que não gasta, não enfia a mão no buraco da calça.
Fora os donos dos ônibus de turismo, quem é que fatura algum dinheiro com essas hordas de passageiros de transatlânticos que encostam no cais do porto?
Novos farofeiros que já trazem o hotel com todo serviço com eles!
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Pior de tudo isso é ter que ouvir que temos ou tivemos o melhor secretário de turismo...
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Uma dica para o senhor governador da Bahia e para o senhor prefeito de Salvador.
Em vez de participar de eventos para divulgar a Bahia, mandem os servidores públicos ligados ao turismo receptivo para as mais diversas regiões turísticas, para aprender como se faz, como se ganha com turismo... tanto em outras partes do Brasil quanto no exterior.
Seria mais útil...
Agora, se dependesse de mim, certamente os mandaria para outro lugar!
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Salvador, 11 de outubro de 2010
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Reinhard Lackinger

Um comentário:

  1. Opinião de um certo Fulan Fulanovitch Drosobiev do Rêgo, enviada por e-mail em 12/10/10

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    Caro Lackinger,

    nas suas críticas aos gestores de turismo o sr. ignora um ponto de suma importância!

    O público alvo dessa nossa "indústria sem chaminés" vem de centros industrializados,
    com uma urbanização perfeita, ruas, praças e passeios impecáveis. Não há nenhum
    tipo de ruídos exagerados... mas também não há alegria!
    A disciplina que é necessária para manter essa ordem oprime o cidadão, deixando-o
    triste.
    Além disso há nos povos dos países ricos a constante tensão, o medo de algum ato
    terrorista.

    Aqui na Bahia temos alegria!
    Além do sol, das belezas naturais das praias e das maravilhas arquitetônicos dos fortes,
    das igrejas e demais construções barrocas, temos a música, o calor humano de pele
    morena e muita alegria!

    As pequenas imperfeições em nossa urbanização como algum lixinho de nada na rua,
    o odor exótico de urina misturado com o cheiro do acarajé exitam o turista, fazendo com
    que se sinta bem!

    A nossa ubanização falha é relaxante! As crateras nos passeios, os cocos pelo chão,
    gente jogando lixo e urinando a esmo fomentam a descontração do turista!

    O que o sr. aponta como sendo desordem, a gente chama de "Operação Ofélia",
    pensando no quadro humórístico do Zorra Total.

    Portanto, da próxima vez, antes de criticar a nossa urbanização, os trios e blocos e
    suposto excesso de eventos na Barra, pense nisso e tente enxergar eventuais falhas na
    nossa urbanização como algo positivo. Algo que ajuda o turista a descontrair, a relaxar!

    Atenciosamente

    Fulan Fulanovitch Drosobiev do Rêgo









    p.s. tudo isso não passa de uma brincadeira. Humor negro do taverneiro Reinhard Lackinger

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